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quarta-feira, 28 de março de 2018

Hamilton Ramos Afonso











Borboletas



Emocionava-me a forma carinhosa como me tratavas
sorriso povoado de mil esrelas que lhe davam brilho
coração a trepidar arritmado e corpo a tremer como gelatina.
Lábios carnudos a beijarem , avaramente ,os meus
deixando neles nectares de frutos vermelhos centrifugados
misturados e sugados em delírio de entrega mútua
duas almas entregues em noites perfumadas por petalas
de flores silvestres , onde a alfazema e o jasmim imperavam,
aromatizando a maresia , que se desfazia em alva espuma
borlando o fascinante azul iluminado pela candeia da lua cheia.
A voz, em ternura, acolhia a tua e falávamos de espaços, o do tempo,
projectando o que seria o futuro, mas também a sofreguidão com
que diminuiamos ,à infinitésima proximidade , a distãncia entre nós
ouvindo a respiração um do outro .
Emocionava-me quando a tua juventude dava vida ( intensa vida…)
ao meu outono, e as carícias que trocávamos
«eram borboletas que se soltavam
e iam dar cor a outros corações .

Hamilton Ramos Afonso
 Versos de Yolanda Jiménez Celma que inspiraram o meu poema.

Arte: Kinga Britschgi Tutt'Art@   



Foto de Hamilton Ramos Afonso -poesia.

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