Na correnteza do tempo
Neste eterno fluir
Se modificam universos,
mundos, mares
e espaços.
Não há história ou passado
Nem quem saiba quantos passos
a Natureza já
deu.
Se há algo que, de fato,
algum dia já morreu
fora da ilusão dos homens.
Neste palco de mudanças
nunca me sinto sozinho.
Povoado de esperanças
ignoro mil caminhos,
e, por mais livre, estou
preso na teia das circunstâncias.
Se a vida desfaz laços
outros laços se compõem
como se pulasse apenas
para as outras instâncias.
E esta inconstância do mundo
mal se grava na memória
que, esquecida,
vislumbra por vago tempo,
perplexa,
o doce mistério da vida.
(Do livro A Alquimia
da Vida, Editora Castanheira/Printer Laser, 1999).
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