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sábado, 12 de setembro de 2020

Miguel Afonso Andersen

 




                

Ter-te longe
e desejar-te aqui,
onde o frémito do corpo acontece.
Aqui, lugar onde
o vício dos olhos e das mãos me inquieta.
Ah, ter-te perto
suster a respiração,
cerrar os olhos
e deixar que tudo comece
e acabe em ti.
Ensaiar o voo da águia
e suavemente planar sobre a superfície
sinuosa do teu corpo perfeito
no asa-delta da paixão.
Ter-te perto,
sentir o perfume da tua presença
pelo calor do corpo,
pela claridade dos olhos
e pensar
que o sol e a alegria
de cada manhã,
nascem exatamente em ti.

Miguel Afonso Andersen,
in “Circum-Navegações” (Raiz perturbada)







1 comentário:

mariferrot disse...

Poesia romântica e cativante esta que é escrita em céu nocturno e bem estrelado, mas o sol, dono e senhor do dia, vem dizer que a beleza das estrelas da noite, é uma doce mentirosa e nem sempre fala verdade !!!...<3


Beijo Conde