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quinta-feira, 31 de janeiro de 2019

Outra poesia de Walter Cruz







Outra poesia de Walter Cruz


Te dejo...                                            
Walter Cruz

una larga caricia de mi alma a tu cuerpo,
una suave presencia de manos por tu espalda...
un calido contacto de encendida belleza,
como tu piel de rocio...
como tus ojos de agua...
No detengas su marcha,
ni te niegues al signo de su ritmo constante...
son mis manos que buscan tus lugares mas dulces,
son mis manos, mi boca...
...mi explosion y tu calma.

Te deixo

Uma larga carícia de minha alma no teu corpo,
Uma suave presença das mãos por tuas costas...
Um cálido contato de acendida beleza
Como tua pele de orvalho...
Como os teus olhos de água...
Não detenhas sua marcha,
Não te negues ao signo do seu ritmo constante...
São minhas mãos que buscam teus lugares mais doces,
São minhas mãos, minha boca...
...minha explosão e tua calma.

Ilustração: o coração da ponta do lápis.

De Isabel Sousa / Lua diurna //// poema encomendado






POESIA

queria fazer.te um poema
que te gritasse baixinho:
não desistas...
meu amor
por favor
não desistas
Há um principio do fim
na desistência
e o Amor
que se cala na ausência
já não se detém
na ilusão
da aparência
que se tornou vulgar
e sem sentido.
amar é respeitar
é bem querer
não é um entretem
nem um lazer
e se assim for
não deve ser
não se pode amar todos e a ninguem
porque o amor que é amor
..à alma vem
implode sem razão que o defina
é a morte ou
é a vida....
e a vida que se tem
em quem se ama
não pode ser um sonho envenenado
tem que ser de verdade
e p'ra valer
um tudo ou nada
que se entregue
a outro ser....
doado
e consentido
pode ser até um sonho
entontecido
um beijo de ternura embriagado
mas nunca
(ou tão só somente)
um poema encomendado
Isabel Sousa(Lua Diurna)
A imagem pode conter: 2 pessoas, incluindo Antonio Maria, pessoas sentadas e interiores

Ester L. Cid








Nu jasmim
Despes-me
e
nesse nu jasmim
as
borboletas
que pairam no teu olhar
percorrem-me o corpo
numa busca certa do que é incerto

sonho consentido
entrega de dois corpos
um raio de lua perdido

oásis em seco deserto
mares agitados de prazer

chuva fria aquecida
com o teu corpo no meu

onde dentro me lavras
planícies semeadas
em campos férteis da tua seiva
em melodia de ventos
que me percorrem
suspiros
de orgasmos

neste acordar prometido
maior do que a madrugada.

Ester L. Cid   

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segunda-feira, 28 de janeiro de 2019

Outra poesia de Tuti Curani







Outra poesia de Tuti Curani





Te banqué la etiqueta

Tuti Curani

Te banqué la etiqueta
de navegadores de lo contemporáneo
cuando me dijiste que lo posmoderno era negativo
y yo te respondí que peor era neobarroco.
Te banqué la etiqueta
cuando me pediste que no pensara
ni qué era eso que estábamos haciendo
perdendo el tiempo juntos a medias.
Te banqué la etiqueta
cuando las calles del centro se abrieron
y la noche no fue para nada amable
escuchando el sonido de una ideia al romperse.
Te banqué la etiqueta
cuando llorando me decías no sé qué me passa
por qué me persigue esta niebla
o por qué no me sale estar tranquilo.
Te banqué la etiqueta
cuando se habían vaciado todas las botellas
y nuestros amigos ya se habían ido
y el frío que entraba por tres centímetros de una ventana aberta
se llevaba toda posibilidad de palabras.
Te banqué la etiqueta
cuando ya después de tanto años
no hubo maniobra que fuera a salvarnos
de no sentir más nada entre nosostros.

Banquei a tua marca

Banquei a tua marca
de navegadores do contemporâneo
quando me disse que o pós-moderno era negativo
e eu te respondi que o neobarroco era pior.
Banquei a tua marca
quando me pediste que não pensasse
nem o que era isso que estávamos fazendo
perdendo o tempo juntos de qualquer jeito
Banquei a tua marca
quando as ruas do centro se abriram
e a noite não foi nada amável
escutando o som de uma ideia ao se quebrar
Banquei a tua marca
quando chorando me dizias não sei o que se passa comigo
por quê essa névoa me persegue
ou por quê não consigo ser tranquila
Banquei a sua marca
quando haviam esvaziado todas as garrafas
e nossos amigos já tinham ido embora
e o frio que entrava pelos três centímetros de uma janela aberta
levava toda a possibilidade de palavras.
Banquei a tua marca
quando já depois de tantos anos
não houve manobra que fosse nos salvar
de não sentir mais nada entre nós.

Ilustração: Picdeer.

Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos" (heterónimo de Fernando Pessoa)







Quando Vier a Primavera Quando vier a Primavera,  Se eu já estiver morto,  As flores florirão da mesma maneira  E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.  A realidade não precisa de mim.  Sinto uma alegria enorme  Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma. Se soubesse que amanhã morria  E a Primavera era depois de amanhã,  Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.  Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?  Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;  E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.  Por isso, se morrer agora, morro contente,  Porque tudo é real e tudo está certo.  Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.  Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.  Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.  O que for, quando for, é que será o que é.  Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos" (heterónimo de Fernando Pessoa)





Cidália Ferreira.







Quando olho o horizonte e te imagino.

Nublados pensamentos até ao horizonte
Por onde vagueei ao pôr-do-sol,
E na brisa, anunciando a tempestade
Abanando, secos ramos, e nada existe
Apenas pensamentos sem importância
De quem, por teimosia, não desiste
Mas a ilusão, pode apenas, ser uma ponte
*
Olho em volta e o silêncio me conforta
Apenas o murmurar das águas, e eu
E quem no pensamento teima em ficar
Porque não quero que saias, tu és meu,
E nas marés de tempestade me alivias
Dando à minha vida outro sentido
E se falam de mim, pouco me importa

Águas serenas, silêncio, e a meditação
Olhares distantes para além da realidade,
E entre palavras que ficam por dizer
É o sufoco, ou pode ser a saudade
Que entra e se instala no meu peito
Quando olho o horizonte e te imagino,
Ao pôr-do-sol... entrando no meu coração.

Cidália Ferreira.

sábado, 26 de janeiro de 2019

(as flores... EE Cummings






Foto: Mikhail Faletkin















































minha senhora é um jardim de marfim, 
cheio de flores. sob a silenciosa e grande flor  da cor sutil que é o cabelo  dela, o ouvido dela é uma flor frágil e misteriosa,  suas narinas  são flores tímidas e requintadas  movendo habilmente  com a mínima carícia de respiração, seus  olhos e sua boca são três flores. Minha senhora  é um jardim de marfim  seus ombros são suaves e brilhantes  flores  embaixo das quais estão as novas e afiadas  flores de seus seios pequenos inclinando-se para cima com amor  sua mão é cinco flores  em sua barriga branca há uma flor inteligente em forma de sonho  e seus pulsos são os mais flores mais maravilhosas meu 

Senhora está cheia de 
flores 
Seus pés são mais finos 
Cada um é cinco flores Seu tornozelo 
é uma flor 
Minutos joelhos da minha senhora são duas flores  Suas coxas são enormes e firmes flores da noite  e perfeitamente entre  eles avidamente dormindo  é  a flor repentina de espanto completo  minha senhora que está cheio de flores  é um jardim de marfim. E a lua é um jovem  que eu vejo regularmente, sobre o crepúsculo,  entrar no jardim sorrindo para  si mesmo.


 EE Cummings






quinta-feira, 24 de janeiro de 2019

[Quando vier a primavera,], Alberto Caeiro - Pedro Lamares



[Quando vier a primavera,], Alberto Caeiro - Pedro Lamares







Quando Vier a Primavera Quando vier a Primavera,  Se eu já estiver morto,  As flores florirão da mesma maneira  E as árvores não serão menos verdes que na Primavera passada.  A realidade não precisa de mim.  Sinto uma alegria enorme  Ao pensar que a minha morte não tem importância nenhuma. Se soubesse que amanhã morria  E a Primavera era depois de amanhã,  Morreria contente, porque ela era depois de amanhã.  Se esse é o seu tempo, quando havia ela de vir senão no seu tempo?  Gosto que tudo seja real e que tudo esteja certo;  E gosto porque assim seria, mesmo que eu não gostasse.  Por isso, se morrer agora, morro contente,  Porque tudo é real e tudo está certo.  Podem rezar latim sobre o meu caixão, se quiserem.  Se quiserem, podem dançar e cantar à roda dele.  Não tenho preferências para quando já não puder ter preferências.  O que for, quando for, é que será o que é.  Alberto Caeiro, in "Poemas Inconjuntos" (heterónimo de Fernando Pessoa)



Hamilton Ramos Afonso







A Estátua
Sempre tive as minhas mãos vazias
bem estendidas em tua direcção...
...vazias de bens materiais ,
para que estivessem disponíveis
para acolherem as tuas …
e rechear esse entrelaçar com o perfume da solidariedade,
a força do meu amor, e a tolerância para o teu descrer na vida...
Por ti, substituí a tua Fé perdida,
ajoelhei perante Ele, ergui as minhas preces,
sem pedir nada para mim,
nem sequer a intercepção pelo teu amor,
escrevi em versos a minha prece,
perpetuada em azulejo em local público,
gesto que tu teimas em escarnecer,
negando a evidência que apenas tu não vês...
Afinal vi-me transformado em estátua ,
com as mãos estendidas para o vazio,
encontrando apenas o dedo em riste
e mãos fechadas , com os punhos cerrados
para que não visse
que o que tu tinhas para me oferecer
eram apenas duas mãos vazias de nada,
sem afecto,
sem solidariedade,
sem sequer tolerância para escutares
o que tinha para te dizer, tal a violência
que o dedo em riste trazia , na sua raiva acusadora
sem saber as razões de tanta ira...
Continuo a substituir a tua Fé,
que perdeste,
sem nada pedir para mim,
a não ser a misericórdia
da força para te esquecer ,
e deixar de ver o teu fantasma
com a máscara da ira a substituir-te o rosto
com o dedo em riste , inquisidor...
Hamilton Ramos Afonso  


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quarta-feira, 23 de janeiro de 2019

Ricardo- águialivre







Gotas frias de quente afecto



Quando o teu olhar fica preso ao pensamento
E o teu sentido voa nas frestas do imaginário
Ouvem-se cânticos de fantasia no firmamento
Lindos sorrisos escritos em letras de sumário
.
Quando os teus lábios oferecem o doce beijo
E os meus se desabotoam para esse, receber
É a chuva que traz essa motivação de desejo
Nas entrelinhas d´um feliz carinho por viver
.
Quando se afogam mágoas nas águas geladas
Em que pelo desacato de ideias abandonadas
Se passeia pelos vales de um sentido discreto
.
Quando o amor se esconde atrás do imperfeito
Todas as palavras são ocas no seu nobre efeito
Caindo a água em gotas frias de quente afecto
.

terça-feira, 22 de janeiro de 2019

Pablo Neruda





Eu te amo aqui
Nos pinheiros escuros, o vento se desenrola.
A lua brilha nas águas errantes.
Eles andam nos mesmos dias perseguindo um ao outro.
(...)
Mas a noite chega e começa a cantar para mim.
A lua gira suas filmagens do sono.

Aqui Te Amo - Pablo Neruda (Poema 18)


domingo, 20 de janeiro de 2019

Hugo Williams






Foto: Robert Doisneau






















Que lindo seria esperar por você novamente  
no lugar habitual,  
sem olhar para a porta,  
vigiando o longo espelho,  
sabendo que, se você se atrasar  
, não será tarde demais,  
sabendo que tudo o que tenho a fazer  
é Espere um pouco mais  
e você estará empurrando os outros clientes,  
sem fôlego, apologético. 
Onde você esteve, pelo amor de Deus? 
Eu estava começando a me preocupar. Quanto tempo nós dissemos que esperaríamos se um de nós ficasse  retido? Tem sido tão longo e ainda não há sinal de você. Com o passar do tempo, eu procuro outros rostos no bar,  reorganizando suas características  até que sejam versões monstruosas de você, 

suas cabeças balançando de um lado para outro  
como cabeças em varas. 
Sua ausência avança para 
frente  até estar ao meu lado. 
Agora tomou um assento que eu estava salvando. 
Agora estamos cara a cara no longo espelho.

 Hugo Williams





sábado, 19 de janeiro de 2019

Nuno Júdice







Photo: Erwin Blumenfeld



































Faço uma linha a meio do corpo, como num
tratado de tordesilhas, para dividir o que me
pertence e o que apenas pertence ao espelho
que te reflecte, quando passas a meio do quarto,
e de um lado és presente e material aos
meus olhos, e do outro lado és só imagem,
como se estivesses a entrar numa espécie de
realidade em que não existe hoje nem ontem,
mas apenas a beleza que dura para além do
tempo e das circunstâncias em que te vejo.

É um tratado que faço entre mim e mim para
te dividir, e saber que este corpo que hoje
possuo logo deixará de me pertencer quando
o deitar no poema, como alguma vénus de
rubens ou banhista de renoir, envoltas
em véus ou em arbustos, à luz das velas ou
do sol. E sinto o que tenho quando te perco,
e o teu corpo se imprime para lá dessa linha
abstracta que te separa de ti própria, quando
em ti se juntam a realidade e o seu reflexo.

Mas se tiro da tua frente esse espelho, é
dentro de mim que tu te reflectes, e sou eu
o espelho em que entras para deixares de
fazer parte de mim, e seres quem aqui vive,
e para sempre respira neste último verso.


Nuno Júdice

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

Susana Maurício






NOITE DE LUA CHEIA
Sou loba em noite de lua cheia.
Meu corpo se transforma,
de loba em Mulher com cio.
O ventre escalda,
as entranhas fervilham,
de puro desejo animal.

Uivo como louca ao luar.
Longe reconheces o som...
... deste meu uivar.
Corres... a mim vens.
Olhas... não me reconheces.
Cheiras-me e vejo
o meu lobo em Homem
... se transformar.

Sensações novas,
... tão desconhecidas.
Mãos, bocas, olhos,
misturam-se, tocam-se.
Novas posições juntos inventamos,
nesta nova forma que ambos...
... tomamos.
Minha pele sedosa tua língua...
... percorre e encontra,
a gruta em mim escondida.
Gemo... uivo... não sei qual é o tom.

Boca na boca, gulosos e sequiosos,
vejo teu falo que nunca toquei..
Acaricio, saboreio... delicio-me,
...e deixo-te rouco de prazer.
Gemes... uivas... também não o sei.
Corpos desconhecidos,
pelo cheiro, por nós reconhecidos.
Sou tua Loba e tu meu Lobo.
Hoje por magia, humanos ficámos,
e foi com doçura que nos...
... entregámos.

Orgasmo atingindo,
juntos abraçados.
Ternura, afecto... sentires,
nunca sentidos,
que nos inebriaram.
Num instante,
a lobos voltámos.
Juntos ao luar uivámos.
Gotas salgadas escorriam,
por nossos focinhos.

Animais que somos,
já com "saudade"...
... de lamento uivámos,
e sem saber o que era e como,
lágrimas vertemos.
A forma humana ansiámos,
mais vezes alcançar...
... para deste modo acasalar.

Olhámos a Lua e, tudo entendemos.
Uivámos alegres "gritando"...
Vem Lua Cheia!
Vem depressa e que a magia 
se faça, de novo, em nós presente.
Vem Lua Cheia!!!
Vem Lua... plena de Magia!

Susana Maurício    

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Bruno de Paula







ÉS ...
Não tenho em mim a solidão.
Apenas o desejo de teu corpo
e do perfume das flores.

Desejo de tocar-te com meus olhos.
Partilhar meu mundo.
Caminhar pelo teu.

Ter o céu aos meus pés,
quando em pensamento,
me chegas sorrindo.

És, meu porto seguro.
Meu norte.
Meu destino em mar calmo e bravio.

És, a pele que me aquece.
A brisa que me conforta.
O silêncio que me seduz.

És, a alegria de um dia de chuva.
Meu poema inacabado.
Alma que me sente ...

Bruno de Paula  

A imagem pode conter: 1 pessoa, sentado e interiores

quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Vóny Ferreira__autora






Diva(go) em ti nos momentos mais íntimos e acho-te na pele dos pensamentos com a mesma fragrância que vai perfumando os meus sonhos. O tempo escorre.me por entre os dedos, sabes? E tudo perde o sentido quando reapareces no bordado da distancia, como aquele avião gigantesco que corta ao meio as nuvens do céu, e que ao comum dos mortais parece uma miniatura...
Diva... que divagação me tira ou coloca dentro dos teus pensamentos? Mandaste-me olhar as cores para descontrair, lembras-te? sem te aperceberes que apenas o teu toque mágico de flauta me poderá devolver a leveza das horas que ainda terei que passar longe de ti...
Ah, amor, meu amor... soubera eu como dizer-te o quanto as horas parecem anos e os dias séculos... longe de ti, quando o dia se aproxima (finalmente...)


Vóny Ferreira__autora
M.Ivone B.S.Ferreira___mibsf   

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Angel González





La Vida é um juego
Angel González

Donde pongo la vida pongo el fuego
de mi pasión volcada y sin salida.
Donde tengo el amor, toco la herida.
Donde pongo la fe, me pongo en juego.
Pongo en juego mi vida, y pierdo, y luego
vuelvo a empezar, sin vida, otra partida.
Perdida la de ayer, la de hoy perdida,
no me doy por vencido, y sigo, y juego
lo que me queda: un resto de esperanza.
Al siempre va. Mantengo mi postura.
Si sale nunca, la esperanza es muerte.
Si sale amor, la primavera avanza.
A vida em jogo
Onde ponho a vida, ponho o fogo

de minha paixão focada e sem saída.

Onde ponho o amor, toco a ferida.
Onde ponho a fé, me ponho em jogo.
Ponho em jogo minha vida, e perco, e logo

começo outra vez, sem vida, outra partida.

Perdida a de ontem, a de hoje perdida,

não me dou por vencido, e sigo, e jogo
o que me sobra: um resto de esperança.

E sempre vou em frente. Mantenho minha postura.
Sem sair nunca. A esperança é a morte.
Se sai o amor, a primavera avança.