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terça-feira, 8 de janeiro de 2019

Nuno Júdice







(das) rosas...

Como as rosas selvagens, que nascem 
em qualquer canto, o amor também pode nascer 
de onde menos esperamos. O seu campo 
é infinito: alma e corpo. E, para além deles, 
o mundo das sensações, onde se entra sem 
bater à porta, como se esta porta estivesse sempre 
aberta para quem quiser entrar.

Tu, que me ensinas o que é o 
amor, colheste essas rosas selvagens: a sua 
púrpura brilha no teu rosto. O seu perfume 
corre-te pelo peito, derrama-se no estuário 
do ventre, sobe até aos cabelos que se soltam 
por entre a brisa dos murmúrios. Roubo aos teus 
lábios as suas pétalas.

E se essas rosas não murcham, com 
o tempo, é porque o amor as alimenta.

Nuno Júdice

Photo: Man Ray  

A imagem pode conter: flor

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