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domingo, 31 de agosto de 2014

Mário Cesariny //// Em todas as ruas te encontro....



Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura

tanto tão perto tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura

Em todas as ruas te encontro
em todas as ruas te perco


Mário Cesariny, in "Pena Capital".


Luadiurna /// No fundo dos teus olhos

No fundo dos teus olhos
Anoiteço no fundo dos teus olhos
e na noite, sub-repticiamente
instala-se a cortina do silêncio
Emolduro o teu rosto
no cansaço dos dias baços
e procuro-te na luz maior
de todas as constelações e de todas as criações
no fundo dos teus olhos
é que as palavras se entrelaçam
em dedos de ternura e afagos consentidos
É no fundo dos teus olhos
que amanhecem os dias solares
clandestinos na alma da cidade
as gaivotas
invertem o sentido do vôo
o meu desejo
anoiteço no fundo dos teus olhos
e é no fundo dos teus olhos
que amanheço
de Isabel de Sousa (Luadiurna)

sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Casimiro de Abreu ///// Borboleta

 



Borboleta dos amores,
Como a outra sobre as flores,
Porque és volúvel assim?
Porque deixas, caprichosa,
Porque deixas tu a rosa
E vais beijar o jasmim?

Pois essa alma é tão sedenta
Que um só amor não contenta
E louca quer variar?
Se já tens amores belos,
P'ra que vais dar teus desvelos
Aos goivos da beira-mar?

Não sabes que a flor traída
Na débil haste pendida
Em breve murcha será?
Que de ciúmes fenece
E nunca mais estremece
Aos beijos que a brisa dá?...

Borboleta dos amores,
Como a outra sobre as flores,
Porque és volúvel assim?
Porque deixas, caprichosa,
Porque deixas tu a rosa
E vais beijar o jasmim?!

Tu vês a flor da campina,
E bela e terna e divina,
Tu dás-lhe o que essa alma tem;
Depois, passado o delírio,
Esqueces o pobre lírio
Em troca duma cecém!

Mas tu não sabes, louquinha,
Que a flor que pobre definha
Merece mais compaixão?
Que a desgraçada precisa,
Como do sopro da brisa,
Os ais do teu coração?

Borboleta dos amores,
Como a outra sobre as flores,
Porque és volúvel assim?
Porque deixas, caprichosa,
Porque deixas tu a rosa
E vais beijar o jasmim?

Se a borboleta dourada
Esquece a rosa encarnada
Em troca duma outra flor;
Ela - a triste, molemente
Pendida sobre a corrente,
Falece à míngua d'amor.

Tu também minha inconstante
Tens tido mais dum amante
E nunca amaste a um só!
Eles morrem de saudade,
Mas tu na variedade
Vais vivendo e não tens dó!

Ai! és muito caprichosa!
Sem pena deixas a rosa
E vais beijar outras flores;
Esqueces os que te amam...
Por isso todos te chamam:
- Borboleta dos amores!

Casimiro de Abreu

Imagem retirada do Google

quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Lindíssima música de Dolores Duran com uma interpretação ma-ra-vi-lho-sa da inesquecível Elis Regina.

( A NOITE DO MEU BEM )












La Nuit De Mon Amour

Ce soir, je veux trouver la rose la plus belleHoje à noite, eu quero encontrar a rosa mais linda
Et la première étoile qui m' appelle E o nome primeira estrela '
Pour mieux fêter la nuit de mon amour. Para comemorar a melhor noite do meu amor.
Ce soir, je veux la paix des enfants qui s' endorment,Esta noite eu quero a paz do s crianças calmaria,
Je veux l' écho d' une vie qui se forme Eu quero o eco de uma vida que é formada
Pour mieux fêter la nuit de mon amour. Para comemorar a melhor noite do meu amor.
Je veux toute la joie d' un voilier qui s' élanceEu quero a alegria de um veleiro que s esbeltez
Et l' abandon d' une main qui s' avance E abandono de antecedência a mão s
Vers la chaleur d' une étreinte d' amour. Para o calor de um abraço de amor.
Ce soir, je voudrais toute la beauté du mondeEsta noite, eu quero a beleza do mundo
Pour que cette nuit soit la plus profonde Para esta noite é a mais profunda
Puisqu'elle sera la nuit de mon amour. Uma vez que será a noite do meu amor.
Pourtant, ces joies soudain me semblent incertainesNo entanto, essas alegrias parecem subitamente incerto
Je ne peux croire qu'elle se révèle Não posso acreditar que é revelado
Cette espérance qui me vient de toi. Esta esperança que vem de você.
Ah! Comme cet amour me tarde à venirAh! Como este amor que eu não posso esperar para chegar
Tant que je ne sais comment retenir Contanto que eu me lembro como
Cette tendresse que je veux offrir.A ternura que eu quero proporcionar.





SÃO REIS

Nunca tive a pretensão de ser mais que isto!
Uma mão que tu agarras em momentos de aflição
de desgosto ou desilusão
Alguém que te abraça quando estás só
alguem que te escuta quando mais ninguém o faz
alguem que sabe quantas pétalas têm os t
eus olhos
e como fazer sorrir a tua boca
ou de que cor o céu hoje amanheceu

Sou apenas alguém
aqui para te apoiar
rir e chorar contigo
e se preciso for
amar-te como ninguém

Sou isso e isso apenas!

Alguém que te ama 
e que nunca te pediu nada em troca!
Alguém que espera que um dia 
também a boca floresça e os braços ganhem ramos!


são reis


27/ 08 /14
 
(((((    

!!!!Porque há sentimentos que são de Alma)....e deverão ser preservados no sublime amor que há numa amizade sincera e‏  LEAL.   ))))



Foto: Minca tive a pretensão de ser mais que isto!  Uma mão que tu agarras em momentos de aflição  de desgosto ou desilusão  Alguém que te abraça quando estás só  alguem que te escuta quando mais niguém o faz  alguem que sabe quantas pétalas têem os teus olhos  e como fazer sorrir a tua boca  ou de que cor o céu hoje amanheceu    Sou apenas alguém  aqui para te apoiar  rir e chorar contigo  e se preciso for  amar-te como ninguém    Sou isso e isso apenas!    Alguém que te ama   e que nunca te pediu nada em troca!  Alguém que espera que um dia   também a boca floresça e os braços ganhem ramos!    são reis  270814


quarta-feira, 27 de agosto de 2014

zézinho mota //// Todas as lindas pétalas

 

Todas as lindas pétalas
Que advêm de lindas flores
Do meu Universo…

Não chegarão
Para desenharem nos Céus
O teu lindo rosto
E o teu enorme coração…

Só te posso dizer
Ou melhor escrever…

Como símbolo do amor
Bonito sentimento
E sagrado da Amizade
Que nutro por ti!

O meu afeto é sublime
E que expressa
Com verdadeira fidelidade
Um sentimento com tanta nobreza!

“Amo-te”
Com imensa ternura
E eterna Amizade
Por esta imensa felicidade!

Não serão o tamanho dos homens
Mas o sentimento belo
Que simboliza o afeto
No Amor profundo e singelo…

 

ZezinhoMota




 

assis freitas

No olho do poeta corre o rio

Deságua a estrela

Florescem pétalas e astros

Pululam divindades

No olho do poeta escorre o fio


Cresce a lágrima

Do que era, do que é findo

Em todo o infinito

No olho do poeta


Só no olho do poeta

a vida brilha ressuscitada


assis freitas


terça-feira, 26 de agosto de 2014

João Luís Barreto Guimarães //// Proximidades..

 


Proximidades...

Adormecemos juntos acordamosapartados
disputamos o lençol como quem
puxa a razão para si:
a quantos beijos estamos hoje de distância?
De manhã a voz é lenta chega
a chegar atrasada (a
cama feita a correr não
vá a empregada encontrar caída
entre lençóis
a palavra proibida). Se
os braços devem cair ao
longo da fadiga de um corpo
que seja ao longo do teu
(tu não me olhes assim
com o ruído dos olhos:
os beijos desarrumados depois
de os utilizares)
por favor fica a meu lado. Quero
que sejas tu o
parente mais chegado.


João Luís Barreto Guimarães

Antonio Ramos Rosa //// Desejo

 

A partir de uma folha reconstruí a árvore 
e tudo me foi dado porque ofereci 
ao abandonado deus da inércia mineral 
e de privilégio em privilégio reconheci o nada 
do meu tronco original e a sua redonda substância 
Baixei as pálpebras como quem entra num túmulo 
e penetrei na nuvem obscura de uma secreta pupila 
onde quem morre nasce e os deuses assomam 
os colos degolados     Entrei na selva de uma gruta
e vi as chamas e as sombras na dança dos desejos 
Colhi então uma pequena folha azul no chão vermelho 
e coloquei-a no ombro de uma mulher maravilhosa 
E de carícia em carícia formou-se uma folhagem 
e o tronco tenso da árvore no próprio corpo dela 
e no meu corpo unânime solidamente vivo


António Ramos Rosa
 
 

domingo, 24 de agosto de 2014

Almeida Garrett //// Este inferno de amar !!!!!

 



Este inferno de amar — como eu amo!
Quem mo pôs aqui n’alma… quem foi?
Esta chama que alenta e consome,
Que é a vida — e que a vida destrói —
Como é que se veio a atear,
Quando — ai quando se há-de ela apagar?
Eu não sei, não me lembra; o passado,
A outra vida que dantes vivi
Era um sonho talvez… — foi um sonho —
Em que paz tão serena a dormi!
Oh! que doce era aquele sonhar…
Quem me veio, ai de mim! despertar?

Só me lembra que um dia formoso
Eu passei… dava o Sol tanta luz!
E os meus olhos, que vagos giravam,
Que fez ela? Eu que fiz? — Não não sei
Mas nessa hora a viver comecei…

Almeida Garrett

Hamilton Afonso ///// Tanto

Tanto…



Nada te peço… 
e apesar disso 

és-me
nada me pedes…
e apesar disso 
sou-te
num olhar,
num abraço 
damos ao outro
o que de melhor
cada um tem
para dar…

Vida…

O Sol na Terra…

Amor…

Sem nada pedirmos, 
com tudo 
para nos darmos…
 
 
Foto: Tanto…

Hamilton Afonso

Nada te peço… 
e apesar disso 
és-me
nada me pedes…
e apesar disso 
sou-te
num olhar,
num abraço 
damos ao outro
o que de melhor
cada um tem
para dar…

Vida…

O Sol na Terra…

Amor…

Sem nada pedirmos, 
com tudo 
para nos darmos…

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

helena guimaraes //// Ontem....



Quando ontem , na conversa,

os teus olhos, ora fugídios,

mergulharam nos meus
demoradamente.

Houve um singular instante
em que algo indefenido aconteceu.
As palavras voaram no espaço
e tudo à nossa volta se quedou,
repentinamente.

O teu olhar , até aí indiferente,
surpreendeu-se , tornou-se vivo,
inquieto, procurou-me a alma,
interrogativamente.
Quebraram-se as linhas duras de teu rosto,
adoçaram-se os teus lábios num sorriso
e comungamos ternura,
delicadamente....


De helena guimarães
do livro "" Intimidades ""/// 1994
Foto: POEMA  

Quando ontem , na conversa,
os teus olhos, ora fugídios,
mergulharam nos meus
demoradamente.
Houve um singular instante
em que algo indefenido aconteceu.
As palavras voaram no espaço
e tudo à nossa volta se quedou,
repentinamente.

O teu olhar , até aí indiferente,
surpreendeu-se , tornou-se vivo,
inquieto, procurou-me a alma,
interrogativamente.
Quebraram-se as linhas duras de teu rosto,
adoçaram-se os teus lábios num sorriso
e comungamos ternura,
delicadamente....

De  helena guimarães
do livro "" Intimidades ""/// 1994

valter hugo mãe calor interior......

Às vezes perco-me nos caminhos que
conheço. Adormeço nos ruídos do
mundo sonhando banalidades
enquanto sou feliz. Sempre que
falho e fecho os olhos, imagino
outra pessoa perto de mim aquecendo as
mãos no calor do meu corpo como nas labaredas
de uma pequena fogueira


valter hugo mãe




Foto: E para AMANHÃ... Passos apressados por onde falta amor, passos firmes por onde a coragem nos guia, passos confiantes por onde a fé nos leva, passos leves quando o amor nos toca. E para todo o resto, um passo de cada vez. " ------------<3

-* Rosi Coelho...

..............................................................................................

Um Beijinho de Boa Noite Gente Linda <3 ...Aproveitem as energias todas que a vida vos dá...<3, para que a vida lhes corra  melhor...

Uma Noite Feliz <3 Tranquila com sonhos doces...

Um Bjo e um Abraço enviado da Cidade dos Encantos <3 COIMBRA <3

Deixo-vos esta Balada Linda neste Som <3

Deixo o meu Som <3...

quinta-feira, 21 de agosto de 2014

António Gedeão //// Amor sem trégua


 
 
É necessário amar,
Qualquer coisa, ou alguém;
O que interessa é gostar
Não importa de quem.
Não importa de quem,
Nem importa de quê;
O que interessa é amar
Mesmo o que não se vê.
Pode ser uma mulher,
Uma pedra, uma flor,
Uma coisa qualquer,
Seja lá do que for.
Pode até nem ser nada
Em que ser se concretize,
Coisa apenas pensada,
Que a sonhar se precise.
Amar por claridade,
Sem dever a cumprir;
Uma oportunidade
Para olhar e sorrir.
Amar como o homem forte
Só ele o sabe e pode-o;
Amar até à morte,
Amar até ao ódio.
Que o ódio, infelizmente,
Quando o clima é de horror,
É forma inteligente
De se morrer de amor.
 
António Gedeão