“Poeta”
“Poeta” não sou,
Escrevo com uma pena torta,
Palavras que não consigo ler.
O que alinho, cada letra,
Nasce dentro dos olhos,
Diluída pelas chuvas ácidas
De desilusões, injustiças,
Fantasmas, medos, sonhos
Misturados em mágoas,
Gotas de amor, de paixão,
Ódios e uma raiva enorme
Perante a impotência diária
De nada conseguir mudar,
Mesmo que lute, mesmo que invista,
Mesmo que morra.
Escrevo com uma pena torta,
Palavras que não consigo ler.
O que alinho, cada letra,
Nasce dentro dos olhos,
Diluída pelas chuvas ácidas
De desilusões, injustiças,
Fantasmas, medos, sonhos
Misturados em mágoas,
Gotas de amor, de paixão,
Ódios e uma raiva enorme
Perante a impotência diária
De nada conseguir mudar,
Mesmo que lute, mesmo que invista,
Mesmo que morra.
Quando escrevo, é como se
Água corresse, arrastando todo o lixo,
Limpando tudo…
Mas depois se releio, magoa,
Fere, e o sabor que fica na boca
É amargo, como se veneno fosse,
E os olhos não resistem,
O soluço solta-se.
Fere, e o sabor que fica na boca
É amargo, como se veneno fosse,
E os olhos não resistem,
O soluço solta-se.
Gostava de escrever sussurros
E não gritos,
Murmúrios de ribeiro
E não o barulho das cataratas,
O sopro leve da brisa
E não o uivo do furação enraivecido.
Como vou conseguir
Amar assim?
E não gritos,
Murmúrios de ribeiro
E não o barulho das cataratas,
O sopro leve da brisa
E não o uivo do furação enraivecido.
Como vou conseguir
Amar assim?
Talvez no dia em que conseguir
Ser “Poeta”.
Ser “Poeta”.
António Amaral
1 comentário:
Gostava de escrever sussurros
E não gritos,
Murmúrios de ribeiro
E não o barulho das cataratas,
O sopro leve da brisa
E não o uivo do furação enraivecido.
Como vou conseguir
Amar assim?
Talvez no dia em que conseguir
Ser “Poeta”.
bjinhosssss....
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