NA PRAÇA DO POEMA
Ainda não tem as silabas
O momento
Em que a palavra incendeia.
Só agora a imagem principia
Leve, informe, fazendo antever
A modelação do barro.
Na virgem mesa
A alegria sobreposta.
Começam agora a tomar forma
Os silêncios consentidos no olhar.
A boca que em pequenas labaredas
Vai delineando os lábios amedrontados.
Agora que as mãos vão dando forma
Ao líquido primitivo do saber.
É que a pele se ilumina vagarosa
E o olhar ruboriza só de ver.
O momento é agora, teu rosto
De mulher trigueira,
Esvoaçando ao vento do desejo.
Onde na praça as silabas se reúnem
Que outros lábios pronunciam e escrevem.
Amo-te, meu amor.
Joaquim MONTEIRO
2012-03-17
(© todos os direitos reservados)
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