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domingo, 3 de agosto de 2014

Daniel Faria ///// Clausura....


Repito que vivo enclausurado na agilidade de um animal nascido
Correndo ao lado dele, correndo para ele – era assim
Que eu queria que fosse a linguagem veloz:
Uma casa para a infância com trepadeiras
Para que as palavras ficassem como frutos no alto.

Repito acorrida na memória quando estou parado
Penso velozmente que o amor, como
Dante disse, é um estado
De locomoção. É um motor. E fico a trabalhar no mecanismo secreto
Do amor.

Sei que estou em viagem na palavra que se move.
Repito o trajecto para ver o poema de novo – era assim
Que eu queria que fosse a linguagem de uma coisa amada
Correndo ao meu lado, correndo para mim no mecanismo violento
Do amor. Era nele que eu queria a casa com trepadeiras
Onde as palavras ficassem silenciosas e altas como um pátio interior.



Daniel Faria  
 
 
 
 
 

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