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sábado, 22 de junho de 2013

Almeida Garrett /// Este inferno de amar !




Este inferno de amar — como eu amo!
Quem mo pôs aqui n’alma… quem foi?
Esta chama que alenta e consome,
Que é a vida — e que a vida destrói —
Como é que se veio a atear,
Quando — ai quando se há-de ela apagar?
Eu não sei, não me lembra; o passado,
A outra vida que dantes vivi
Era um sonho talvez… — foi um sonho —
Em que paz tão serena a dormi!
Oh! que doce era aquele sonhar…
Quem me veio, ai de mim! despertar?

Só me lembra que um dia formoso
Eu passei… dava o Sol tanta luz!
E os meus olhos, que vagos giravam,
Que fez ela? Eu que fiz? — Não não sei
Mas nessa hora a viver comecei…

Almeida Garrett

1 comentário:

Unknown disse...



OLÀ!!!!
"Paradigmático"do Romantismo Português...

(Antagónico...melancólico...exacerbado..nos sentimentos....)

Garrett...no SEU MELHOR!!!!

SOBERBO!!!!!


Parabéns pela Publicação...

beijo