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terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Vento..../// Este sonho acordado

O amor é capaz de fazer milagres
sem dúvida, penso assim,
alivia a dor e suaviza mágoas,
aliás tenho a certeza
que se o amor não existisse
tornava-se insuportável
o correr da vida.

A fé que me abraça
e toca na alma
é um sopro de vida.
Este sonho acordado
é a única realidade.
Por isso não procuro,
deixo-me adormecer
assim abraçado
aos sonhos.
...
Vento




Este sonho acordado
é a única realidade


Por isso não procuro,
deixo-me adormecer
assim abraçado
aos sonhos.
Gosto MUITO DE TI...rsrsrsrsrs  beijo

Rita.

 
 

Machado de Carlos /// Menina - Moça

Menina-Moça

Cantarolei as quinze ondas deste oceano 
─ Dança à tua vida, linda bailarina 
Esvoaça teus cabelos de menina 
─ Ah, tua pele macia para o novo ano 

Longamente curti as notas do piano 
Recebi a tua energia que me alucina 
Tu estavas com a aura mais divina 
Nesta estação está o teu raro encanto 
  
No espaço senti o gosto de batom 
Beijo o teu semblante! ─ Oh, no melhor som 
Gritei o teu nome ao Universo inteiro 

Tens o perfume da flor do jardim 
Nele o êxtase nunca terá fim 
Teu coração é a soma dos janeiros 

Machado de Carlos
 
Catarina L
 
 
 

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Alexandra /// momento...



e então desvendas-me a alma 
como pássaro rasgando o céu  bjo


momento


bebo o teu sorriso lentamente
como delícia proibida
que sacia meu ser inquieto

sou cúmplice desse olhar
a trilhar-me a pele
como dedos atrevidos
a acordar-me anseios
que incendeiam meu corpo
subitamente liberto
subitamente embriagado de ti

e então desvendas-me a alma
como pássaro rasgando o céu
 
 Alexandra
 
 
 

domingo, 29 de dezembro de 2013

Maria Olinda Maia


Uma pessoa que tem
um amor igual ao meu
sabe o quanto é maravilhoso.
Uma pessoa que deseje que
um sonho se realize
sabe o que estou a sentir...

Vivo a pensar em ti...
A fazer as coisas
que desejo fazer.
Tudo o que imagino é
o paraíso na terra.
Eu sei que és tu.

Uma pessoa que um dia
a luz lhe iluminou a alma...
Não precisa de nenhuma explicação
pois está no nosso coração.
Uma pessoa que tem
um dom supremo como eu
sente o Amor Infinito.



Capuchinho Vermelho.
Maria  Olinda Maia



Ivo Barroso /// " O Sino "




Teu nome é um sino imerso no meu peito.
Um pequenino verso que nasceu já feito.
Plange tão silente na manhã festiva
de minha alma cheia,
que o não ouve a gente nem desperta a aldeia.
Nasce tão calado da emoção tão viva
que me sela a boca,
que qualquer pessoa não percebe ao lado
como o sino toca, como o verso soa.


Ivo Barroso

 

sábado, 28 de dezembro de 2013

Helena Guimaraes /// Quando tu vieste


Quando tu vieste
a primavera tinha passado já
e a calma do verão preenchia
o  diário da minha existência.

Mas de repente foi Março.
Março de jasmim e glicínias
enlaçando nossos corpos.

Foi Abril de rosas.
Botões a florir no regaço,
a desabrochar corolas perfumadas.

E foi Maio agreste.
Maio de lágrimas e granizo,
perfume agreste de giestas floridas.

Foi Março, foi Abril e foi Maio,
de lágrimas , de dor,
de prazer, de comunhão, de amor.

Quando tu vieste...
Foi outra vez Primavera!

Helena Guimarães
Braga, 1997 
 Do livro "" Manhãs de Setembro ""
Dezembrar

Ruthe Ministro /// Por ti permaneço



É por ti que permaneço.
Esmorecem as horas e
os lugares que fui
e a cidade está já rouca
de tanto silêncio.
É tarde para partir, penso,
mais um poema, só mais
um poema, um final,
um começo...
É tarde e por ti, só por ti,
permaneço.
 
Ruthe Ministro 
 
 
Absorto
 

Gonçalves Dias /// Não me deixes!



Não me deixes!



Debruçada nas águas dum regato
A flor dizia em vão
À corrente, onde bela se mirava:
"Ai, não me deixes, não!

"Comigo fica ou leva-me contigo
"Dos mares à amplidão;
"Límpido ou turvo, te amarei constante;
"Mas não me deixes, não!"

E a corrente passava; novas águas
Após as outras vão;
E a flor sempre a dizer curva na fonte:
"Ai, não me deixes, não!"

E das águas que fogem incessantes
À eterna sucessão
Dizia sempre a flor, e sempre embalde:
"Ai, não me deixes, não!"

Por fim desfalecida e a cor murchada,
Quase a lamber o chão,
Buscava inda a corrente por dizer-lhe
Que a não deixasse, não.

A corrente impiedosa a flor enleia,
Leva-a do seu torrão;
A afundar-se dizia a pobrezinha:
"Não me deixaste, não!"



Gonçalves Dias

sexta-feira, 27 de dezembro de 2013

Teresa Balté /// Solto-me ao passar pelo mundo



Quando amanhece penso:
Encontro-te no vento
virás abraçar-me como os ramos da árvore
e chegaremos ao coração da cidade

Ao meio-dia sei:
A distância do meu corpo ao teu grito
corresponde à do teu sopro ao meu ouvido -
eis a anatomia do silêncio

De tarde fico exausta:
Circulo pelas ruas e roço-me nas praças

À noite adormecemos:
Será que te lembras? Será que me lembro?

Amanhã alegro-me de novo:
Imagino a floresta, parto o espelho
e recomeço a ir ao teu encontro




Teresa Balté
 
 

João de Deus /// Sempre!





Pensas que te não vejo a ti? Bom era!
Gravei tão vivamente n'alma a dôce
E bella imagem tua, que eu quizera
Deixar de contemplar-te, só que fosse
Um momento, e não posso, não consigo!

Foges-me, escondes-te e que importa? Esculpes
Mais fundo ainda os indeleveis traços!
Realça-te o retrato! E não me culpes!
Culpa-te antes a ti!... Sigo-te os passos!...
Vejo-te sempre!... trago-te comigo!...

João de Deus.
Portugal 1830-1896
in 'Campo de Flores'
 
 

João de Deus

 Sigo-te os passos!...
Vejo-te sempre!... trago-te comigo!...

Joaquim Pessoa /// Poema sexagésimo terceiro ( excerto )


POEMA SEXAGÉSIMO TERCEIRO (excerto)

O amor move-se em círculos
como uma divindade.

A minha língua de petrarca
afunda-se na tua boca para retirar água dos sonetos
do teu corpo, num beijo molhado de sílabas frescas, restos
das odes, barcarolas e canções dos primeiros poetas,
esses poetas desconhecidos cujo amor se perdeu
na inquietação dos dias que nunca foram primavera.
Busco esse amor como uma chave desconhecida
algures dentro de ti e da tua linguagem,
como o cálice de ouro dos antigos cruzados que
mataram por amor. E eu mato-me, sim, mato-me
por amor de ti, e por amor de mim em ti, tu és
o meu cálice sagrado, és o meu vinho, a
minha interminável disputa.

Pudesse eu morrer numa fogueira de versos
e morreria feliz, morreria cantando.


Joaquim Pessoa
in GUARDAR O FOGO
Editora Edições Esgotadas, 2013.



Smoke gets in your eyes

De Tovléz



Que voy hacer contigo amor?
amarte y respetarte
hasta que la muerte me haga olvidarte?
o tendre que resignarme
a quererte un despues de que deje de respirar?
estoy destinado a llorar
por ti, por lo que no fue
por lo que siempre soñe.
 
 Tovléz

Que vou fazer contigo, meu amor?
Amar-te e respeitar-te
até que a morte me faça te esquecer?
ou terei que resignar-me
a te amar mesmo depois que parar de respirar?
Estou destinado a chorar
por ti, pelo que  não fui

pelo  que sempre sonhei.
 
 Tovléz

MJSpeglich /// Queria



Como eu queria poder
Transformar-me num pássaro
Bateria asas e iria te ver.

Não importa com quem estejas
Nem onde se encontre.
O importante é que te veria
Antes do anoitecer.

Como eu queria ser o vento
Sairia do meu pensamento
Meu desejo viraria realidade
Apaziguaria meu coração
E a dor da minha saudade.


MJSpeglich

quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Beijo Azul ....//// Poeta




Poeta


Deixa-me ficar aqui
admirar a tua poesia!
Deixa-me contemplar
as paisagens da tua alma
Deixa-me mergulhar
nas águas tranquilas
da tua imaginação
Deixa-me viver
no paraíso da ilusão
 
 




Olavo Bilac /// LEI-O TE....




Leio-te: — o pranto dos meus olhos rola:
— Do seu cabelo o delicado cheiro,
Da sua voz o timbre prazenteiro,
Tudo do livro sinto que se evola ...

Todo o nosso romance: - a doce esmola
Do seu primeiro olhar, o seu primeiro
Sorriso, - neste poema verdadeiro,
Tudo ao meu triste olhar se desenrola.

Sinto animar-se todo o meu passado:
E quanto mais as páginas folheio,
Mais vejo em tudo aquele vulto amado.

Ouço junto de mim bater-lhe o seio,
E cuido vê-Ia, plácida, a meu lado,
Lendo comigo a página que leio.

(Olavo Bilac)

Maria Luísa /// Amor


Tu já tinhas um nome Não sei Se eras fonte ou brisa Ou mar, ou flor        
Gala/ Salvador Dalí


Mas nos meus versos Vou chamar-te Amor!
E vibrarei contigo Na cadência ritmíca De meu coração
Fala-me das madrugadas Da relva do jardim machucada Pelos amantes que se amaram Ao som das cítaras caladas
Fala-me do teu poder eterno Fala-me das cortinas corridas E deixa a porta de meu quarto fechada E só tu entres, meu amor
E vem sempre, uma vez mais, Saboreia a ternura subtil e quente E usa as Palavras que dançam   No meu canto!
E nada mais quero E nada mais peço,
Apenas isso eu Espero!

Maria Luísa / Brasil

Do blog 7 Degraus

Eu preciso te falar



Noites frias na cidade...

Ruy Belo /// Povoamento


BEIJO GRANDE NO TEU CORAÇÃO



No teu amor por mim há uma rua que começa
nem árvores nem casas existiam
antes que tu tivesses palavras
e todo eu fosse um coração para elas
Invento-te e o céu azula-se sobre esta 
triste condição de ter de receber
dos choupos onde cantam
os impossíveis pássaros
a nova primavera
Tocam sinos e levantam voo
todos os cuidados
Ó meu amor nem minha mãe
tinha assim um regaço
como este dia tem
E eu chego e sento-me ao lado
da primavera
 
 
Ruy Belo
 
 
17

As sem razões de amor



"Eu te amo porque te amo

A cada instante de AMOR rsrs 


As sem razões do amor
 
Eu te amo porque te amo.
Não precisas ser amante,
e nem sempre sabes sê-lo.
Eu te amo porque te amo.
Amor é estado de graça
e com amor não se paga.

Amor é dado de graça,
é semeado no vento,
na cachoeira, no elipse.
Amor foge a dicionários
e a regulamentos vários.

Eu te amo porque não amo
bastante ou demais a mim.
Porque amor não se troca,
não se conjuga nem se ama.
Porque amor é amor a nada,
feliz e forte em si mesmo.

Amor é primo da morte,
e da morte vencedor,
por mais que o matem (e matam)
a cada instante de amor.



Soraya.

terça-feira, 24 de dezembro de 2013

SEDUÇÃO......


Olho para ti...
És tudo o que eu quero ver
Quero o teu amor ardente
e o teu desejo mais intimo.

Quero tocar-te...
Deixar uma marca em ti.
Preciso do teu corpo perfeito
e das tuas infinitas emoções.

Porque és muito mais
és a magia que enfeitiça
e tu sabes disso...







segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN /// O AMOR

DOCE BEIJO!!!!!!!!!DOCE NOITE!!!!!


O AMOR


Não há para mim outro amor nem tardes limpas
A minha própria vida a desertei
Só existe o teu rosto geometria
Clara que sem descanso esculpirei.

E a noite onde sem fim me afundarei.
 SOPHIA DE MELLO BREYNER ANDRESEN

Fantasma da Ópera - Point of no Return (legendas portugues)




The Point Of No Return

Don juan (phantom )
Passarino - go away!
For the trap is set and waits for its prey . . .

You have come here
In pursuit of your deepest urge,
In pursuit of that wish, which till now
Has been silent...
Silent...

I have brought you, that our passions
May fuse and merge - in your mind
You've already succumbed to me
Dropped all defences
Completely succumbed to me
Now you are here with me:
No second thoughts, you've decided...
Decided ...

Past the point of no return -
No backward glances:
Our games of make-believe are at an end...
Past all thought of "if" or "when" -
No use resisting:
Abandon thought,
And let the dream descend ...

What raging fire shall flood the soul
What rich desire unlocks its door
What sweet seduction lies before us?

Past the point of no return
The final threshold
What warm unspoken secrets
Will we learn
Beyond the point of no return?

You have brought me
To that moment when words run dry
To that moment when speech disappears
Into silence...
Silence...

I have come here,
Hardly knowing the reason why
In my mind i've already imagined
Our bodies entwining
Defenseless and silent,
Now i am here with you
No second thoughts
I've decided...
Decided...

Past the point of no return
No going back now
Our passion-play has now at last begun.

Past all thought of right or wrong
One final question
How long should we two wait before we're one?

When will the blood begin to race
The sleeping bud burst into bloom
When will the flames at last consume us?

Past the point of no return
The final threshold
The bridge is crossed
So stand and watch it burn
We've passed the point of no return.

O Ponto Sem Retorno

Don juan (fantasma)
Passarino - vá embora!
A armadilha está pronta e espera por sua presa...

Você veio aqui
Em busca do seu impulso mais profundo,
Em busca desse desejo que até agora
Estava em silêncio...
Silêncio...

Eu trouxe-a, para que nossas paixões
Possam fundir-se e juntar-se - em sua mente
Você já sucumbiu a mim
Deixou cair todas as defesas
Completamente sucumbida por mim
Agora você está aqui comigo:
Sem segundas intenções, você decidiu,
Decidiu...

A partir desse ponto não tem mais volta -
Sem olhares de relance inversos:
Os jogos que nós jogamos agora estão no fim...
Acima de todo pensamento de "se" ou "quando" -
Não adianta resistir:
Abandone os pensamentos
E deixe os sonhos entrarem...

Que o fogo violento inundará a alma
Que rico desejo destrava sua porta
Que doce sedução se encontra diante de nós?

A partir desse ponto não tem mais volta
O último limiar
Que calorosos segredos não ditos
Nós vamos aprender
Além do ponto que sem retorno?

Você trouxe-me
Para esse momento quando as palavras não funcionam
Para esse momento quando o discurso desaparece
No silêncio
Silêncio.

Eu vim aqui
Mal sabendo o motivo
Em minha mente eu tenho imaginado
Nossos corpos se entrelaçando
Sem defesas e silenciosos,
Agora eu estou aqui com você
Sem segundas intenções
Eu decidi
Decidi.

A partir desse ponto não tem mais volta
Não pode voltar agora
Nosso jogo da paixão finalmente começou.

A partir desse ponto não tem mais volta
Uma última pergunta
Quanto tempo nós devemos esperar para tornamos-nos um só?

Quando o sangue começar a correr
Do botão adormecido nasceu a flor
Quando as chamas da paixão nos consumirão?
 
0848P

A partir desse ponto não tem mais volta
O último limiar
A ponte foi cruzada
Então espere e a veja queimar.
Nós passamos do ponto que não tem volta.
 
 


Manuel Alegre /// NATAL


NATAL

Acontecia. No vento. Na chuva. Acontecia.
Era gente a correr pela música acima.
Uma onda uma festa. Palavras a saltar.

Eram carpas ou mãos. Um soluço uma rima.
Guitarras guitarras. Ou talvez mar.
E acontecia. No vento. Na chuva. Acontecia.

Na tua boca. No teu rosto. No teu corpo acontecia.
No teu ritmo nos teus ritos.
No teu sono nos teus gestos. (Liturgia liturgia).
Nos teus gritos. Nos teus olhos quase aflitos.
E nos silêncios infinitos. Na tua noite e no teu dia.
No teu sol acontecia.

Era um sopro. Era um salmo. (Nostalgia nostalgia).
Todo o tempo num só tempo: andamento
de poesia. Era um susto. Ou sobressalto. E acontecia.
Na cidade lavada pela chuva. Em cada curva
acontecia. E em cada acaso. Como um pouco de água turva
na cidade agitada pelo vento.

Natal Natal (diziam). E acontecia.
Como se fosse na palavra a rosa brava
acontecia. E era Dezembro que floria.
Era um vulcão. E no teu corpo a flor e a lava.
E era na lava a rosa e a palavra.
Todo o tempo num só tempo: nascimento de poesia.

Manuel Alegre
NOTA ;  
                 BOM NATAL A TODOS OS SEGUIDORES , BEM COMO
                 OS QUE GENTILMANTE COMENTAM  E AINDA  AOS
                  PAÍSES QUE DIARIAMENTE ME VISITAM.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Calma aparente


A felicidade deve vir das coisas simples...
Da água, dos barcos, das árvores, da paisagem
Das coisas que falam da tranqüilidade e da viagem
De como as folhas verdes acabam secas pelo chão.
Sinto-me um ser distante de ilusões e de tua mão
Que procuro para que nunca me deixes.
Quero apenas pescar uns peixes,
Beber com a moderação, o que for possível,
E alimentar o sonho do impossível
E numa tarde assim ser tão humano
Que o amor pareça ser o confortável fim
Do mundo que me parece tão insano
Com todo este desejo que arde em mim
E ter que viver do meu amor tão distante..

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Raul de Leoni /// Argila


Nascemos um para o outro, dessa argila
De que são feitas as criaturas raras;
Tens legendas pagãs na carnes claras
E eu tenho a alma dos faunos na pupila...
Às belezas heróicas te comparas
E em mim a luz olímpica cintila,
Gritam em nós todas as nobres taras
Daquela Grécia esplêndida e tranqüila...
É tanta a glória que nos encaminha
Em nosso amor de seleção, profundo,
Que (ouço de longe o oráculo de Elêusis),
Se um dia eu fosse teu e fosses minha,
O nosso amor conceberia um mundo,
E do teu ventre nasceriam deuses...


Raul de Leoni
Pelas noites azuis de verão, irei em atalhos sob a lua,
Picotado pelos trigos, pisar a grama pequena:
Sonhador, sentirei nos pés o frescor que acena.
Deixarei o vento banhar minha cabeça nua.

Não falarei, não pensarei em nada sequer:
Mas me subirá na alma o amor soberano,
E irei longe, bem longe, feito um cigano,
Pela Natureza — feliz como se estivesse com meu amor.

Arthur Rimbaud








É por ti que permaneço.
Esmorecem as horas e
os lugares que fui
e a cidade está já rouca
de tanto silêncio.
É tarde para partir, penso,
mais um poema, só mais
um poema, um final,
um começo...
É tarde e por ti, só por ti,
permaneço
.
 
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