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quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Maria Helena Guimaraes






O ABRAÇO
Sentávamo-nos à tarde na esplanada. 
O sol no ocaso
purpureava o céu 
e espreguiçava-se em prata sobre o mar; 
a brisa trazia
murmúrios de concha
nos dedos finos
com que nos afagava os cabelos.
As palavras nasciam puras
e a vida parava ali,
num remanso morno de sorriso,
sem tempo,
sem mágoa,
o olhar elanguescido
de sol, de cor e de corpos morenos,
os sentidos prenhes dos odores mornos
de café e tabaco.
Sentávamo-nos à tarde na esplanada
tecendo no vazio do tempo
os fios do abraço
que nos adoçava a vida.


Maria Helena Guimaraes  /     EOTO DA POETISA
Este poema ganhou uma "Menção Especial" nos 2ºs Jogos Florais do Século XXI promovidos pelo Movimento Cultural aBrace e Editora aBrace- Brasil, na celebração dos 200 anos da Catedral e do Cabildo de Montevideu.

A imagem pode conter: 2 pessoas, pessoas a sorrir, closeup

1 comentário:

mariferrot disse...

O que é transcendente não se comenta !!!... Parabéns Poetisa, Parabéns Conde, BJ <3