Louco amor o meu que em mim se entranha
que de si mesmo desdenha
que adentra a minha pele a esmo
sem nem mesmo
saber se nela cabe
Louco amor este que tem medo
e vive em constante degredo
por medo que se acabe
E sobe por mim a desmando
enchendo minha boca de espanto
e deposita na tua milagres
de palavras nunca ditas
Enquanto eu me rasgo em ternura
e avanço no céu fazendo uma ala de nuvens
para conter a emoção
que emoldura os meus gestos
e em todos eles
- mesmo os obsoletos -
há sempre algo meu, tão meu
que nem que vivêssemos mil vidas
eu saberia dizer-te tudo aquilo que sinto
Que meu amor é um labirinto
de emoções tão sentidas e contidas
que sempre sobram gestos desmedidos
silêncios comedidos
que te atingem de rompante
e permanecem no teu peito
e se alojam nos teus olhos
que impávidos me entreolham
como se nascessem em nós
mil novas primaveras
feitas à nossa medida!...
são reis
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