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quinta-feira, 5 de setembro de 2013

JOAQUIM PESSOA



Volto a casa perseguido pela distância, esfomeado de ti, com
uma queimadura nos ossos, ferida enamorada, inebriada com 
o cheiro das estrelas.
É doce a tua mão, irmã gêmea do meu peito, a que espera que
a noite chegue, a que pede amor à minha carne e deposita uma flor azul no meu cansaço.
Debaixo da lua, a força de ter-te devolve a luz ao mundo, as
laranjas brancas do teu peito oferecem-me o perfume dos ro-
seirais que crescem junto ao mar.
Partirei pela manhã, para ficar. Surpreendido pela tua juventude,
o meu coração faz parte do lugar que amo, bússola indulgente
mas rigorosa que sempre orienta o meu regresso. Pedra solitá-
ria que o teu amor transformou em carne incandescente.

*

*JOAQUIM PESSOA*
in ANO COMUM
(2.ª Ed. a publicar em setembro
por "Edições Esgotadas")
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