Miguel Torga /// ROGO
Não. Não tenho limites.
Quero de tudo.
Tudo.
O ramo que sacudo
Fica varejado.Já nascido em pecado,
Todos os meus pecados são mortais.
Todos são naturais
À minha condição,
Que quando, por excepção,
Os não pratico
É que me mortifico.
Alma perdida
Antes de se perder,
Sou uma fome incontida
De viver.
E o que redime a vida
É ela não caber
Em nenhuma medida
Coimbra, 2 de Março de 1979
In Diário XIII
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