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sexta-feira, 11 de janeiro de 2019

Nuno Júdice






FONS VITAE
As confidências demoram-se no céu da boca
como as nuvens lentas do Outono. Sopro-as,
para que o céu se limpe e apenas uma névoa vaga
se cole ao que me queres dizer; mas
encostas-me os lábios ao ouvido e tu, sim,
é que me contas que céu é este, e de onde
vêm as nuvens que o cobrem. Sentimentos,
emoções, paixões, interpõem-se entre
cada frase. Nem há outros assuntos
quando nos encontramos, e me começas a falar,
como se fosse o coração a única
fonte do que dizemos.


Nuno Júdice, in POESIA REUNIDA (1967-2000), (Dom Quixote,2000)


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1 comentário:

mariferrot disse...

Confidências, são aquilo que nós despedimos e que nos deixam com medo !!!... Bj Conde <3