por onde a alma se escapa
e se mostra sem maneiras,
com o calor da paixão,
fria como uma faca,
enevoada de lágrimas,
ou só de si toda inteira.
Olhares de fogo e de mel
profundos, doces, devassos,
que nos desnudam, lascivos;
olhares cansados e baços
do tempo e da amargura;
olhares vestidos de estrelas
que explodem de alegria;
olhares de nostalgia
de um mundo que já morreu.
Olhares!
Uns, de ódio e de raiva
lançam milhares de punhais.
Outros, navegam ternura
em calmos e longínquos lagos.
Uns ardem de desejos,
e outros anseiam beijos.
Os olhares que encontramos
dia a dia na cidade
contam histórias
contam vidas,
lutas ganhas e perdidas,
voos de ave acorrentada,
procura de infinito,
a alma toda num grito
em busca da felicidade!!
Helena Guimaraes
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