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domingo, 31 de maio de 2015

Angelina Alves ///// "Entre as nuvens"

"Entre as nuvens"
 
 

Beijei os degraus do teu espaço
O meu desejo traz o perfume da tua noite
Murmurando nos meus cabelos
A doçura dos teus beijos quentes
Desfiz-me contigo no arco
Do pleno Verão sonhos ardentes
Pensamentos de brisa
Sorrisos no deserto
Do amor tão belo como a vida.
Beijei os degraus do teu espaço
Descobri as tuas mãos
Corre em mim o lacre e a cânfora
Ergue-se a tua boca
Ao círculo do meu pensamento
Onde estará o mar? Fico louca
Embriagada voo sobre o teu sorriso imenso
Em meu espasmo viverei contigo.
Peço agora ao vento:
Traz do espaço a luz inocente das urzes
Transporta no teu silêncio
A lua vermelha
E, faz-me sentir o odor da flor da giesta
Assim os meus olhos irão vê-la
A lua vermelha aquela lua
Minha e tua
Noite mais pura mais bela.

Angelina Alves  



sexta-feira, 29 de maio de 2015

Machado de Assis ///// Depois......

Depois...




Diz a Madame de Stael que os primeiros amores não são os mais fortes porque nascem simplesmente da necessidade de amar. Assim é comigo; mas, além dessa, há uma razão capital, e é que tu não te pareces nada com as mulheres vulgares que tenho conhecido. Espírito e coração como o teu são prendas raras; alma tão boa e tão elevada, sensibilidade tão melindrosa, razão tão recta não são bens que a natureza espalhasse às mãos cheias (...). Tu pertences ao pequeno número de mulheres que ainda sabem amar, sentir, e pensar. Como te não amaria eu? Além disso tens para mim um dote que realça os mais: sofreste. É minha ambição dizer à tua grande alma desanimada: "levanta-te, crê e ama: aqui está uma alma que te compreende e te ama também".
A responsabilidade de fazer-te feliz é decerto melindrosa; mas eu aceito-a com alegria, e estou certo que saberei desempenhar este agradável encargo. Olha, querida; também eu tenho pressentimento acerca da minha felicidade; mas que é isto senão o justo receio de quem não foi ainda completamente feliz?
Obrigado pela flor que mandaste; dei-lhe dois beijos como se fosse a ti mesma, pois que apesar de seca e sem perfume, trouxe-me ela um pouco de tua alma. Sábado é o dia da minha ida; faltam poucos dias e está tão longe! Mas que fazer? A resignação é necessária para quem está à porta do paraíso; não afrontemos o destino que é tão bom connosco. (...)

Depois... depois querida, queimaremos o Mundo, porque só é verdadeiramente senhor do Mundo quem está acima das suas glórias fofas e das suas ambições estéreis. Estamos ambos neste caso; amamo-nos; e eu vivo e morro por ti.

Machado de Assis  



quinta-feira, 28 de maio de 2015

Maria Teresa Horta //// Desperta(-me)

Desperta(-me)


Desperta-me de noite
o teu desejo
na vaga dos teus dedos
com que vergas
o sono em que me deito
É rede a tua língua
em sua teia
é vício as palavras
com que falas
E queres-me de amor
e dás-me o tempo
a trégua
a entrega
o disfarce
E lembras os meus ombros
docemente
na dobra do lençol que desfazes
Despertas-me de noite
com o teu corpo
tiras-me do sono
onde resvalo 
E eu pouco a pouco
vou repelindo a noite
e tu dentro de mim
vais descobrindo vales

Maria Teresa Horta   


quarta-feira, 27 de maio de 2015

Maria do Rosário Pedreira //// O meu amor não cabe num poema

Mais UM ............



 
O meu amor não cabe num poema - há coisas assim,
que não se rendem à geometria deste mundo;
são como corpos desencontrados da sua arquitectura
ou quartos que os gestos não preenchem.
O meu amor é maior que as palavras; e daí inútil
a agitação dos dedos na intimidade do texto -
a página não ilustra o zelo do farol que agasalha as baías
nem a candura da mão que protege a chama que estremece.
O meu amor não se deixa dizer - é um formigueiro
que acode aos lábios como a urgência de um beijo
ou a matéria efervescente dos segredos; a combustão
laboriosa que evoca, à flor da pele, vestígios
de uma explosão exemplar: a cratera que um corpo,
ao levantar-se, deixa para sempre na vizinhança de outro corpo.
O meu amor anda por dentro do silêncio a formular loucuras
com a nudez do teu nome - é um fantasma que estrebucha
no dédalo das veias e sangra quando o encerram em metáforas.
Um verso que o vestisse definharia sob a roupa
como o esqueleto de uma palavra morta. Nenhum poema
podia ser o chão da sua casa.


Maria do Rosário Pedreira
(in O Canto do Vento nos Ciprestes)  


terça-feira, 26 de maio de 2015

MARIA MAMEDE //// Porque existes.....

PORQUE EXISTES...



De ti, quero apenas a saudade
dum passado nosso, há tanto tempo
de ti, quero apenas a verdade
dum tempo loucura e sentimento.
Nada te peço, nada mais desejo
que a pálida sombra dessa era
vida em que tivemos o ensejo
de vivermos os dois em primavera.
Depois, foi o adeus, outras viagens;
e perdidos na bruma do instante
perdemo-nos de nós e fomos tristes...
encontrei-te hoje; outras paragens
vai-se a bruma com o sol radiante
e sou de novo feliz, pois tu existes!...

MARIA MAMEDE 






domingo, 24 de maio de 2015

Isabel de Sousa ( lua diurna ) /// Nas asas de uma Gaivota

 
Nas asas de uma Gaivota
Pendurei o teu olhar
nas asas de uma gaivota
na mansidão dos sentidos
no branco do litoral
onde as palavras escorregam
no coração das cidades
à equidistância do abraço
no vértice do infinito
prolonguei no horizonte
as linhas do equilátero
e a gaivota retornou
na rotação das marés
e trouxe-me o teu olhar
num raio de sol nascente...
aconcheguei a ternura
na concha das minhas mãos
onde o amor acontece
na urgência dos sorrisos
na tangente do sentir
neste refúgio de alma
a transbordar por ti
eternamente

Isabel Sousa (Lua Diurna)




Isabel Sousa (Lua Diurna)  




Soberbo.......( e trouxe-me o teu olhar

num raio de sol nascente.. )

são reis

MAIS UM ...Então!!!!!!srsrsrsr



Inclino-me sobre as coisas esquecidas
e calo a vontade de te abraçar
Estendo os braços sobre a noite
que me alonga os gestos
e imagino-me a puxar-te para mim
e a beijar-te por dentro
com o silêncios das coisas justas e inevitáveis
A mão alonga a vontade
de te fazer um carinho
e as pupilas crescem de saudade
de abraçar todo esse vazio onde tu não estás
Move-se a noite!
Alonga-se a memória nos sorrisos felizes
que outrora foram
e respira-se os movimentos circulares
monólogos transparentes
dos lábios que não alcançam quem queriam

são reis  
                 

sábado, 23 de maio de 2015

JOSÉ GOMES FERREIRA //// CHOVE .....

Chove...
Mas isso que importa!,
... se estou aqui abrigado nesta porta
a ouvir a chuva que cai do céu
uma melodia de silêncio
que ninguém mais ouve
senão eu?
Chove...
Mas é do destino
de quem ama
ouvir um violino
até na lama.

JOSÉ GOMES FERREIRA    



sexta-feira, 22 de maio de 2015

são reis ///// Preciso de um nome.....

Preciso de um nome!
Não me basta um corpo que eu ame
nem uns olhos por que me apaixone
uma voz que me inebrie
uns lábios que me corram a pele
Preciso de um nome!
Um nome por quem eu chame
quando tu já não estiveres
para quando a pele se esquecer
da mão que a tocou
para quando a nudez se voltar
a vestir de branco
a ser impolutamente branca
como a neve que cai lá fora



são reis 



quarta-feira, 20 de maio de 2015

Maria Helena Guimaraes //// AMASTE - ME DEMAIS


Amaste-me demais !
Um amor de posse.
nervoso , inquieto :
teia dourada
que me limitava o passo ,
Amaste - me demais !
Como amas os troféus
das tuas viagens
que nos seus lugares exactos
se deixam acariciar pelo teu olhar.
Memórias dos triunfos do passado
que te alimentam o orgulho.
Amaste - me demais !
Como às estátuas de mármore
que nuas se deleitam
e te recebem na solidão organizada
e imaculada do Outono .
Amaste- me demais !
Com um amor observado
e controlado
pelos olhares das mulheres da tua vida
presos nos caixilhos de prata
a profanarem a minha nudez
e a nossa cumplicidade.
Amaste - me demais !
Com o orgulho de ontem ,
a indecisão de hoje
e o medo do amanhã .
Não se pode ser assim amada .
Morre - se...

Maria Helena Guimaraes

Do livro "" Contigo à lareira ""
Pag. 64 de 2012  




Orlando Zabelo


Quando te mando flores
procuro mandar também
um sorriso para usares,
na mesma embalagem coloco
uma palavra de ânimo
para quando precisares
e é o que a minha lembrança leva.
Mas se faltar alguma coisa
por favor não te acanhes
pede sem hesitar
porque um pedido teu
será como uma ordem
a ser cumprida no imediato,
se tu estiveres feliz
eu estarei feliz
e deixar-te feliz
será uma meta minha
que quero alcançar
por puro egoismo meu...

Orlando Zabelo  



terça-feira, 19 de maio de 2015

Hamilton Ramos Afonso ///// Vim dizer-te ...e agradecer-te


OLÁ!!!!!
Adverbio de tempo?!!!ou sera ...maissss de MODO e de LUGAR????!!!!!srsrsrrsrsr

"Pode haver AMOR numa AMIZADE e Amizade num AMOR????!!!!!"
......srsrsrsrsrse



Vim dizer-te ...e agradecer-te

Vim dizer-te amiga(o)
que nem só de amor
vivem os afectos...
...como nós dois
bem sabemos...
Vim dizer-te
que a amizade sólida
que construímos é bem disso prova...
Vim dizer-te
que a cumplicidade
que nos faz a ambos felizes
deu trabalho a construir,
para que fosse sólida
para que não deixássemos
 ninguém intrometer-se nela...
Vim dizer-te
que nela não há cobrança,
sentido de posse
ou ciúme ,
ao contrário do amor...
Vim dizer-te
que há quem diga
que de uma grande amizade
pode nascer um grande amor,
mas porque havemos
de dar esse passo
e corrermos o risco de estragar
o que tanto nos apraz?
Por isso é tempo de agradecer-te ,
o teu sorriso
que me chega todos os dias
como o arco da aliança
aparece nos céus após as tempestades...
A cor e o perfume do teu afecto
que me entra na vida
todos os dias
apesar da distância...
E a vontade de ficares ,
voluntariamente
na minha vida
como queres
que eu esteja
na tua...
Vim dizer-te amiga
​que sou feliz,
porque estás feliz
e isso me basta
e que o meu coração
tem o sol do teu afecto

a reinar nele
e sorrio sempre
também por isso,
porque sei que nele habitas,
com a ternura ,
o carinho
e o perfume
do nosso afecto...

Hamilton Ramos Afonso  


segunda-feira, 18 de maio de 2015

Bruno de Paula

a alma NÃO ANALISA,NÃO JULGA,NÃO QUESTIONA.....

a ALMA ---REGISTA A MATRIZ E GUARDA-A PARA SEMPRE..




(...) Te amo como nunca amei ninguém.
- Como assim ?
Tão simples ...
Nunca havia amado com a alma.
Somente com o coração.


 Bruno de Paula  


domingo, 17 de maio de 2015

Reinaldo Ferreira ///// VIVO NA ESPERANÇA DE UM GESTO



Vivo na esperança de um gesto
Que hás-de fazer.
Gesto, claro, é maneira de dizer,
Pois o que importa é o resto
Que esse gesto tem de ter.
Tem que ter sinceridade
Sem parecer premeditado;
E tem que ser convincente,
Mas de maneira diferente
Do discurso preparado.
Sem me alargar, não resisto
À tentação de dizer
Que o gesto não é só isto...
Quando tu, em confusão,
Sabendo que estou à espera,
Me mostras que só hesitas
Por não saber começar,
Que tentações de falar!
Porque enfim, como adivinhas,
Esse gesto eu sei qual é,
Mas se o disser, já não é...

REINALDO FERREIRA    



sexta-feira, 15 de maio de 2015

Manuel Bandeira ///// Arte de amar

Arte de amar



Se queres sentir a felicidade de amar, esquece a tua alma.
A alma é que estraga o amor.
Só em Deus ela pode encontrar satisfação.
Não noutra alma.
Só em Deus - ou fora do mundo.
As almas são incomunicáveis.
Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não.

Manuel Bandeira   



quinta-feira, 14 de maio de 2015

NUNO JÚDICE ///// TROVAS

TROVAS

Não é um sonho o teu corpo,
nem ilusão o que em mim sente
quando penso em ti, e o que penso
faz o que sinto mais presente.
É tão real o que digo disto
que me dizes quando falas,
e te ouço dizer o que eu digo
nesse instante em que te calas.
E esta imagem que possuo,
se ta roubei, foi porque a deste
sem que a pedisse, ao pedi-la
no gesto com que a ofereceste.
Por isso digo que sou teu,
e tu és minha, sem o dizer,
apenas no sonho que trocamos
deste amor que nos faz viver.

NUNO JÚDICE
In O Estado dos Campos.  



quarta-feira, 13 de maio de 2015

Márcia Maia //// Intimidade

Intimidade

se tocar um blues
e eu estiver de azul
como a tarde
me beija o pescoço
me explora o decote
( aos amigos se permitem
certas intimidades ).
mas,se tocar um tango
dança comigo
me beija na boca
quem sabe me ama
( que não é de ferro
a amizade ).
depois
tomar café com leite
e pão torrado
e seguir sendo amigos
por infinitas outras tardes.

Márcia Maia  





terça-feira, 12 de maio de 2015

são reis ////// E..................

E sem palavras te amei
e muda te recordo
Talvez a pele ainda te reconheça
se um dia te tocar
Tu vais morrendo aos poucos
no meu silêncio
desaparecendo na memória
do ultimo beijo
deixando um hálito fresco a saudade
porque toda a saudade se quer fresca e inteira
assim como um canteiro
que se rega e cuida todos os dias
Não vá o silêncio e o beijo
morrerem para sempre na mudez dos meus lábios


são reis 




segunda-feira, 11 de maio de 2015

Dancemos pois.....

 

Entre meus braços
quero que você dance
para que tudo se transforme
num lance
em pura poesia,
em tudo que a vida tem que ser.
Talvez, sentindo o teu perfume,
acabe te beijando por costume
ou por ser tão bom ter prazer.
Mas, nós sairemos pelas ruas dançando
com a alegria que se vive procurando
e o amor e a ternura, que sempre se quis;
para que, pelo menos, numa dança
todo mundo volte a ser criançae o mundo inteiro volte a ser feliz!

sábado, 9 de maio de 2015

Nuno Júdice //// O amor...............

O amor chegou, e desembarcou no cais,
onde ninguém o esperava, fazendo
a cidade inteira estremecer, como se
o amor a tocasse.
Mas alguém o viu sair
do barco, e levou-o para a fila
da alfândega, onde lhe perguntaram: "Donde
vem? Que traz consigo? Mostre
o passaporte." O amor não percebeu
o que lhe pediam; pôs o arco sobre
a mesa, e juntou-lhe as flechas.
Tudo apreendido: não queremos agressões
nesta cidade; proibidas as armas brancas. E
o amor, sem passaporte, ficou no cais,
por entre sacos de lixo e vagabundos
sem nada para fazer.
E à noite, quando a cidade
adormece, todos perguntam
quando chega o amor.

Nuno Júdice  


sexta-feira, 8 de maio de 2015

Isabel de Sousa ( luadiurna ) Para que me visses

Para que me visses
incendiei o sol de abril
abri os casulos das borboletas azuis
espelhando no ceu as gaivotas
e o rio
o teu rosto queimava
na hora do meio dia
e â noite
a lua trazia-me a loucura
das palavras sussurradas
onde se instalava
o frémito da paixão
a manhã era um sorriso aberto
no meu corpo
os girassois caminham
em direção â luz

isabel de sousa

pseudonimo luadiurna


quinta-feira, 7 de maio de 2015

Helena Guimarães //// SAUDADE


Esta saudade está
a transformar-se em ânsia
que me dói,
me corrói,
me faz cair em fantasia
quando,ao nascer do dia,
deitada na minha cama,
relembro as tuas mãos
a explorar-me o corpo,
o teu olhar absorto,
perdido dentro do meu,
tua boca no meu peito,
e todo aquele teu jeito
de procurares o carinho,
o cabelo em desalinho
macio entre os meus dedos,
esvaziando os meus medos
destruindo a solidão!
Amo-te!!!

Helena Guimarães (No livro:CONTIGO à LAREIRA
                                 pag. 33 )



são reis //// Imperfeita é a forma como te amo

A propósito de sonhos e de diamantes


Imperfeita é a falta que me fazes
Imperfeitas são as tempestades
que nem assim me deixam esquecer-te
Imp+erfeita é essa fome
e essa sede
que me atravessam e desmembram
como se mil pedaços de mim eu fosse
Imperfeita é esse meu sentimento
tão breve como o vento
mas tão penetrante
que me leva a mim adiante
a lugares onde nunca fui
e deixa resvalar em mim
do melhorzinho que tenho...
....essa minha ternura por ti
sem tempo nem tamanho!


são reis  




quarta-feira, 6 de maio de 2015

Carlos Gargallo //// Quédate aquí.......

Quédate aquí
Conozco tu sal y el rayo que te ilumina,
el brillo de tu voz sobre mis marismas.
Fuente eres recorriendo los azules de la tarde,
compañera de suspiros  elegidos
en el temblor de nuestras manos
                                    cuando nos abrazamos.
Estás allí
en  donde el agua nace
y en el caudal fértil de tu cuerpo
ondeando los besos al viento.
Hueles a violetas y mar,
mediterránea creces a cada instante
en el verso prolongado,
habanera de luz
que eriza mi alma.
Me conoces,  ya lo sabes.
Quédate aquí
sobre esta blanca arena
tumbados mirando al cielo,
nuestros ojos serán estrellas,
y nuestras sonrisas,
de las olas, serán espuma.

Carlos Gargallo   




terça-feira, 5 de maio de 2015

luadiurna ///// Quando te vi


quando te vi
acendi todas as estrelas do espanto e do prazer
abri todos os sorrisos iluminados pelo teu olhar
corri as cortinas do tempo amarrotadas no sotão do passado
quando te vi
abri todas as portas derrubei todas as barreiras
tirei do armário o vestido de arminho e as flores de laranjeira
e
adornei-me de pureza na pueril inocência das crianças
quando te vi
tatuei o teu nome na alma
e é lá que ainda te guardo
ao abrigo do meu sentir


luadiurna 



Megan A. Smith //// I Love You


I Love You                                  
Megan A. Smith

I know you're there
but my world is so bare.
Nothing is standing in your way,
I'm hoping you can make it one more day.

Our relationship has grown so strong,
where could we have went so wrong.
You were there when I needed you,
Now I'm here for you to need me too.

My love for you will stay the same,
never will I forget your name.
By my side, you will always stay,
I'll think of you day by day.


Megan A. Smith

Eu te amo
Eu sei que você está distante
Porém, o meu mundo é tão inóspito.
Nada está de pé no seu caminho,
Eu estou esperando você torná-lo melhor um dia.
Nosso relacionamento tem crescido tão forte,
onde poderíamos ter ido tão errados.
Você estava lá quando eu precisei de você,
Agora estou aqui se você precisar de mim também.
Meu amor por você permanecerá o mesmo,
Nunca vou esquecer o seu nome.
Ao meu lado, você sempre vai ficar,
E pensarei em você dia após dia.

Megan A. Smith  




segunda-feira, 4 de maio de 2015

SÃO REIS

É fácil insurgirmo-nos contra o vento
se apenas eu sei o que vai cá dentro
um misto de revolta
de tempestade
um misto de saudade
da falta que me fazes
e uma vontade
imensa
de que esse vento
que me leva dentro
sopre todo na tua direcção


são reis
e uma vontade
imensa
de que esse vento
que me leva dentro
sopre todo na tua direcção 





domingo, 3 de maio de 2015

De Orlando Zabelo //// SEMPRE.....................................


Queria estar contigo
Para ser o palhaço
Que te fizesse rir,
Para te dar o ombro
Onde repousasse a tua cabeça
Para descansar,
Para te dar o abraço
Que te confortasse,
Para chorar por ti
E não quebrares tu,
Para te dar a mão
Se perderes a força ao caminhar,
Para tudo isso e muito mais
Queria estar aí
Junto de ti...
Como a tua sombra,
Podes nem dar por ela
Mas sabes que te acompanhará

Sempre...
Orlando Zabelo
 

Maya Plisetskaya - "Swan"


  (  outro génio que nos deixa, na beleza e na dança....)

CLIQUE NO LINK :


https://youtu.be/Krj-QsQvYSc


   



sexta-feira, 1 de maio de 2015

Pedro Abrunhosa ///// Eu não sei quem te perdeu

Eu não sei quem te perdeu

Quando veio, mostrou-me as mãos vazias
as mãos como os meus dias
tão leves e banais.
e pediu-me que lhe levasse o medo,
eu disse-lhe um segredo:
"não partas nunca mais".
E dançou,
rodou no chão molhado,
num beijo apertado
de barco contra o cais.
E uma asa voa
a cada beijo teu,
esta noite
sou dono do céu,
e eu não sei quem te perdeu.
Abraçou-me
como se abraça o tempo,
a vida num momento
em gestos nunca iguais.
e parou,
cantou contra o meu peito
num beijo imperfeito
roubado nos umbrais.
E partiu,
sem me dizer o nome,
levando-me o perfume
de tantas noites mais.
E uma asa voa
a cada beijo teu,
esta noite
sou dono do céu
e eu não sei quem te perdeu.

Pedro Abrunhosa 

Pedro Abrunhosa - eu não sei quem te perdeu (letra)

Clique no link :

https://youtu.be/Ibk_lizvLhU



Cesário Verde ///// Eu e ela



Cobertos de folhagem, na verdura,
O teu braço ao redor do meu pescoço,
O teu fato sem ter um só destroço,
O meu braço apertando-te a cintura;
 
Num mimoso jardim, ó pomba mansa,
Sobre um banco de mármore assentados.
Na sombra dos arbustos, que abraçados,
Beijarão meigamente a tua trança.
 
Nós havemos de estar ambos unidos,
Sem gozos sensuais, sem más ideias,
Esquecendo para sempre as nossas ceias,
E a loucura dos vinhos atrevidos.
 
Nós teremos então sobre os joelhos
Um livro que nos diga muitas cousas
Dos mistérios que estão para além das lousas,
Onde havemos de entrar antes de velhos.
 
Outras vezes buscando distracção,
Leremos bons romances galhofeiros,
Gozaremos assim dias inteiros,
Formando unicamente um coração.
 
Beatos ou pagãos, vida à paxá,
Nós leremos, aceita este meu voto,
O Flos-Sanctorum místico e devoto
E o laxo Cavalheiro de Flaublas...
  

Cesário Verde

Nasceu a 25 Fevereiro 1855
(Lisboa)
Morreu a 19 Julho 1886
José Joaquim Cesário Verde foi um poeta português, sendo considerado um dos precursores da poesia que seria feita em Portugal no século XX.