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segunda-feira, 26 de agosto de 2019

João Luís Barreto Guimarães






POESIA
A meias

Bebo o meu café enquanto bebes
do meu café. Intriga-me que faças isso.
Se te posso pedir um...
(se podes tomar um igual)
porque hás-de querer do meu?
Que
não. Que não queres. Escuso
de pedir
que não queres. Então
começo
um cigarro e tu fumas do
meu cigarro dizes
«tenho quase a certeza de
não acabar um sozinha» por isso
fumas do meu. Dá-te
gozo esse roubar
de
leves goles furtivos
dá gozo participar
do prazer que eu possa ter
contigo
(e entre nós)
dá-se agora tudo
a meias.

João Luís Barreto Guimarães

1 comentário:

mariferrot disse...

A vida são só metades, geralmente duas meias, metade cá metade lá, horas belas horas feias!!!... BJ Conde <3