Setembro escolhe os corpos
Para a floração mansa da luz
Dos dias tépidos
Para os ombros de seda
Se inclinam os olhos brandos da manhã
A escorrer lábios do peito até às pernas
Quando cada corpo se oferece
Numa haste madura de nudez morena
A destilar desejo para a boca ardente
Mansamente e nu
Antes que a fala da chuva chegue
Sobre as vidraças frágeis do Outono
Ainda terei tempo de sorver
Com a língua infatigável dos meus dedos
Os últimos grãos de oiro
Que o sol de Setembro te deixou na pele
E nos segredos do meu sono
Fernando Campos de Castro
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