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sábado, 30 de janeiro de 2010

COMO EXISTE POESIA...




CORRIDA INFINITA

Todas as vezes que te procurava
Era para correr como um desesperado
Atrás de uma sombra que sempre corria mais.
Era uma corrida contínua e sem esperança
Ainda mais que uma voz me perseguia
Gritando com feroz autoridade
Que seria melhor esquecer antes que fosse tarde,
Mas, teimosamente, ainda assim persistia
E nem a corrida nem o pesadelo acabava
E lembro que era a vida que acabava
Sem que jamais conseguisse te esquecer.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

NO MEU OLHAR ESTOU AUSENTE, NADA ME PRENDE

Quinta-feira, Janeiro 28, 2010

Cisne



Amei-te? Sim. Doidamente!
Amei-te com esse amor
Que traz vida e foi doente...

À beira de ti, as horas
Não eram horas: paravam.
E, longe de ti, o tempo
Era tempo, infelizmente...

Ai! esse amor que traz vida,
Cor, saúde... e foi doente!

Porém, voltavas e, então,
Os cardos davam camélias,
Os alecrins, açucenas,
As aves, brancos lilases,
E as ruas, todas morenas,
Eram tapetes de flores
Onde havia musgo, apenas...

E, enquanto subia a Lua,
Nas asas do vento brando,
O meu sangue ia passando
Da minha mão para a tua!

Por que te amei?
— Ninguém sabe
A causa daquele amor
Que traz vida e foi doente.

Talvez viesse da terra,
Quando a terra lembra a carne.
Talvez viesse da carne
Quando a carne lembra a alma!
Talvez viesse da noite
Quando a noite lembra o dia.

— Talvez viesse de mim.
E da minha poesia...

Pedro Homem de Mello



É preciso sentir novamente
a velha sensação de arrepio
a volta do desejo transparente,
forte e arrebatado.

É preciso, para que não me persigam
as lembranças inúteis
ou a tristeza de saber que o tempo presente
tende a se perder sem a ternura de um beijo
sem a paixão, a emoção, o sabor que a bebida,
a comida e a vida exige, requer,
e deve ter,
um corpo de mulher.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Este poema é para as minhas " amigas " do Brasil ......e não só , claro.

EU FIZ CHOVER...



Volto ao Rio
E o Rio, que não é mais o mesmo Rio,
Ainda é o Rio:
Maravilhoso, lindo, deslumbrante!
Comemoro a volta
Como um velho amante
Que descobre que o velho amor
È o mais novo que existe
E canto à Nossa Senhora de Copacabana
Que, meu coração não me engana,
É uma fonte de luz, de amor, de inspiração
E, ao som de um samba,
Passeio por suas ruas, curvas, vielas,
Segredos e doçuras
Para compreender com ternura
Que Rio de Janeiro
Teu nome verdadeiro é canção!

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

EU SOU DOIS

Há um anjo em mim
que toca banjo
Que voa, voa, baila
e não tem asas.
Há um anjo em mim
Que vê nas casas só prisão
E quer a liberdade, a liberdade,
a amplidão dos campos.

Há um anjo em mim que é um demônio
Que tocou fogo no meu coração
E faz da minha vida um inferno
Por não ter, da moda, um terno
E, eternamente, quer
possuir toda mulher.

Há um anjo e um demônio em mim
Que são assim irmãos
E se dão as mãos, os pés,
o sangue das veias
E se alimentam de amor
nas luas cheias.

domingo, 24 de janeiro de 2010

Promessa de amor



Construirei para ti uma casa terrestre,
feita de pão e luz e música,
onde caibas apenas tu
e não haja espaço para os intrusos

E quando, à noite nos amarmos,
como se amaram
o primeiro homem e a primeira mulher,
mandarei que repiquem os tambores

- para que saibam todos que voltaram ao mundo
o primeiro homem e a primeira mulher.

João Mello

Humana contradição



Não há formas de lavar meus desejos impuros
Nem me livro do combustível sólido de teu corpo
Que me incendeia com um prazer que me atormenta
Por saber que entre beijos meus pecados são aumentados.
Tu queres que te ame e jamais te amarei,
Embora enquanto teus olhos se perdem no infinito,
Minhas mãos reinventem no teu corpo uma paixão que não há
E, no entanto, me faz, por momentos, insanamente feliz...
Nos teus braços a minha mentira se torna deliciosamente
insignificante....
E as palavras que sussurras nos meus ouvidos
Como uma melodia até me faz crer que, realmente, te amo
Como se os sentimentos fossem insondáveis
E o perfume da tua pele pudesse apagar a razão.
Na escuridão, porém, mal o amor se acaba em ais
Só penso em me afastar cada vez mais
Do corpo que me enche a alma de vazios
E os sentidos de desejos.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Corpo



Teu corpo
não se
comporta
mas me
comporta

Tchello

Foto:Jan Emil Christiansen

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

nas ervas ...ou em qualquer sitio...

Nas ervas



Escalar-te lábio a lábio,
percorrer-te: eis a cintura
o lume breve entre as nádegas
e o ventre, o peito, o dorso
descer aos flancos, enterrar

os olhos na pedra fresca
dos teus olhos,
entregar-me poro a poro
ao furor da tua boca,
esquecer a mão errante
na festa ou na fresta

aberta à doce penetração
das águas duras,
respirar como quem tropeça
no escuro, gritar
às portas da alegria,
da solidão.

porque é terrivel
subir assim às hastes da loucura,
do fogo descer à neve.

abandonar-me agora
nas ervas ao orvalho -
a glande leve.

Eugénio de Andrade

Foto:Sergey Ryzhkov

Nunca o verão se demorara



Nunca o Verão se demorara
assim nos lábios
e na água
- como podíamos morrer,
tão próximos
e nus e inocentes?

Eugénio de Andrade

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Wednesday, January 20, 2010

OUTRA VEZ RAMÓN


TE DESHOJÉ COMO UNA ROSA

Juan Ramón Jiménez

Te dehojé, como una rosa,
para verte tu alma,
y no la vi.

Mas todo en torno
-horizontes de tierras y de mares-,
todo, hasta el infinito,
se colmó de una esencia
inmensa y viva.

Te desfolhei como uma rosa

Te desfolhei, como uma rosa,
para ver tua alma,
e não a vi.

Mas tudo em torno
-horizontes de terras e de mares-
tudo até o infinito,
se encheu de uma essência
imensa e viva.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

a parte que eu mais gosto....

Seios



Teus seios pequeninos que em surdina,
pelas noites de amor, põem-se a cantar,
são dois pássaros brancos que o luar
pousou de leve nessa carne fina.

E sempre que o desejo te alucina,
e brilha com fulgor no teu olhar,
parece que seus seios vão voar
dessa carne cheirosa e purpurina.

Eu, pare tê-los sempre nesta lida,
quisera, com meus beijos, desvairado,
poder vesti-los, através da vida,

para vê-los febris e excitados,
de bicos rijos, ávidos, rasgando
a seda que os trouxesse encarcerados.

Hildo Rangel

Foto:Michelle 7

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

SAAVEDRA



VESTIDA COMO EL CAMPO

Carlos Castro Saavedra

De verde te amo más, con el vestido
que se parece al campo cuando llueve,
y el campo se emociona y multiplica
su verdura por nueve.

Ataviada de selva, de árbol joven,
por mi casa mensual cantas, caminas,
y despreocupas las habitaciones
con tu aroma de encinas.

Pienso que te sembré, que soy labriego,
que tu seno es el fruto de mi arado,
y que te salen hojas de la vida,
y ramas del costado.

Te quiero más así, toda de verde
olorosa a madera, esperanzada,
como recién salida de la tierra
con la cara mojada.

Déjame recostar sobre tu falda,
soñar que me he perdido en tu follaje,
y que un hijo me busca como loco
debajo de tu traje.

Vestida como o campo


De verde te amo mais, com o vestido
Que se parece ao campo quando chove,
E o campo se emociona e multiplica
Teu verdor por nove.

Enfeitada de selva, de árvores jovens,
por minha casa mensal cantas, caminhas,
e desatenta dos quartos
com o teu aroma de carvalho.

Penso que és a semeadura, sou um agricultor,
e teu coração é o fruto do meu arado,
e que te saem folhas de vida,
e ramos dos costados.

Te quero mais, toda de verde
perfumada madeira, esperançosamente,
tão fresca da terra
com o teu rosto molhado.

Deixe-me deitar no teu colo,
sonhar que me perdi em tua folhagem,
e que um filho me busca como um louco
debaixo dos teus trajes.

Dama



Uma dama
em chama
me chama
pra cama

Tchello

Foto:Allan Jenkins

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010


ÉS O MUNDO

A doçura da tua boca,
O mel dos teus seios,
O açúcar de teu corpo
Me fazem pensar
Que o mundo é doce.

Breve ilusão! O mundo não é nada
Ou não passa de imensa abstração.
Na verdade, como o tempo,
É uma canção que passa.

No entanto estais aqui
E isto é o mundo:
O momento do amor e da ternura
O gozo dos sentidos!

E, quando tu desapareces,
O mundo some,
Pois, minha vida,
O mundo és tu:
Mulher, perfume e paixão!

Diz-me tu como te quero. Tu. Que me calaste as palavras Num beijo tão longo Que foste a minha boca Que foste respirar Que foste a minha voz. Diz-me tu como te desejo. Tu. Que me ardeste no corpo Num abraço tão apertado Que me tornaste e me deste Um desejo maior O desejo de nós. Diz-me tu como te amo. Tu. Que me tomaste as palavras Que me tornaste desejo E a quem em silêncio chamo E a quem ardendo amo. Diz-me tu, meu amor. Diz-me tu de nós.

domingo, 17 de janeiro de 2010

FOTOS, FITAS & FLORES

Variações sobre flores

Entre as orquídeas
Os teus lábios entreabertos
Carnudos, vermelhos, tentadores
São a mais bela flor.
Bem os vejo,
Beija flor sedento,
Mas quando beijá-los tento
O vôo, o mel, o sonho perdi.
Enorme é a distância
Da realidade, do mar, de ti....
Que tão próxima
Jamais conheci.

sábado, 16 de janeiro de 2010

Conheço o sal



Conheço o sal da tua pele seca
depois que o estio se volveu inverno
da carne repousando em suor nocturno.

Conheço o sal do leite que bebemos
quando das bocas se estreitavam lábios
e o coração no sexo palpitava.

Conheço o sal dos teus cabelos negros
ou louros ou cinzentos que se enrolam
neste dormir de brilhos azulados.

Conheço o sal que resta em minha mãos
como nas praias o perfume fica
quando a maré desceu e se retrai.

Conheço o sal da tua boca, o sal
da tua língua, o sal de teus mamilos,
e o da cintura se encurvando de ancas.

A todo o sal conheço que é só teu,
ou é de mim em ti, ou é de ti em mim,
um cristalino pó de amantes enlaçados.

Jorge de Sena

Foto:Paul Bolk

Um poeta não fode, ama



Um poeta não fode, ama.
Um poeta faz da página cama
Onde se deita, se contorce
Se abre e se sacia.
Um poeta toca as palavras
Como se acariciasse o corpo
E o poema cresce
E o poeta é verso
Que rola na página cama
Onde o poeta não fode, mas ama
E acaricia o corpo/verso
E o orgasmo que tem
É a poesia!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010




Sobrevivente

o truque para
sobrevivente
não é
ter o corpo de aço
para bater
na rua dura
como se fosse
um chicote

mas
para temperar
o coração
e se rebelar
dos eixos
da dor
só por meio de
mãos macias
que nos toquem
levemente

com amor

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

por favor.....

SEM IMPORTUNAR, POR FAVOR


Tentei,
Sem sucesso,
Controlar minha vida.
Acabei assim
Vivendo um terço,
Uma metade,
Quem sabe...

Sei
Que do meu destino
Não sei eu.
Talvez meu corpo,
Que esconde surpresas
Nem sempre agradáveis,
Ou outro, inesperado,
Que me assalta,
Em qualquer parte,
E se torna senhor
Da minha vida.

Infelizmente
Sou tão frágil
Que um simples dedo
Ou uma lâmina qualquer
Me torna uma vaga lembrança.

Muito mais cruel,
Porém é quem,
Igual a ela,
Com beijos e carinhos desmedidos
Me deixou vivo
E sem sentido.

Por favor,
Quem quiser doravante
Seja rápido:
Mate-me sem carinhos, beijos,
Perguntas ou desculpas.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010


Amor é bicho instruído



Amor é bicho instruído
Olha: o amor pulou o muro
o amor subiu na árvore
em tempo de se estrepar.
Pronto, o amor se estrepou.
Daqui estou vendo o sangue
que escorre do corpo andrógino.
Essa ferida, meu bem
às vezes não sara nunca
às vezes sara amanhã.

Carlos Drummond de Andrade

Foto:Sabine Schönberger

CANÇÃO DA HORA INESPERADA

Se não és um fantasma,
Se não tenho ilusão,
Por favor,
Não, não diga nada,
Nada de explicação.
Me dá só tua mão,
Me olha com o mesmo olhar
Que vou por a música pra tocar.
Só te dou permissão
Para um copo de vinho,
Um carinho, um beijo, talvez,
Antes de dançar.
Como pode ser a última vez
Só preciso que saiba
Que, hoje, me fez
Muito feliz.

domingo, 10 de janeiro de 2010

ENTENDA....


SE POSSÍVEL


Rabindranath Tagore



O presente do amor não pode ser dado,
ele espera ser aceite.....


Poema do que tinha de ser

O fato é que de ti só quero
o que tens de diferente, de parecido e de melhor,
Mas, o pior, contigo, é muito bom também.
Nem quero saber das coisas que não quiser me dizer
Embora esteja doido para te dizer
Muito mais do que queres saber:
Palavras amorosas, dengos e mesmo desejos pervertidos,
Que trago comigo.

Ah! Me pego pensando no teu rosto
Como será quando estiveres alvoroçada
Por pegar teus seios,
Que receios terás
Se te lamber mais do que devo
Numa fantasia única
De que és sorvete
Que sonhei quando criança.

A realidade é que, perto de ti,
Todo olhar meu é pornográfico
Como um gráfico
De uma realidade inevitável,
De um destino
Que não se pode fugir.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Quinta-feira, Janeiro 07, 2010

Cântico ao amor



Somos na obra do Mundo
um corpo em carne e desejo
que alimenta de alquimia
o tumulto do vento
que o tempo do teu corpo espalha
ao passar.

És mar,
és rainha
és o sol da tarde confidente
és acácia perfumada
companheira coroada
voz de inquietação
és insónia de seda
nas paredes do meu corpo.
Sulcas a lembrança
batalhas a meu lado
vives comigo às escondidas
mesmo no dia
do meu suicídio.

Recordas-me a tarde
nos Champs Elysées
mas também em Roma, Veneza ou Madrid
minha companheira coroada
minha acácia perfumada
trazes a tarde incendiada trazes
a tarde no teu olhar
lembras a praia
onde nas ondas mergulhámos,
vem contigo a madrugada
beijada de carícias,
meus olhos não se cansam
são fruto do teu reino
oh sempre bela
oh sempre rainha,
tua palavra determinante
tuas mãos determinadas
tua alma vibrante
tua boca de eternidade
minha acácia perfumada
minha coluna rainha
falas comigo baixinho
dás-me tua vontade em surdina.

Se tens trinta, quarenta ou cinquenta,
os anos que importam
vem esta tarde comigo
dádiva natural
minha rainha da noite
rainha coroada
vem sem eu saber
se Deus existe ou morreu
minha acácia perfumada
traz teus olhos de luar
traz tuas mãos abençoadas
traz teu andar sufocante
dá-me a tua última palavra
deixa-me beijar teu rosto
vem repartir nosso fado
vem rosa branca de amor
vem minha acácia florida,
vem!
Antes que o céu se levante.

Carlos Melo Santos

Imagem retirada do Google

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Tu eras também uma pequena folha



Tu eras também uma pequena folha
que tremia no meu peito.
O vento da vida pôs-te ali.
A princípio não te vi: não soube
que ias comigo,
até que as tuas raízes
atravessaram o meu peito,
se uniram aos fios do meu sangue,
falaram pela minha boca,
floresceram comigo.

Pablo Neruda

Foto:Yuri B

Agora canto.....

COMO SE FOSSE UMA CANTIGA

EU NÃO SABIA SABIÁ

Eu não sabia sabiá
Eu não sabia
Como o amor doía
Eu não sabia
E com o amor fui brincar
Agora canto que é pra não chorar

Voa sabiá, voa
Que quem tem asas
Tem é que voar

Voa sabiá, voa
Que quem perde o amor
Tem é que chorar

Eu não sabia sabiá
Eu não sabia
Como o amor é bom
Eu não sabia
E se choro é com a alegria
De quem ainda vai voltar a amar

Voa sabiá voa
Que não se ama
Tanto assim à-toa

Voa sabia voa
Que só com amor
É que a vida é boa.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

POEMA DA ESPERA


Talvez seja melhor
Que não venhas.
Ou, melhor ainda se nunca
tivesses vindo.

Porque se assim fosse
Não sentiria
O que estou sentindo
Tamanha ausência de significado.

Talvez seja melhor
Que não venhas.
Podes não ser
Mais nada do que foi
E só matar
O que houve entre nós dois.

Tanto tempos separados
Deve fazer diferença
E se, de repente,
Somos dois estranhos?

Não, é melhor que não venhas.
Melhor permanecer, como agora,
Sem saber por quais caminhos,
Lugares e bancos
Os teus sonhos repousam.

No entanto há uma parte de mim
Que insiste
Em que, de fato, jamais partistes.
E ainda sonha
Com os dias gloriosos
De tua volta
E me sussura
Que não te esquecerei.

Talvez seja melhor que não venhas-
Repito, ansioso, por ouvir tua voz rouca
Me chamar, novamente, de “Meu lindo”

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010






CADA UM COM O SEU



Destino

É minha sina escrever versos
E os escrevo vários, dispersos.
Sou só Persivo. Não sou perverso
E tenho o sentimento do universo,
O que me afeta a razão perdida.
Em cada amor e solidão sentida
Percebo, só depois com a despedida,
Que muito melhor que os versos é a vida!