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domingo, 25 de agosto de 2019

Miguel Torga





POESIA
Súplica
Agora que o silêncio é um mar sem ondas,
E que nele posso navegar sem rumo,
Não respondas
Às urgentes perguntas
Que te fiz.
Deixa-me ser feliz
Assim,
Já tão longe de ti como de mim.

Perde-se a vida a desejá-la tanto.
Só soubemos sofrer, enquanto
O nosso amor
Durou.
Mas o tempo passou,
Há calmaria...
Não perturbes a paz que me foi dada.
Ouvir de novo a tua voz seria
Matar a sede com água salgada.

Miguel Torga

1 comentário:

mariferrot disse...

Silêncio é orla dourada, remate que pouco se vê é pintor que pinta na alma tudo aquilo em que se crê !!!... Bj Conde <3