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quinta-feira, 28 de fevereiro de 2019

........... Música ...................




THE TEMPTATIONS - THE WAY YOU DO THE THINGS YOU DO


((     AS TENTAÇÕES - A MANEIRA QUE VOCÊ FAZ AS COISAS QUE VOCÊ FAZ  ))




Eu amo esta música porque me faz sorrir e dançar, cantando... Esta música toca meu coração. :)

Cicatrizes





Cicatrizes

Uma das árvores perto de casa tem uma longa cicatriz. Imagino a fenda que lhe deu origem, a seiva a deslizar vagarosa, quase hesitante, pelo tronco, para se ocultar no interior húmido da terra. Depois, o trabalho da natureza para cerzir o rasgão e a marca da imperfeição que ali está, eterna e transitória, perante os meus olhos. Como as árvores, também os homens, pensei então, têm as suas cicatrizes. Umas nasceram de feridas que sangraram, outras nem tanto. Pergunto-me se terá cicatrizes a mulher que mora no prédio da frente e que todos os dias vejo, solitária e inquieta, a correr para o carro. Pior são as cicatrizes invisíveis, aquelas que costuram o lençol rasgado da alma. Se tivessem sangrado não passariam agora de um leve risco incerto na superfície da pele. As pessoas sentam-se na esplanada e cultuam o sol desmaiado do início da tarde. Talvez não tenham cicatrizes ou tenham perdido a alma nalguma das rotundas que florescem por aí.

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Músicas...



Alegria contagiante.....


David BYRNE & St VINCENT "estrada para lugar nenhum"






Homem invade concerto de orquestra e surpreende




Balada de Despedida do 5º Ano Jurídico 





.A música que me faz chorar, todas as serenatas. Só quem vive é que sabe!

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Miguel Torga






Quase um Poema de Amor

Há muito tempo já que não escrevo um poema 
De amor. 
E é o que eu sei fazer com mais delicadeza! 
A nossa natureza 
Lusitana 
Tem essa humana 
Graça 
Feiticeira 
De tornar de cristal 
A mais sentimental 
E baça 
Bebedeira.

Mas ou seja que vou envelhecendo 
E ninguém me deseje apaixonado, 
Ou que a antiga paixão 
Me mantenha calado 
O coração 
Num íntimo pudor, 
— Há muito tempo já que não escrevo um poema 
De amor


Miguel Torga   
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GRANDE TORGA

Fernando Pessoa





POEMA

AGUENTAR...
Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes,

mas não esqueço que a minha vida é a maior empresa do mundo.
E que posso evitar que ela vá a falência.
Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver
apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e
se tornar um autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar
um oásis no recôndito da sua alma .
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos.
É saber falar de si mesmo.
É ter coragem para ouvir um 'não'.
É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.

Pedras no caminho?

Guardo todas, um dia vou construir um castelo...

(Fernando Pessoa)

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Cantando na chuva (Singuin 'na chuva, Stanley Donen, Gene Kelly, 1952)



Memórias :

Morreu Stanley Donen, realizador de inesquecíveis filmes musicais  (  24/02/2019 )

Cantando na chuva (Singuin 'na chuva, Stanley Donen, Gene Kelly, 1952)








Filme lançado em de1952 abril inspirado na série da Broadway Melodies Hollywood, seguindo os esquemas clássicos Metro Goldwing Mayer. O que chama a atenção do argumento está mostrando um filme dentro de outro, mostrando-nos a complexidade que marcou a mudança de filmes mudos ao som, simples como pode ser visto a partir do exterior, e como foi o fim de uma carreira eo surgimento de outro . Mas, apesar da grande fama do filme, o aspecto mais marcante deste não é a história ou personagens, se não dançar Gene Kelly na chuva ao som de uma canção cena que não foi incluído no roteiro original, mas foi adicionado mais tarde para dar sentido ao título do filme. Gene Kelly atuou neste filme não só como ator, bailarino e coreógrafo, mas ele também era o diretor, juntamente com Stanley Donen,

................... Rapidinhas. ...............

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Sorriam  :

Uma galinha diz para a outra: ontem à noite estive com febre.
Como é que sabes?
Porque pus um ovo cozido.


A primeira vez que uma minhoca viu um prato de esparguete, exclamou excitada:
- Ena, que grande bacanal!


Um homem, ao ver o gato do vizinho andar sempre de um lado para o outro, pergunta ao vizinho:
- Ó vizinho, o seu gato anda doente?
- Não! É que ele foi capado e agora anda a desmarcar compromissos!



Uma pulga encontra outra toda friorenta e pergunta-lhe:
- Então, o que é que se passa?
- Olha, - responde-lhe a outra - fui ao cinema e apanhei boleia do bigode de um gajo. Gelei! - Ena pá!
Da próxima vez, faz como eu! Vem nas mamas de uma mulher!
No dia seguinte encontram-se novamente e a pulga lá está de novo a tremer.
A outra pergunta-lhe: - Então, não fizeste o que eu te disse?
- Eu fiz pá. Mas quando acordei já estava no bigode do homem!

BOA SEMANA!!!


Nuno Júdice






Braille


Leio o amor no livro
da tua pele; demoro-me em cada
sílaba, no sulco macio
das vogais, num breve obstáculo
de consoantes, em que os meus dedos
penetram, até chegarem
ao fundo dos sentidos. Desfolho
as páginas que o teu desejo me abre,
ouvindo o murmúrio de um roçar
de palavras que se
juntam, como corpos, no abraço
de cada frase. E chego ao fim
para voltar ao princípio, decorando
o que já sei, e é sempre novo
quando o leio na tua pele.

Nuno Júdice

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terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

Antonio Ramos Rosa





Photo: Henri Cartier-Bresson






























A leitora abre o espaço num sopro subtil.
Lê na violência e no espanto da brancura.
Principia apaixonada, de surpresa em surpresa.
Ilumina e inunda e dissemina de arco em arco.
Ela fala com as pedras do livro, com as sílabas da sombra.

Ela adere à matéria porosa, à madeira do vento.
Desce pelos bosques como uma menina descalça.
Aproxima-se das praias onde o corpo se eleva
em chama de água. Na imaculada superfície
ou na espessura latejante, despe-se das formas,

branca no ar. É um torvelinho harmonioso,
um pássaro suspenso. A terra ergue-se inteira
na sede obscura de palavras verticais.
A água move-se até ao seu princípio puro.
O poema é um arbusto que não cessa de tremer.



António Ramos Rosa




............ Eu sei. ................






Chamei-te não vieste, mas ...:.Eu sei que tu existes, eu sei ... Porque já te toquei, contigo sonhei, minha via te dei e da tua me alimentei // Eu sei que tu existes, eu sei ... Quis ver o teu sorriso e os meus olhos fechei, a rezar olhei para ELE e para ti me virei // Eu sei que tu existes, EU SEI ❤

VERDI É ETERNO !!! DESEMPENHO DIVINO !!! BRAVO !!! CORO FANTÁSTICO !!!





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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Piadas e adivinhas idiotas






Piadas e adivinhas idiotas



Porque é que se um astronauta matar outro no espaço não é preso?
– Porque é um crime sem gravidade.

Estão duas bolas de Berlim num precipício, uma vira-se para a outro e diz:
– Estás com medo?
Responde a outra:
– Não é medo, é recheio.

Está uma mãe e uma filha a dormir no corredor, que horas são?
– Falta um quarto para as duas.

Estão dois espelhos a conversar e um vira-se para o outro e diz:
– Qual é o significado da vida?
Responde o outro:
– Deixa-me reflectir.

Qual é a semelhança entre um padre e um martelo?
– Ambos pregam.

Como é que se tira leite a uma gata?
– Tira-se a pia da frente.

O que faz uma hortaliça surda?
– Finge couve.

Como é que as freiras secam a roupa?
– Convento.

O que é um pontinho amarelo no céu?
– Um Yellowcóptero.

O que se faz para diferenciar um gato de um relógio?
– Atira-se os dois à parede, o que miar é o gato.

Porque é que na Polónia ninguém se perde?
– Porque há muitas polacas.

Qual é o símbolo químico da água benta?
– H Deus O.

BOA SEMANA!!

Loveless / sem amor...






adoro esta canção, do primeiro disco de lloyd cole após os commotions,
e acho loveless... full of love. nunca percebi a razão de gostar tanto de
canções tristes - e de estas me porem alegre quando as ouço. neste caso
penso que será também pelo grande poema escondido na letra.






Você mente no calor de uma neblina de verão 
e transforma isso em um conto de inverno 
Você puxa as persianas e fecha o céu 
e faz o que pode para transformar a coisa toda cinza 
você está chorando e implorando e você é o inferno apenas para estar com 
e você é tudo que eu sempre precisarei 
então por que você diz que me ama quando você não ama? 
Você recai no jeito inglês 
de sentir somente culpa Porque você não sente dor 
Você senta e olha para a página vazia 
E então você a enche de verso, Torna tudo pior, 
você mente e engana sua própria mente, acreditando 
que você não precisa de nada ou ninguém 
então por que você diz que me ama quando você don ' t? 
e por que eu deveria sentir azul quando eu faço? porque?
Você mente no calor de uma névoa de verão 
e a transforma em um conto de inverno 
Você cai no jeito inglês 
de sentir somente culpa Porque você não sente dor 
Você está chorando e implorando e você é o inferno Apenas para estar com 
você É tudo que eu sempre precisarei 
Então por que você diz que me ama quando não me ama? 
Por que eu deveria sentir ... e quem vai amar o sem amor, se não você? 

porque? porque?

Maironis




























A terra está dormindo. No entanto, o céu 
com seus brilhantes olhos prateados está brilhando.
As asas do sono sussurrando
Não consigo acalmar um coração jovem para sonhar. 
A noite não vai embalar a estrela para dormir. O coração não cessará de desejar bênçãos. Quem sabe o que a alma pode buscar Quando está perdido na reminiscência? Um nascer do sol brilhante vestido de ouro vai apagar os fogos noturnos. O coração nunca descansará, Nenhum raio de esperança perfurará sua escuridão ... Maironis

O correcto e o justo....






O correcto e o justo


Dois juízes encontram-se no estacionamento de um motel e, constrangidos, reparam que cada um está com a mulher do outro.
Após alguns instantes de silêncio, mas mantendo a compostura própria dos magistrados, em tom solene e respeitoso, um diz ao outro:

Nobre colega, não obstante este fortuito imprevisível, sugiro que desconsideremos o ocorrido, crendo eu que o correcto seria que a minha mulher venha comigo, no meu carro, e a sua mulher volte com Vossa Excelência, no seu.
Ao que o outro respondeu:
Concordo plenamente, nobre colega, que isso seria o correcto, sim. No entanto não seria justo, levando-se em consideração que vocês estão saindo e nós estamos entrando.



domingo, 24 de fevereiro de 2019

Cidália Ferreira






Ainda sinto teus lábios beijando minhas mãos. 



Os anos passam, as lembranças permanecem
Duma gaveta retiro a tua fotografia
Olho, recordo, quão linda foi a nossa estória
A saudade traz-me um misto, agridoce
Quando não consigo tirar da memória
Aqueles momentos de pura ternura,
Ainda sinto teus lábios beijando minhas mãos
Com a delicadeza que me fazia devanear
Pelos trilhos da mais doce e bela fantasia
Que guardo como quem guarda uma jóia rara

Os anos passam, mas a saudade não quer passar
Sempre que te recordo, desejava voltar atrás
Entregar-me por inteiro para receber teus beijos
Nem que esses fossem os derradeiros,
São as lembranças que me fazem viver
Que me fazem sentir no meu lado mais profundo
Na ousadia, vaguear pelos desejos
E pelos labirintos dos teus lábios sedutores
Quando em recordação me beijavas, e os suores
São parte, desta saudade, que eu não quero esquecer.

Cidália Ferreira.

Georges Brassens





POEMA
O malandro arrependido
Ela tinha uma cintura bem torneada
cadeiras cheias
e caçava os machos nos arredores da Madeleine.
pelo seu jeito de me dizer: Meu anjo
te apeteço?
eu vi logo que se tratava de uma debutante.

Ela tinha talento, é verdade, eu o confesso.
Ela tinha gênio,
mas sem técnica um dom não é nada.
Certamente não é tão fácil ser puta como ser freira,
pelo menos é o que se reza em latim na Sorbonne.

Sentindo-me cheio de piedade pela donzela
ensinei-lhe os pequenos truques de sua profissão
e ensinei-lhe os meios para fazer logo fortuna
rebolando o lugar onde as costas se assemelham à lua,

Porque na arte de fazer o trottoir, confesso,
o difícil é saber mexer bem a bunda.
Não se mexe a bunda da mesma maneira
para um farmacêutico, um sacristão, um funcionário.

Rapidamente instruída por meus bons ofícios
ela cedeu-me uma parte de seus benefícios.
Ajudavamo-nos mutuamente, como diz o poeta:
ela era o corpo, naturalmente, e eu a cabeça.

Quando a coitada voltava para casa sem nada
dava-lhe umas porradas mais do que com razão.
Será que ela se lembra ainda do bidê com
que lhe rachei o crânio?

Uma noite, por causa de manobras duvidosas
ela caiu vítima de uma doença vergonhosa,
então, amigavelmente, como uma moça honesta
passou-me a metade de seus micróbios.

Depois de dolorosas injeções de antibióticos
desisti da profissão de cornudo sistemático.
Não adiantou que ela chorasse e gritasse feita louca
e, como eu era apenas um canalha, fiz-me honesto.

Privado logo de minha tutela, minha pobre amiga,
correu a suportar as infâmias do bordel.
Dizem que ela se vendeu até aos tiras!
Que decadência!
Já não existe mais moralidade pública
na nossa França!

Georges Brassens   

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Fique comigo....

"Esta canção diz, uh: Não importa quem você é, não importa onde você vá, na vida, em algum momento você irá precisar de alguém, para ficar do seu lado."


Nós, brancos, não sabemos cantar de maneira magistral e maravilhosa, com liberdade e paz.


Um lindo hino, eu só quero viver em paz, não importa qual religião você tenha, qual é a cor da sua pele ou qual é o seu país, estamos compartilhando esse tempo que nunca vai voltar então vamos ser felizes e se você precisar de uma mão Eu ficarei ao seu lado .... Saudações de PORTUGAL.


Fique comigo | Brincando por mudança | Canção em todo o mundo



© EUGéNIO DE ANDRADE As Mãos e os Frutos, 1948





POESIA
HOJE DEITEI-ME AO LADO DA MINHA SOLIDÃO

Hoje deitei-me ao lado da minha solidão. 
O seu corpo perfeito, linha a linha, 
derramava-se no meu, e eu sentia 
nele o pulsar do próprio coração.

Moreno, era a forma das pedras e das luas. 
Dentro de mim alguma coisa ardia: 
a brancura das palavras maduras 
ou o medo de perder quem me perdia.

Hoje deitei-me ao lado da minha solidão 
e longamente bebi os horizontes. 
E longamente fiquei até sentir 
o meu sangue jorrar nas próprias fontes.


© EUGéNIO DE ANDRADE
As Mãos e os Frutos, 1948

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POEMA
Súplica
Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.

Miguel Torga   
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Nuno Júdice

´



POESIA
sentidos...
Se pudéssemos dominar as palavras como 
se domina um cavalo, com a rédea da retórica 
a puxar os impulsos do sentimento e as esporas 
da emoção a fazerem correr a frase até 
ao fim do verso, o poema seria como a planície 
por onde a imaginação cavalga sem freio nem destino, 
liberta de cavaleiro e sela.

Ou então, se tivéssemos pela frente o oceano 
da página e aí lançássemos a barca da estrofe, sem 
antes ter perguntado qual o tempo que iria fazer 
durante a viagem, veríamos nascer o temporal 
de dentro de um céu de substantivos escuros 
como nuvens, e o medo do naufrágio 
pesar-nos-ia no ritmo de uma queda de sílabas.

Mas se estivesses aqui, com o teu olhar 
pousado num campo de palavras, não apenas 
as que designam flores ou aves mas outras 
como a terra, a lama, a erva, o verde sombrio 
de um arbusto próximo, eu faria do poema 
a raiz desse tronco que os invernos não arrancaram, 
e alimentá-la-ia com a seiva do amor; e sentiria 
nas suas folhas os cabelos da tua noite, 
as nervuras da tua mão, o fruto dos teus lábios.

Nuno Júdice