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sábado, 30 de novembro de 2019





Foto: David Wise (uma Ode a Eliot Porter)













































Quem disse que o rosto de novembro era sombrio? 
Quem disse que sua voz era dura e triste? 
Eu a ouvi cantar em caminhos de madeira escuros, 
eu a encontrei na praia, tão feliz, 
Tão sorridente, eu poderia beijar seus pés! 
Nunca houve um mês tão doce. As esplêndidas vestes de outubro, que escondiam A beleza das árvores de galhos brancos,  caíram em farrapos; ainda em meio  àquelas formas perfeitas que o contemplador vê Um orgulhoso monarca da madeira aqui e ali  Vestes de roupas vermelhas mergulhadas em vinho. Em flocos preciosos, o ouro outonal está agarrado à orla da floresta: seu galho nu ao sol irá segurar  Cada folha separada, para mostrar o tom  De gloriosa luz rosa avermelhada através 













Suas jóias, lindas como poucas. Onde flores silvestres de vida curta floresceram e morreram. Os raios de sol inclinados caem sobre as  videiras, tecidas de um lado para o outro  Acima de mosaicos de musgo colorido. O mesmo acontece com a habilidade do Artista Eterno  E, se nenhuma nota de abelha ou pássaro Através do silêncio extasiado dos bosques Ou do transe murmurante do mar, Uma presença nessas solidões Sobre o espírito parece pressionar O orvalho dos queridos silêncios de Deus. E se, de algum céu interior,  Com um suave alívio, chega o dia Em que o coração de junho é dado, - Todos os aromas e especiarias sutis Através das criptas e arcos da floresta roubam,




















Com poder inumerável, dói para curar. Através daquele véu verde rasgado,  Que costumava fechar o céu de mim,  Novos vislumbres de vasto azul são vistos; Eu nunca imaginei que tanto mar Limitasse meu pequeno pedaço de terra E me segurasse tão perto. Este é o mês do céu do nascer do sol Das profundezas roxas chegam  Cores que nenhum pintor ainda poderia dizer:  lírios de ouro e a flor do cardeal  estavam pálidos contra esta hora maravilhosa. Ainda mais adorável quando chegamos ao leste O feixe nivelado do pôr-do-sol cai: os matizes de flores silvestres há muito falecidos  Brilham então nas paredes do horizonte; Tons de rosa e violeta




















Perto de seu querido mundo ainda persistindo. Que ociosidade, gemer e se preocupar  Por qualquer feira justa, passou! O segredo da vida ainda não foi descoberto; Véu sob véu, suas maravilhas estão. Através da dor e da perda glorificadas A alma da alegria passada vive em nós. Mais bem-vindo do que ventos voluptuosos  Esse ar agudo e fresco, como a consciência limpa: novembro não respira histórias lisonjeiras; -  O verdadeiro revelador do ano, Quem conquista seu coração, e ele sozinho, sabe que ela tem doçura própria.


 Lucy Larcom


















................ Amor na contra-mão





Amor na contra-mão


...há nos olhares dos amantes uma pedra por 
lapidar, um desespero de causa,
uma urgência vagarosa.

 no entrelaçar das almas, 
os desejos sussurrados.

há dois corpos que se buscam, que se 
entregam,que se amam em desespero, 
fazendo correr nas veias 
o sangue em ebulição.

sabem que correm perigo.

é o amor na contra-mão.

sexta-feira, 29 de novembro de 2019

Federico Garcia Lorca







POESIA
Si mis manos pudieran deshojar .....
Yo pronuncio tu nombre
en las noches oscuras,
cuando vienen los astros
a beber en la luna
y duermen los ramajes
de las frondas ocultas.
Y yo me siento hueco
de pasión y de música.
Loco reloj que canta
muertas horas antiguas.
Yo pronuncio tu nombre,
en esta noche oscura,
y tu nombre me suena
más lejano que nunca.
Más lejano que todas las estrellas
y más doliente que la mansa lluvia.
¿Te querré como entonces
alguna vez? ¿Qué culpa
tiene mi corazón?
Si la niebla se esfuma,
¿qué otra pasión me espera?
¿Será tranquila y pura?
¡¡Si mis dedos pudieran
deshojar a la luna!!
Federico Garcia Lorca

leonard cohen / não me demorei em mosteiros europeus







Não me demorei em mosteiros europeus
nem descobri por entre as ervas altas campas de cavaleiros
que caíram tão formosamente quanto as suas baladas contam;
não separei as ervas
nem intencionalmente as deixei cobertas de colmo.

Não libertei o meu pensamento para que vagueasse e aguardasse
naquelas grandiosas distâncias
entre as montanhas de neve e os pescadores,
como uma lua,
ou uma concha debaixo da água que corre.

Não contive a minha respiração
para que pudesse ouvir o fôlego de Deus,
nem domei o bater do meu coração com um exercício,
nem tive fome de visões.

Embora o tenha observado muitas vezes
não me transformei na garça,
deixando o meu corpo na praia,
e não me transformei na truta luminosa,
deixando o meu corpo no ar.

Não venerei feridas e relíquias,
nem pentes de ferro,
nem corpos envoltos e queimados em pergaminhos.

Não sou infeliz há dez mil anos.
Durante o dia rio-me e durante a noite durmo.
Os meus cozinheiros favoritos preparam as minhas refeições,
o meu corpo purifica-se e restaura-se a si mesmo,
e todo o meu trabalho corre bem.



leonard cohen
a rosa do mundo 2001 poemas para o futuro
tradução de cecília rego pinheiro 
assírio & alvim

2001   



quinta-feira, 28 de novembro de 2019






Photo: Henri Cartier-Bresson 















































Recomeçar é verbo que conjugo
cada dia que morre e já não volta,
enquanto, neste mundo, houver crepúsculo,
e, após alva noite, estrela d'alva.

Recomeçar criança o velho jogo
de sombra e sol, na zona de luz negra,
onde rasuro versos, reescrevo
muito depressa com mindinha letra.

Recomeçar a obra grande que liberta
ao fim de muitas noites de relento,
enquanto, neste mundo, houver um só poeta
e, dentro do poema, nenhum tecto.

Recomeçar até não haver mais
início, onde ir buscar pontos finais.


António Barahona

.......... De roseira-branca







Corre



Corre o rio para o mar
E o sonho p'rá ilusão
Corre a vida sem parar
E sem nos dar atenção

Corre a dor e a nostalgia
Onde outrora foi ternura
Corre a saudade sombria
Em lágrimas de amargura

Corre o tempo que a voar
De nós está sempre a fugir
Em cicatrizes de um mar
Que nos esmaga o sentir

Corre o destino cruel
Sempre em contradição
Deixando na boca o fel
E amargo no coração

Corre até o pensamento
Bem mais depressa que a luz
P'ra nos dar cada tormento
Pregado a uma cruz

Corre o amor e a ternura
Em rios de ingratidão
E junto com a desventura
Corre também a loucura
Em vagas de solidão

quarta-feira, 27 de novembro de 2019

GABRIEL GARCIA MARQUEZ





O doce sabor de uma mulher deslumbrante... Gabriel Garcia Marquez




Uma mulher deslumbrante
não é aquela que mais
homens tem a seus pés.

Mas sim aquela que tem
apenas um que a faça
realmente feliz.

Uma mulher formosa não
é a mais jovem.
Nem a mais frágil, nem aquela
que tem a pele mais sedosa ou
o cabelo mais chamativo.

É aquela que com apenas
um sorriso franco e aberto
e um bom conselho pode
alegrar-te a vida.

Uma mulher de valor não,
é aquela que tem mais
títulos ou cargos academicos,

E sim aquela que sacrifica
seus sonhos temporariamente
para fazer felizes os demais.

Uma mulher deslumbrante não
é aquela mais ardente e sim a
que vibra ao fazer amor somente
com o homem que ama.

Uma mulher deslumbrante não
é aquela que se sente adulada
e admirada por sua beleza e
elegancia,

E sim aquela mulher firme
de caráter.
Que pode dizer "Não".

E um Homem...

Um homem deslumbrante
é aquele que valoriza uma
mulher assim...

Que se sente orgulhoso de
tê-la como companheira...

Que sabe acaricia-la como
um músico virtuoso toca
seu amado instrumento...

Que luta a seu lado compartilhando
todas as suas tarefas, desde lavar
pratos e preparar a mesa, até
devolver as massagens e o carinho
que ela te proporcionou antes.

A verdade, companheiros homens
é que as mulheres com mania de
serem "mandonas" não levam
vantagens...

Que tolos temos sido e somos
quando valorizamos um presente
somente pela vistosidade do pacote...

Tolo e mil vezes tolo o homem que
come sobras na rua, tendo um
deslumbrante manjar em casa!

Esse texto é para as mulheres
deslumbrantes para reforçar
sua auto estima e para os homens
para que meditem sobre isto.

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

.............. Mário de Sá-Carneiro






POESIA
Estátua Falsa
Só de ouro falso os meus olhos se douram;
Sou esfinge sem mistério no poente.
A tristeza das coisas que não foram
Na minha'alma desceu veladamente.
Na minha dor quebram-se espadas de ânsia,
Gomos de luz em treva se misturam.
As sombras que eu dimano não perduram,
Como Ontem, para mim, Hoje é distancia.
Já não estremeço em face do segredo;
Nada me aloira já, nada me aterra:
A vida corre sobre mim em guerra,
E nem sequer um arrepio de mêdo!
Sou estrêla ébria que perdeu os céus,
Sereia louca que deixou o mar;
Sou templo prestes a ruir sem deus,
Estátua falsa ainda erguida ao ar...
Mário de Sá-Carneiro
, in 'Dispersão'

............ Surpresas no casamento





Surpresas no casamento


Um homem conheceu uma linda moça e decidiu casar-se com ela. 
Pediu-a em casamento e ela disse:
- Mas... não sabemos nada um sobre o outro...
- Não há problema - respondeu - conhecemo-nos com o tempo.
Ela concordou.
Casaram-se e foram passar a lua de mel num luxuoso resort.
Certa manhã, estavam ambos recostados junto à piscina, quando ele se levantou e subiu para o trampolim dos 10 metros.
Uma vez aí, saltou para a piscina num salto correcto e lindo. Subiu de novo e iniciou série de outros diferentes saltos numa demonstração perfeita. 
Feito isto, voltou para junto da esposa.
- Isso foi incrível - disse ela sem se conter.
- Ohhhh... eu fui campeão olímpico de saltos ornamentais para a piscina - respondeu - eu tinha-te dito que nos iríamos conhecendo com o tempo.
Não demorou muito até que ela se levantou, entrou na piscina e começou a nadar, fazendo ida e volta com uma velocidade impressionante.
 Ao fim de 30 piscinas completas, ela saiu da água e, sem demonstrar qualquer cansaço, foi recostar-se junto ao marido.
- Estou surpreendido - exclamou ele - Foste nadadora olímpica, com toda a certeza...
- Não... - esclareceu, ela, candidamente - fui prostituta em Veneza e atendia ao domicílio.

BOA SEMANA

domingo, 24 de novembro de 2019

.............. O HOMEM É BASTANTE PONDERADO








Um homem tinha três namoradas e não sabia com qual delas deveria casar.
Resolveu, então, fazer um teste para ver qual estava mais apta a ser a sua mulher.Tirou 15 mil euros do banco, deu 5 mil para cada uma e disse:
- Gastem como quiserem.

A primeira foi ao shopping, comprou roupas, jóias, foi ao cabeleireiro, salão de beleza, etc. Voltou para o homem e disse:
- Gastei todo o teu dinheiro para ficar mais bonita para ti, para te agradar. 
Tudo isso porque te amo.

A segunda foi ao mesmo shopping, comprou roupas para ele, um leitor de CD, uma televisão écran plano, dois pares de ténis para jogar basquetebol,tacos
de golfe e filmes porno. 
Voltou para o homem e disse:
- Gastei todo o teu dinheiro para te fazer mais feliz, te agradar. 
Tudo isso porque te amo.

A terceira pegou no dinheiro, aplicou em acções.
 Em três dias duplicou o investimento, devolveu os 5 mil Euros para o homem e disse:
- Apliquei o teu dinheiro e ganhei o meu. 
Agora posso fazer o que quiser com o meu dinheiro.
Tudo isso porque eu te amo.

Então o homem pensou,

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou... (os homens, demoram muito para pensar.)

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou...

pensou.... (os homens, pensam mesmo muito...)

pensou...

pensou...

pensou...

pensou..

pensou...

E casou com aquela que tinha as mamas maiores!

Um homem pensa muito... mas escolhe sempre da mesma maneira.


BOM FIM-DE-SEMANA