Jura
Quando ao ver-te aborrecida,
Em teu sofá recostada,
Te propus, com voz magoada,
Consagrar-te a alma e a vida,
Uma proposta sentida,
Recebeste-a à gargalhada!
E logo eu disse: coitada!
Estás de todo perdida!
Como na boca do sapo
Se vai meter a doninha,
Hás-de cair-me no papo.
Não me escapas, avesinha:
Não me tenho por guapo,
Mas, que importa? Hás-de ser minha!
João Penha (Poeta português, 1838 - 1919)
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