Seguidores

sexta-feira, 29 de março de 2013

ANTÓNIO GEDEÃO // RIO TRISTE

 
Longuíssimos braços têm
os olhos que tudo abraçam.
Somente, só os olhos vêem
os olhos que por mim passam.
 
Clandestinamente os lanço,
braços de mar, olhos de água.
Longo ser líquido avanço,
abraço a vida, e alago-a.
 
Destino do amor triste
que não se ouve nem se vê.
ama apenas porque existe.
Não sabe a quem nem porquê.
 
Nesta obrigação de estar
que a cada um de nós cabe,
coube-me esta de amar.
E ninguém sabe.
 
in "POESIA COMPLETA
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Sem comentários: