POEMA,
Teu rosto de desastres e tormentas
Teu rosto de desastres e tormentas
e risos lágrimas e sol e vento
teu rosto de marés e vagas lentas
em que o prazer é quase sofrimento
e o sofrimento é como rosa roxa
florindo devagar em tua boca
se a minha mão te chicoteia a coxa
e no teu corpo há uma égua louca.
Começam então as tuas doces queixas
e vais para um país onde desmaias
quando o sol no teu rosto acende flechas.
E eu temo que te percas e não saias
do abismo em que te abres e te fechas
de cada vez que te levanto as saias.
Manuel Alegre
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