POESIA
E eu amava-te...
Sentavas-te junta à esteira
e acendias os cabelos numa lágrima.
Em silêncio ias moldando entre os dedos
luas muito cheias que depois me ofertavas,
dizendo, abre no meu rosto
um poema a pique por onde a luz se despenhe.
Só tu conhecias a inclinação certa do cachimbo,
a púrpura linguagem do fumo,
a revelada cadência dos sonhos.
E eu amava-te pela maneira como os barcos
sangravam nos teus lábios
Jorge Melícias
1 comentário:
Amar no passado, amargura do presente, uma história para contar em tempo sempre ausente !!!...
Bj Conde <3
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