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sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Olhos nos olhos




Quando você me deixou, meu bem
Me disse pra ser feliz e passar bem
Quis morrer de ciúme, quase enlouqueci
Mas depois, como era de costume, obedeci

Quando você me quiser rever
Já vai me encontrar refeita, pode crer
Olhos nos olhos, quero ver o que você faz
Lilium.
Ao sentir que sem você eu passo bem demais

E que venho até remoçando
Me pego cantando
Sem mas nem porque
E tantas águas rolaram
Quantos homens me amaram
Bem mais e melhor que você

Quando talvez precisar de mim
'Cê sabe que a casa é sempre sua, venha sim
Olhos nos olhos, quero ver o que você diz
Quero ver como suporta me ver tão feliz

Chico Buarque de Hollanda

Foto:Stanmarek

quinta-feira, 29 de setembro de 2011

De : helena guimaraes

Título: ERA FÁCIL
 ERA FÁCIL
Descrição:

Era fácil sair de mim

e colher o prazer.

Mas conto os dias,

as horas,

os segundos

nem sei para quê.

Acredito, não sei porquê,

que esta angústia,

esta dor,

esta ferida,

se esvai,

se adoça,

se cura.

Que este sentir não dura.

Mas os dias passam,

a angústia aperta,

a dor cresce,

a ferida afunda

e tudo à minha volta

sucumbe cinzento,

sem um alento,

no meu desvario

que me preenche,

me inunda.


De: Helena Guimarães

Março 2003

Os versos que não fiz....

...


Soneto dos versos que não te fiz

Eu fiz uns versos para ti tão bobos..
Versos que, na verdade, pouco dizem.
Eram só palavras sobre o quão felizes
São meus dias contigo, todos, todos...

Não consegui os versos lindos, raros,
Que na mente sonhei pra te dizer !
Postos no papel já nem são claros
Como os que pensava pra te oferecer.

Mas, se bons versos não te digo ainda...
E que me pareces cada vez mais linda
Como nenhum um verso meu bem diz !

Talvez é que te amo tanto ! E nem mais sei...
Se esta falta não é que todo amor já dei
E até sem versos me sinto mais feliz!

quarta-feira, 28 de setembro de 2011

Esta manhã encontrei o teu nome




Esta manhã encontrei o teu nome nos meus sonhos
e o teu perfume a transpirar na minha pele. E o corpo
doeu-me onde antes os teus dedos foram aves
de verão e a tua boca deixou um rasto de canções.

No abrigo da noite, soubeste ser o vento na minha
camisola; e eu despi-a para ti, a dar-te um coração
que era o resto da vida - como um peixe respira
na rede mais exausta. Nem mesmo à despedida

foram os gestos contundentes: tudo o que vem de ti
é um poema. Contudo, ao acordar, a solidão sulcara
um vale nos cobertores e o meu corpo era de novo
um trilho abandonado na paisagem. Sentei-me na cama

e repeti devagar o teu nome, o nome dos meus sonhos,
mas as sílabas caíam no fim das palavras, a dor esgota
as forças, são frios os batentes nas portas da manhã.

Maria do Rosário Pedreira

Foto:Julia Margaret Cameron

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Cantigas Leva-as o Vento...






A lembrança dos teus beijos
Inda na minh' alma existe,
Como um perfume perdido,
Nas folhas dum livro triste.

Perfume tão esquisito
E de tal suavidade,
Que mesmo desaparecido
Revive numa saudade


Florbela Espanca

..partiste ontem , morri ontem...

De : Pedro Salinas


Miss Fifties



LA VOZ A TI DEBIDA

Pedro Salinas

La forma de querer tú
es dejarme que te quiera.
El sí con que te me rindes
es el silencio. Tus besos
son ofrecerme los labios
para que los bese yo.
Jamás palabras, abrazos,
me dirán que tú existías,
que me quisiste: jamás.
Me lo dicen hojas blancas,
mapas, augurios, teléfonos;
tú, no.
Y estoy abrazado a ti
sin preguntarte, de miedo
a que no sea verdad
que tú vives y me quieres.
Y estoy abrazado a ti
sin mirar y sin tocarte.
No vaya a ser que descubra
con preguntas, con caricias,
esa soledad inmensa
de quererte sólo yo.

A voz a ti devida

A forma de te querer
é deixar que tu me queiras.
E assim que me rendes
com o silêncio. Teus beijos
são oferecer-me os lábios
para que os beije eu.
Jamais palavras, abraços,
me dirão que tu existias,
que me quisestes, jamais.
Me dizem as folhas brancas
mapas, augúrios, telefones;
tu não.
E eu estou abraçado a ti
sem te perguntar, de medo,
que isto não seja verdade
que tu vives e me queres.
E eu estou abraçado a ti
sem olhar e sem tocar-te.
Não pode ser que descubra
com perguntas, com carícias,
esta solidão imensa
de querer-te somente eu.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Quem és tu ....???????????????



FACES

Quem és tu que assim vens pela noite adiante,
Pisando o luar branco dos caminhos,
Sob o rumor das folhas inspiradas?
A perfeição nasce do eco dos teus passos,
E a tua presença acorda a plenitude
A que as coisas tinham sido destinadas.
A história da noite é o gesto dos teus braços,
O ardor do vento a tua juventude,
E o teu andar é a beleza das estradas.

Sophia de Mello Breyner

Foto:José Marafona

sábado, 24 de setembro de 2011

Ramos de desejos...


debruçado na noite
na ternura da madrugada
abri as janelas

da esperança
despi as angústias
de palavras inúteis
na sonolência dos afectos
respiro o odor da tua pele
beijada de carícias
na memória dos encontros
recordo o perfume
dos teus seios
vejo nos teus olhos
ramos de desejos
da cor dos meus

Poesia de Agrywhite

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

...tecendo no....

Segunda-feira, 21 de Dezembro de 2009

O ABRAÇO



Sentá-vamo-nos à tarde na esplanada.
O sol no ocaso
purpureava o céu
e espreguiçava-se em prata sobre o mar;
a brisa trazia
murmúrios de concha
nos dedos finos
com que nos afagava os cabelos.
As palavras nasciam puras
e a vida parava ali,
num remanso morno de sorriso,
sem tempo,
sem mágoa,
o olhar elanguescido
de sol, de cor e de corpos morenos,
os sentidos prenhes dos odores mornos
de café e tabaco.
Sentá-vamo-nos à tarde na esplanada
tecendo no vazio do tempo
os fios do abraço
que nos adoçava a vida.


Este poema ganhou uma "Menção Especial" nos 2ºs Jogos Florais do Século XXI promovidos pelo Movimento Cultural aBrace e Editora aBrace- Brasil, na celebração dos 200 anos da Catedral e do Cabildo de Montevideu.

Reparei....






Na incandescência
do sol forte do meio-dia
reparei que a casa estava vazia
e as paredes reflectiam a tua ausência...

Manuel Filipe

quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Conto erótico




-Assim ?
-É. Assim.
-Mais depressa ?
-Não. Assim está bem. Um pouco mais para...
-Assim ?
-Não, espere.
-Você disse que...
-Eu sei. Vamos recomeçar. Diga quando estiver bem.
-Estava perfeito e você...
-Desculpe.
-Você se descontrolou e perdeu o...
-Eu já pedi desculpa !
-Está bem. Vamos tentar outra vez. Agora.
-Assim ?
-Um pouco mais pra cima.
-Aqui ?
-Quase. Está quase !
-Me diga como você quer. Oh, querido...
-Um pouco mais para baixo.
-Sim.
-Agora para o lado. Rápido !
-Amor, eu...
-Para cima ! Um pouquinho...
-Assim ?
-Aí ! Aí !
-Está bom ?
-Sim. Oh, sim.
-Pronto.
-Não ! Continue.
-Puxa, mas você..
-Olha aí... Agora você...
-Deixa ver...
-Não, não. Mais para cima.
-Aqui ?
-Mais para o lado.
-Assim ?
-Para a esquerda !! O lado esquerdo !
-Aqui ?
-Isso ! Agora coça.

Luís Fernando Veríssimo

Foto:Howard Schatz

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Fêmea.....


..., as mulheres que atiram seu sexo em cima de nós, a partir do cabelo, olhos, nariz, boca, o corpo todo - são essas as mulheres que amo.

Tudo está pleno de ti




Tudo está pleno de ti

....Ainda que tu não estejas, meus olhos
de ti, de todo estão plenos.
Não nasceu nem uma manhã
nem um só sol se deitou.

Como se faz o poema ....




Para falarmos do meio de obter o poema,
a retórica não serve. Trata-se de uma coisa simples, que não
precisa de requintes nem de fórmulas. Apanha-se
uma flor, por exemplo, mas que não seja dessas flores que crescem
no meio do campo, nem das que se vendem nas lojas
ou nos mercados. É uma flor de sílabas, em que as
pétalas são as vogais, e o caule uma consoante. Põe-se
no jarro da estrofe, e deixa-se estar. Para que não morra,
basta um pedaço de primavera na água, que se vai
buscar à imaginação, quando está um dia de chuva,
ou se faz entrar pela janela, quando o ar fresco
da manhã enche o quarto de azul. Então,
a flor confunde-se com o poema, mas ainda não é
o poema. Para que ele nasça, a flor precisa
de encontrar cores mais naturais do que essas
que a natureza lhe deu. Podem ser as cores do teu
rosto – a sua brancura, quando o sol vem ter contigo,
ou o fundo dos teus olhos em que todas as cores
da vida se confundem, com o brilho da vida. Depois,
deito essas cores sobre a corola, e vejo-as descerem
para as folhas, como a seiva que corre pelos
veios invisíveis da alma. Posso, então, colher a flor,
e o que tenho na mão é este poema que
me deste.

Nuno Júdice

Imagem retirada do Google

domingo, 18 de setembro de 2011

Enquanto.....


.:SOchic:.

Estás comigo
Enquanto eu escrevo
E tu me observas.
Criticas acesamente
As rimas que não procuro,
A dureza das palavras,
A melancolia dos temas.

Sorrio-.te longamente
Levada na tua voz rouca,
Enquanto acendo um cigarro
E o café arrefece.

Ligo o aquecedor
E acendo uma vela,
Intensificando o odor
Que enche a sala,
Tentando escrever,
Pontuando o ritmo
Com uma vírgula.

Estou aqui contigo
Negando sentimentos
Que me percorrem,
Enquanto escrevo,
Respiro fundo
E fico dentro de ti
Em cada palavra,
Em cada momento.

Paula Raposo - 2006

Elegia ao grande amor....



E fostes incontrolável febre,
Inesgotável fonte de desejos
Que me fez forte, bravo,
Muito mais que um homem
Quase um deus humano
Em pleno o grande amor.

E me destes, sabiamente,
Entre palavras e beijos
A condição de sonhar
Na via, pela vida, acima da vida,
Como deve fazer sempre
Quem busca a harmonia.

E me legastes o sorriso
Em cada gesto simples,
Em cada momento doce,
Em todas as pequenas coisas
Que compõem a imensidão
De um verdadeiro grande amor.

E me ensinastes a beleza
De aceitar o diferente
Como igualmente bom e belo;
Assim como ver no nosso igual
Todas as pequenas diferenças
Que nos separa e desassemelha
E participam de nossa fragilidade.

E me levastes pelos caminhos
Mostrando que a dor é somente
Uma outra diferença válida
Para se poder apreciar devidamente
O vinho raro, fino, delicioso
Do prazer que nos foi dado gozar.

E me dissestes que a tristeza-
Condição própria da existência-
Deve ser tratada como uma sombra
Que só se torna possível na luz,
De tal forma que em tudo procurei
Ver o outro lado que sempre existe.

E me olhastes com olhos novos
Tantas vezes que me pasmei
De ver que, também, te via diferente
Outras tantas e tantas vezes
E criamos juntos o espanto
Que fez nosso amor imenso, imenso...

E me deixastes quando o amor
Se fazia mais vivo e mais presente
Talvez para que a dor fosse maior
(O amor, decerto, não poderia ser)
E nós pudéssemos lembrar felizes
Que vivemos, realmente, um grande amor.

ÉS O MUNDO



A doçura da tua boca,
I´m Watching You
O mel dos teus seios,
O açúcar de teu corpo
Me fazem pensar
Que o mundo é doce.

Breve ilusão! O mundo não é nada
Ou não passa de imensa abstração.
Na verdade, como o tempo,
É uma canção que passa.

No entanto estais aqui
E isto é o mundo:
O momento do amor e da ternura
O gozo dos sentidos!

E, quando tu desapareces,
O mundo some,
Pois, minha vida,
O mundo és tu:
Mulher, perfume e paixão!

sábado, 17 de setembro de 2011

Mundo de ; Paula Raposo



STOP...
Poderia falar da madrugada
- o tempo mágico -
e das vozes perdidas
entre gargalhadas
e sons inaudíveis.
Poderia falar da noite
que vem sempre
- inexorável e premente -
deitar-se connosco.
Mas, hoje, só posso falar
de saudade, de beijos;
imponderáveis e devaneios,
que me levam
- entre abraços e carícias -
ao fim do Mundo!

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

TU eras....canção 2.




Tu eras neve.
Branca neve acariciada.
Lágrima e jasmim
no limiar da madrugada.
Tu eras água.
Água do mar se te beijava.
Alta torre, alma, navio,
adeus que não começa nem acaba.

Eras o fruto
nos meus dedos a tremer.
Podíamos cantar
ou voar, podíamos morrer.

Mas do nome
que maio decorou,
nem a cor
nem o gosto me ficou.

Eugénio de Andrade

Imagem retirada do Google

QUERO....................




Quero apenas cinco coisas..
Primeiro é o amor sem fim
A segunda é ver o outono
A terceira é o grave inverno
Em quarto lugar o verão
A quinta coisa são teus olhos
Não quero dormir sem teus olhos.
Não quero ser... sem que me olhes.
Abro mão da primavera para que continues me olhando.

Pablo Neruda

Foto:Kristiina Peets

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

A Teus Pés de Helena Guimaraes


 A TEUS PES
Descrição:

A teus pés, senhor, penitente,

para todos os meus erros peço

o bálsamo da misericórdia.

Pequei por amor, amor ardente,

e agora só há regresso

nos caminhos da memória.

Pequei por amor, Senhor,

mas bebi da taça da vida

a dor e a desilusão,

sem recusar do fel o sabor.

Aceitei a Tua medida

de penitência e punição.

Mas afasta de mim esta taça,

esta que me dás ora a beber,

por castigo das vidas perdidas..

Hoje, Senhor, por mais que eu faça

não consigo matar e esquecer

a razão que desfez as nossas vidas.


Helena Guimaraes

terça-feira, 13 de setembro de 2011

Nocturno de Chopin .....




Gosto de juntar palavras
no teu corpo
ouvir da tua voz
o sangue em fogo

Sentir a tua seiva a borbulhar
uma prece sedenta
em turbilhão
um jacto de magia

Beber dum trago voraz
as tuas carnes
depois cozer poemas
por parir

Misturar as tuas juras
nos meus dedos
deixar sílabas loucas
nas encostas

Depois acordar na alvorada
ver o teu torso nu adormecido
e saber que não foi sexo nem desejo
apenas um nocturno de Chopin.

Luís Graça

Foto:Stefan Beutler

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Recomeça...




Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
Nesse caminho duro
Do futuro
Dá-os em liberdade.
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.

E, nunca saciado,
Vai colhendo ilusões sucessivas no pomar.
Sempre a sonhar e vendo
O logro da aventura.
És homem, não te esqueças!
Só é tua a loucura
Onde, com lucidez, te reconheças…

Miguel Torga

domingo, 11 de setembro de 2011

Chile - 11 de Setembro de 1973


Bombardeamento do Palácio de La Moneda - Chile (11 Set. 1973)

Este é o 11 de Setembro de que quase ninguém fala mas que está, de certeza, bem vivo na memória do povo chileno. Por isso mesmo é importante que não deixemos que apaguem esta memória. A nossa Memória também se faz com a Memória dos outros. Visitem esta página:

Chile - 11 de Setembro de 1973


No dia 11 de Setembro de 1973 um golpe de estado sangrento, comandado pelo general Augusto Pinochet, derrubou o Presidente da República, Salvador Allende, democraticamente eleito três anos antes.

Durante os 17 anos que durou a ditadura de Pinochet foram brutalmente assassinadas 3.197 pessoas (este número inclui 49 crianças de 2 a 16 anos e 126 mulheres, algumas delas grávidas). O número de desaparecidos ainda hoje não está completamente apurado.


Foi desta maneira que Ary dos Santos homenageou o povo e os mártires do Chile:

Homenagem ao Povo do Chile

Foram não sei quantos mil

operários trabalhadores

mulheres ardinas pedreiros

jovens poetas cantores

camponeses e mineiros

foram não sei quantos mil

que tombaram pelo Chile

morrendo de corpo inteiro.


Nas suas almas abertas

traziam o sol da esperança

e nas duas mãos desertas

uma pátria ainda criança.


Gritavam Neruda Allende

davam vivas ao Partido

que é a chama que se acende

no povo jamais vencido.

- o povo nunca se rende

mesmo quando morre unido.


Foram não sei quantos mil

operários trabalhadores

mulheres ardinas pedreiros

jovens poetas cantores

camponeses e mineiros

foram não sei quantos mil

que tombaram pelo Chile

morrendo de corpo inteiro.


Alguns traziam no rosto

um rictus de fogo e dor

fogo vivo fogo posto

pelas mãos do opressor.

Outros traziam os olhos

rasos de silêncio e água

maré-viva de quem passa

uma vida à beira-mágoa.


Foram não sei quantos mil

operários trabalhadores

mulheres ardinas pedreiros

jovens poetas cantores

camponeses e mineiros

foram não sei quantos mil

que tombaram pelo Chile

morrendo de corpo inteiro.


Mas não termina em si próprio

quem morre de pé. Vencido

é aquele que tentar

separar o povo unido.

Por isso os que ontem caíram

levantam de novo a voz.

Mortos são os que traíram

e vivos ficamos nós.


Foram não sei quantos mil

operários trabalhadores

mulheres ardinas pedreiros

jovens poetas cantores

camponeses e mineiros

foram não sei quantos mil

que nasceram para o Chile

morrendo de corpo inteiro.

Não te dás.......



Não te dais conta? "

Recolho os cristais minúsculos,
tecidos com o sangue das minhas mãos.
Os fiz chegar embrulhados em papel celofane.
Não acusastes o recebimento, mas,
jamais poderás dizer que não te dei a lua....

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Canção da Ausência.....




O tempo não se mede mais senão pela saudade...
Inútil as palavras para preencher
este vazio que se alonga além do mar e do infinito.
Claro que ninguém ouve,
mas, meu grito, tem sub tons e
Beltia
densidades que os ouvidos não escutam,
silencioso, na sua forma bruta de cortar a carne sem deixar sinais visíveis.
Por um momento a ilusão de que estais aqui
é mais forte que tua ausência,
então, percebo que é fruto exclusivo da demência,
deste querer que o tempo ou a desesperança não extingue
e transformo em canto
como única forma de mostrar
que o meu amor ainda está vivo.

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Vem......................


Vem...sem pressa, temos a infinitude do Tempo ao nosso dispor!

quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Como uma criança....



Cansaço

Bem que eu queria te dizer coisas doces
Te falar que os tempos que virão
Serão bem mais felizes,
Mas, no meu caminho, foram tantas cicatrizes
Que não sei mais da cor ou do perfume das flores.

Bem que queria soar nos teus ouvidos
Como uma música suave,
Um som de velhos filmes,
Uma sonata de Chopin,
Porém, me encontro assim desanimado
Tão sem sonhos
Que só posso dizer que sou teu fã
Que só quero descansar
Sempre a teu lado
E, se possível, te amar
Como uma criança
Sem pecado.

Por cortesia para com as minhas " amizades " do Brasil, reproduzo este artigo publicado no Google de hoje. Parabens BRASIL.

Cavaco Silva felicita Dilma Rousseff pelo Dia Nacional do Brasil

O Presidente da República felicitou hoje a chefe de Estado brasileira pelo Dia Nacional do Brasil, reiterado o empenho de Portugal no reforço da parceria entre os dois países.

"Por ocasião das comemorações do Dia Nacional do Brasil, é com particular prazer que endereço a vossa excelência, em nome do Povo Português e no meu próprio, as mais calorosas felicitações, bem como votos de continuado progresso e prosperidade para o povo irmão brasileiro", lê-se numa mensagem enviada pelo chefe de Estado português, Aníbal Cavaco Silva, à Presidente brasileira, Dilma Rousseff.

Na missiva, divulgada no 'site' da Presidência da República, Cavaco Silva renova o "empenho de Portugal no continuado reforço" da parceria entre Portugal e o Brasil, sublinhando que essa é "a via que melhor corresponde à expectativa e ao interesse" dos dois povos e países.

No dia em que se comemora "o nascimento da grande nação brasileira", o Presidente da República destaca ainda os laços de "particular afeto" que unem Portugal e o Brasil e que são assentes numa história e língua comuns.

"Os nossos dois países têm sabido construir um relacionamento de valor estratégico, que se afirma, hoje, nos mais variados domínios de atividade e numa estreita concertação de posições nas organizações internacionais de que Portugal e o Brasil são membros", acrescenta o chefe de Estado português.

Cavaco Silva recorda ainda "o dinamismo do intercâmbio entre as estruturas" das sociedades dos dois países, considerando que essa situação é "reflexo da afinidade e proximidade naturais que caracterizam as relações" entre portugueses e brasileiros.

Lusa

Cínica .....




Aos meus ciúmes doentios
tu me disseste, ainda nua:
- de olhos abertos, sou dele;
- de olhos fechados, sou tua !

J.G. de Araújo Jorge



Eu sei que eu tenho um jeito meio estúpido de ser..........

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Hoje tou como Cazuza: “quero um amor tranquilo, com sabor de fruta mordida...”

De:Manuel González Navarrete



NO ME CABE LA NOCHE

Miré tu rostro de sol moreno,
tu piel nocturna,
poblada de flores y mariposas,
esperaba...
Te llevaron a guardar,
no supe dónde.
¿ A qué esconderte ? pensé,
¿ En qué lugar del mundo depositarte ?
Será como envolver la luna
en tus cabellos,
cubrir el Valle de Anáhuac
con tus manos,
sembrar un cempoalzuchitl
en su seno.
No podrán, concluí,
no me cabe la noche
en tanta vida.
En estos días lluviosos,
la muerte cumple con su deber,
quejumbrosa, compungida;
lleva a cuestas un pueblo,
de flores y mariposas,
anochecido.

A noite não me cabe

Mirei teu rosto de sol moreno,
tua pele noturna,
povoada de flores e borboletas,
que esperava....
Te levaram a guardar
não sei aonde.
Por que te esconder? Pensei.
Em que lugar do mundo te depositar?
Será como envolver a lua
em teus cabelos,
cobrir o Vale de Anáhuac
com tuas mãos,
semear um campo de trigo
no teu seio.
Não poderão, conclui,
não me cabe a noite
em tanta vida.
Nestes dias chuvosos,
a morte cumpre com o seu dever,
queixosa, compungida;
leva nas costas um povo,
de flores e borboletas,
anoitecido.


segunda-feira, 5 de setembro de 2011

Nos .....Bicos da cereja




Em cada segundo de vida
plantei a semente da ilusão
nos bicos de cereja
das colinas dos teus seios
à espera de um dia colher a flor.

Miguel Barbosa

Imagem retirada do Google

domingo, 4 de setembro de 2011

TEUS SEIOS (POEMA) .....


Pela distância, e não só, sinto-me inspirado
a publicar aqui um poema para (espero) vosso gáudio!!
Teus seios... quando os sinto, quando os beijo
na ânsia febril de amante incontestado,
são pólos recebendo o meu desejo,
nos momentos sublimes de pecado...

E às manhãs... quando acaso, entre lençóis
das roupagens do leito, saltam nus,
lembram, não sei, dois lindos girassóis
fugindo à sombra e procurando a luz!...

Florações róseas de uma carne em flor
que se ostenta a tremer em dois botões
na primavera ardente de um amor
que vive para as nossas sensações...

Túmidos... cheios... palpitantes, como
dois bagos do teu corpo de sereia,
tem um rubro botão em cada pomo
como duas cerejas sobre a areia...

Quando os tenho nas mãos... Quantas delícias!...
Arrepiam-se, trémulos , sensuais,
e ao contacto nervoso das carícias
tocam-me o peito como dois punhais!...

Meu lúbrico prazer sempre consolo
na carne destas ondas revoltadas,
que são como taças emborcadas
no moreno inebriante do teu colo...
(Autor: J.G.de Araújo Jorge)