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segunda-feira, 2 de setembro de 2019

Joaquim Pessoa





POESIA
JOAQUIM PESSOA

Dia 113. (excerto)... Joaquim Pessoa

O país do amor não tem horizontes, nem sequer tem horas, 
o país do amor não possui caminhos. Está-se lá, apenas. 
Vive-se lá, onde todas as perdas são possíveis para 
ganhar alguma coisa de que precisamos, e sem precisar 
de gostar dela. As águas do amor são mais humildes que 
transparentes, e a elementar serpente que as atravessa, 
e que arrulha como uma pomba, é na realidade uma pomba 
se tu não quiseres que seja uma serpente. 
Eu não te invento nas canções, não te beijo com a 
saudade que vive na memória das ruínas, nem espero 
por ti com a queixa escondida no peito frio das muralhas. 
Onde estou, espero por ti e amo-te. Olho para ti, 
e o meu olhar beija-te. Canto, e é a ti que canto.

in ANO COMUM, Litexa, 2011

1 comentário:

mariferrot disse...

O Texto é lindo, mas há amores apátridas, mercenários implacáveis de sofrimentos !!!...

Bj Conde <3