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terça-feira, 14 de agosto de 2018

Maria Azenha






nem sempre as palavras chegam



encosto o ouvido
às páginas do livro que nunca escreveste
e sei que és um búzio
ao
anoitecer

mando-te mil recados pelas lâminas do vento
da tua boca brota uma fonte
digo amo-te e às vezes a memória
é onde os pássaros não voam

nem sempre as palavras chegam
para levar as estrelas aos teus olhos

nem eu sei dizer o teu nome


Maria Azenha
Arte: Andrius Kovelinas    



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