ÀS VEZES ENTRA-SE EM CASA COM O OUTONO
Às vezes entra-se em casa com o outono
preso por um fio,
dorme-se então melhor,
mesmo o silêncio acabou por se calar.
preso por um fio,
dorme-se então melhor,
mesmo o silêncio acabou por se calar.
Talvez pela noite fora ouça cantar o galo,
e um rapazito suba as escadas
com um cravo
e notícias de minha mãe.
e um rapazito suba as escadas
com um cravo
e notícias de minha mãe.
Nunca fui tão amargo, digo-lhe então,
nunca à minha sombra a luz
morreu tão jovem
e tão turva.
nunca à minha sombra a luz
morreu tão jovem
e tão turva.
Parece que vai nevar.
© EUGéNIO DE ANDRADE
Branco no Branco, 1984
Branco no Branco, 1984

Sem comentários:
Enviar um comentário