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sábado, 16 de novembro de 2019

,..... António Botto





Quanto, quanto me queres?
Quanto, quanto me queres? — perguntaste...
Numa voz de lamento diluída;
E quando nos meus olhos demoraste
A luz dos teus senti a luz da vida.
Nas tuas mãos as minhas apertaste;
Lá fora da luz do Sol já combalida
Era um sorriso aberto num contraste
Com a sombra da posse proibida...
Beijámo-nos, então, a latejar
No infinito e pálido vaivém
Dos corpos que se entregam sem pensar...
Não perguntes, não sei — não sei dizer:
Um grande amor só se avalia bem
Depois de se perder.
António Botto

1 comentário:

mariferrot disse...

António Botto, foi um Poeta de grande craveira,é um marco na lírica portuguesa e parte da sua obra chocou a sociedade mais conservadora que a considerou no mínimo ousada e ofensiva devido à forma subtil mas explícita com que versou sobre o amor homossexual !!!.. <3

Bj Conde