POESIA
QUARESMA
Sento-me aqui no chão
ao pé do madeiro
onde estás crucificado.
Não vou ajoelhar
porque és meu irmão
pela ralé seviciado,
filho de um Pai
que te deixou cair,
como anho imolado
no altar do sacrifício.
Um mártir necessário
para unir os cacos
dos vasos de Deus.
Sento-me aqui
aos pés do teu madeiro,
a pensar que foi em vão.
De tanta sevícia não há perdão,
que a humanidade quer
um mártir qualquer
para espiar o seu pecado,
desde que não seja no seu adro
a escolha, a pesca, a definição.
Sento-me aqui
aos pés do teu madeiro,
onde te esvais, abandonado
dos teus afins, dos teus apaniguados,
sozinho, como qualquer humano
em sua signa, que luta pelo que o anima
que o faz ser em sua existência.,
mas foge à expiação.
ao pé do madeiro
onde estás crucificado.
Não vou ajoelhar
porque és meu irmão
pela ralé seviciado,
filho de um Pai
que te deixou cair,
como anho imolado
no altar do sacrifício.
Um mártir necessário
para unir os cacos
dos vasos de Deus.
Sento-me aqui
aos pés do teu madeiro,
a pensar que foi em vão.
De tanta sevícia não há perdão,
que a humanidade quer
um mártir qualquer
para espiar o seu pecado,
desde que não seja no seu adro
a escolha, a pesca, a definição.
Sento-me aqui
aos pés do teu madeiro,
onde te esvais, abandonado
dos teus afins, dos teus apaniguados,
sozinho, como qualquer humano
em sua signa, que luta pelo que o anima
que o faz ser em sua existência.,
mas foge à expiação.
Não tens amigos, que os amigos
se escondem na hora da tempestade.
se coarctam, se somem na luta
para se defenderem na disputa,
e depois te enterram
ungindo-te com os óleos santos.
se escondem na hora da tempestade.
se coarctam, se somem na luta
para se defenderem na disputa,
e depois te enterram
ungindo-te com os óleos santos.
Esperam que, com o beneplácito do Pai,
ressuscites das trevas
e limpes, com o teu sacrifício,
os pecados deles
a sua ganância, o seu desperdício,
a sua luxúria, o vão artifício,
numa egoísta quimera.
ressuscites das trevas
e limpes, com o teu sacrifício,
os pecados deles
a sua ganância, o seu desperdício,
a sua luxúria, o vão artifício,
numa egoísta quimera.
Sento-me aqui no chão
ao pé do teu madeiro,
meu irmão mártir
do tempo, da Humanidade,
que não descobre caminho
nem sendeiro
que a leve, hoje em desalinho,
ao redesenho da felicidade,
ao conseguir ser gente
no nevoeiro, na adversidade.
Ser Homem, ser Mulher em Maiúsculas
sem minúsculas e sem esdrúxulas.
ao pé do teu madeiro,
meu irmão mártir
do tempo, da Humanidade,
que não descobre caminho
nem sendeiro
que a leve, hoje em desalinho,
ao redesenho da felicidade,
ao conseguir ser gente
no nevoeiro, na adversidade.
Ser Homem, ser Mulher em Maiúsculas
sem minúsculas e sem esdrúxulas.
Helena Guimarães
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