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sábado, 31 de agosto de 2019

João Dimas Fiotte






POESIA
QUERO


Sentir os teus beijos 
sonhar o calor real da tua carne 
satisfazer os teus íntimos desejos 
Ondular na espuma do teu corpo, Amar-te ......
Quero ser contigo 
o amor provável 
o romance proibido
a pagina marcada no livro da vida
o inesquecível
Quero a realização dos tempos contigo
Aqui onde o sonho começa ilustrando a vida real
Seremos o presente e o infinito conciliável


In, " AMOR PROIBIDO " à procura de editores
Autor: João Dimas Fiotte

sexta-feira, 30 de agosto de 2019

Joaquim MONTEIRO






AUSÊNCIA
Um pássaro pousa
onde as palavras
se ausentam

no embaraço do dia
só as flores despontam
para a certeza única

que não somos mais
que simples reflectores
da ausência

Joaquim MONTEIRO
2018-06-30
(© todos os direitos reservados)

FOTO... Lília Tavares


Nenhuma descrição de foto disponível.

Egito Gonçalves






Sculpture: Camille Claudel



































Esperando, identifico-te na estátua, 
A rima fecunda, o noivado secreto, 
As pequenas coisas de ilusionismo fácil 
Que servem para explicar o teu encontro. 

Nas ruas da cidade caminhas apressada 
Entra automóveis e imaginários amplexos 
Em direção à minha boca de cativo 
Na arquitetura absurda desta tarde.

Trazes contigo o segredo desenhado 
Que derrete a moldura nas paredes 
E desfoca a paisagem, chapa branca 
Que te entrega em relevo à minha sede. 

Feito em sensualidade e rosas brancas 
Teu coração desnudo atrai o tempo 
Destruindo a lembrança das ausências 
Na poeira ilocalizável dos minutos.



Egito Gonçalves 

quinta-feira, 29 de agosto de 2019

Helena Peixoto







No teu silêncio...

No teu silêncio
Tento ler as palavras que calas…
Tudo aquilo que não dizes,
O amor que não sussurras,
Que escondes a medo…
Passo as mãos pelos teus cabelos,
Deposito os meus lábios sobre os teus,
E sufoco tantas interrogações…
Respiro o mesmo ar que partilhas,
E calo as palavras…
No teu abraço
O mundo torna-se pequeno
E a realidade turva…
As tuas mãos,
Que percorrem o meu corpo,
Deixam rastos de fogo,
Torno-me Fénix
Renascida e sedenta
Da mais plena liberdade…

Helena Peixoto
28.01.2012

Casimiro de Abreu






POESIA
Quando Tu Choras


Quando tu choras, meu amor, teu rosto
Brilha formoso com mais doce encanto,
E as leves sombras de infantil desgosto
Tornam mais belo o cristalino pranto.

Oh! nessa idade da paixão lasciva
Como o prazer, é o chorar preciso:
Mas breve passa - qual a chuva estiva -
E quase ao pranto se mistura o riso.

É doce o pranto de gentil donzela,
É sempre belo quando a virgem chora:
- Semelha a rosa pudibunda e bela
Toda banhada do orvalhar da aurora.

Da noite o pranto, que tão pouco dura,
Brilha nas folhas como um rir celeste,
E a mesma gota transparente e pura
Treme na relva que a campina veste.

Depois o sol, como sultão brilhante,
De luz inunda o seu gentil serralho,
E às flores todas - tão feliz amante -
Cioso sorve o matutino orvalho.

Assim, se choras, inda és mais formosa,
Brilha teu rosto com mais doce encanto:
- Serei o sol e tu serás a rosa...
Chora, meu anjo, - beberei teu pranto!

Casimiro de Abreu

quarta-feira, 28 de agosto de 2019

ZézinhoMota






poesia
Sonhando com a razão do ser


Sonhando com a razão do ser
Na verdade de acontecer...
Ontem acreditei que podia ser hoje
Que o dia ia nascer para mim!

Mas tudo não passou de uma utopia
Mesmo assim não à desânimo
Continuo a sorrir com alegria...

E viva a vida que Deus me deu
Porque ter inteligência
Ajuda a cuidar de mim
Com a seriedade sem fim!


ZezinhoMota


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Jo Shapcott







De Stock: Raia do homem






























Quando eu beijo você em todos os lugares  
do seu corpo, você faz aquele barulho como um cachorro  
sonhando, sonhando com o longo prazo que ele faz  
em resposta a um pouco de seus hormônios,  
correndo em aterros sanitários, correndo, correndo  
por pontas e costas de O cheiro de muito,  
mas ainda vai com a cabeça erguida e focinho  
no ar, porque ele ama tudo  
e tem que fugir. Eu tenho que beijar mais fundo  
e mais devagar - seu pescoço, seu braço interno,  
os vincos dos dedos dos pés, a sombra  
atrás do joelho, os ângulos brancos da virilha -  
até você ficar quieta, porque só então  
consigo as malditas palavras Entre na minha boca.

 Jo Shapcott

Outra poesia de Angel González











Cumpleaños de amor

Angel González

¿Cómo seré yo
cuando no sea yo?
Cuando el tiempo
haya modificado mi estructura,
y mi cuerpo sea otro,
otra mi sangre,
otros mis ojos y otros mis cabellos.
Pensaré en ti, tal vez.
Seguramente,
mis sucesivos cuerpos
-prolongándome, vivo, hacia la muerte-
se pasarán de mano en mano,
de corazón a corazón,
de carne a carne,
el elemento misterioso
que determina mi tristeza
cuando te vas,
que me impulsa a buscarte ciegamente,
que me lleva a tu lado
sin remedio:
lo que la gente llama amor, en suma.
Y los ojos
-qué importa que no sean estos ojos-
te seguirán a donde vayas, fieles.



ANIVERSÁRIO DE AMOR

Como serei eu
quando não for eu?
Quando o tempo
houver modificado minha estrutura,
e meu corpo seja outro,
outro meu sangue,
outros meus olhos e outros meus cabelos.
Pensarei em ti, talvez.
Seguramente,
meus sucessivos corpos,
-prolongando-me, vivo, até a morte-
se passarão de mão em mão,
de coração a coração,
de carne à carne,
o elemento misterioso
que determina minha tristeza
quando te vais,
que me impele a buscar-te cegamente,
que me leva a teu lado
sem remédio:
o que a gente chama amor, em suma.
E os olhos
-que importa que não sejam estes olhos-
te seguirão aonde fores, fiéis.

E, com vocês, Langston Hughes








Dreams                           
Langston Hughes

Hold fast to dreams
For if dreams die
Life is a broken-winged bird
That cannot fly.

Hold fast to dreams
For when dreams go
Life is a barren field
Frozen with snow.



Sonhos

Segure-se aos sonhos
Pois, se eles morrem
A vida é um pássaro de asas quebradas
Que não pode voar.

Segure-se aos sonhos
Porque quando eles se vão
A vida é um campo estéril
Congelado como a neve.



terça-feira, 27 de agosto de 2019

Raul António Gomes Baptista ( O seu último poema)






O ÙLTIMO POEMA.
FIM


Os dias escurecem o meu sentir.
A dor vive no peito
caminha ao meu lado.
A sombra acompanha
a breve existência.
Tem dias que a sobrevivência
torna a alma tão pequena.

Sinto-me próximo do fim,
que já nem o meu olhar
consegue disfarçar.
Sei que o caminho será penoso
e o sofrimento tenebroso.
Só peço que não se prolongue no tempo
e que rápidamente
o corpo desista desta vida
que já não é vida.



Raul António Gomes Baptista
( O seu último poema)
( O AMOR da vida dele.....)


A imagem pode conter: 1 pessoa, em pé, óculos de sol e ar livre









Rui Pires Cabral







Vejo-a atravessar para o escuro
em ruas secundárias que só aparecem
de noite. A alma esteve nas pontes,
nos barcos, conheceu todos os quartos
e todas as condições. Sigo-a, sei que posso
perder tudo - consequências imprevistas
da imaginação. De acordo, por hoje seremos
aliados e irmãos. A vida, à falta de melhor
termo, há-de colher-nos mais docemente.
Amanhã e sempre.


Rui Pires Cabral   



segunda-feira, 26 de agosto de 2019

João Luís Barreto Guimarães






POESIA
A meias

Bebo o meu café enquanto bebes
do meu café. Intriga-me que faças isso.
Se te posso pedir um...
(se podes tomar um igual)
porque hás-de querer do meu?
Que
não. Que não queres. Escuso
de pedir
que não queres. Então
começo
um cigarro e tu fumas do
meu cigarro dizes
«tenho quase a certeza de
não acabar um sozinha» por isso
fumas do meu. Dá-te
gozo esse roubar
de
leves goles furtivos
dá gozo participar
do prazer que eu possa ter
contigo
(e entre nós)
dá-se agora tudo
a meias.

João Luís Barreto Guimarães

Eugénio de Andrade






Invenção...
Inventarei o dia onde contigo
e o outono corra pelas ruas.
A luz que pisamos é tão perfeita
que não pode morrer, como não morre
o brilho no olhar que te viu despir.

Eugénio de Andrade