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sábado, 30 de março de 2013
Esplanada de Manuel Filipe
Naquela noite, de tão apaixonado,
incendiei toda uma carteira de fósforos
ao dar-lhe lume.
Este episódio é muito certo
e verdadeiro - pelas risadas
toda a esplanada percebeu.
Manuel Filipe
De : Margarida Afonso Henriques
Se um dia, Meu Amor, em ti
for vento … deixarei meu
rosto alado a desnudar-te o beijo
...
e na dança sossegada dos
meus olhos… deixarei meu
riso tonto a desfolhar-te a primavera
p'los encantos rendidos
...do teu ser.
Margarida Afonso Henriques
p'los encantos rendidos
...do teu ser.
Margarida Afonso Henriques
sexta-feira, 29 de março de 2013
Jacques Brel - Ne Me Quitte Pas
Jacques Brel - Ne Me Quitte Pas
Ne Me Quitte Pas
Ne me quitte pas
Il faut oublier
Tout peut s'oublier
Qui s'enfuit déjà
Oublier le temps
Des malentendus
Et le temps perdu
À savoir comment
Oublier ces heures
Qui tuaient parfois
À coups de pourquoi
Le coeur du bonheure
Ne me quitte pas (x4)
Moi je t'offrirai
Des perles de pluie
Venues de pays
Où il ne pleut pas
Je creuserai la terre
Jusqu'après ma mort
Pour couvrir ton corps
D'or et de lumière
Je ferai un domaine
Où l'amour sera roi
Où l'amour sera loi
Où tu seras reine
Ne me quitte pas (x4)
Ne me quitte pas
Je t'inventerai
Des mots insensés
Que tu comprendras
Je te parlerai
De ces amants là
Qui ont vu deux fois
Leurs coeurs s'embrasser
Je te raconterai
L'histoire de ce roi
Mort de n'avoir pas
Pu te rencontrer
Ne me quitte pas (x4)
On a vu souvent
Rejaillir le feu
De l'ancien volcan
Qu'on croyait trop vieux
Il est paraît-il
Des terres brûlées
Donnant plus de blé
Qu'un meilleur avril
Et quand vient le soir
Pour qu'un ciel flamboie
Le rouge et le noir
Ne s'épousent-ils pas
Ne me quite pas (x4)
Ne me quite pas
Je ne vais plus pleurer
Je ne vais plus parler
Je me cacherai là
À te regarder
Danser et sourire
Et à t'écouter
Chanter et puis rire
Laisse-moi devenir
L'ombre de ton ombre
L'ombre de ta main
L'ombre de ton chien
Ne me quitte pas (x4)
Não Me Deixe
Não me deixe
Devemos esquecer
Tudo pode ser esquecido
Que já tenha passado
Esquecer os tempos
Dos mal-entendidos
E os tempos perdidos
Tentando saber como
Esquecer as horas
Que as vezes mataram
Com golpes de porquê
O coração da felicidade
Não me deixe (4 vezes)
Eu te oferecerei
Pérolas de chuva
Vindas de países
Onde não chove
Eu vou cavar a terra
Até após a minha morte
Para cobrir o seu corpo
De ouro e luzes
Eu farei um reino
Onde o amor será rei
Onde o amor será lei
Onde você será rainha
Não me deixe (4 vezes)
Não me deixe
Eu inventarei
Palavras sem sentido
Que você compreenderá
Eu te falarei
Sobre os amantes
Que viram duplamente
Seus corações se beijarem
Eu te contarei
A história deste rei
Morto por não poder
Te reencontrar
Não me deixe (4 vezes)
Nós frequentemente vemos
Renascer o fogo
Do vulcão antigo
Que pensamos estar velho demais
Nos é mostrado
Em terras que foram queimadas
Nascendo mais trigo
Do que no melhor abril
E quando vem a noite
Com um céu flamejante
O vermelho e o negro
Não se casam
Não me deixe (4 vezes)
Não me deixe
Eu não vou mais chorar
Eu não vou mais falar
Eu me esconderei lá
Para te contemplar
A dançar e sorrir
E para te ouvir
Cantar e, então, rir
Deixe que eu me torne
A sombra da sua sombra
A sombra da sua mão
A sombra do seu cachorro
Não me deixe (4 vezes)
Jacques Brel - Ne Me Quitte Pas
Ne Me Quitte Pas
Ne me quitte pas
Il faut oublier
Tout peut s'oublier
Qui s'enfuit déjà
Oublier le temps
Des malentendus
Et le temps perdu
À savoir comment
Oublier ces heures
Qui tuaient parfois
À coups de pourquoi
Le coeur du bonheure
Ne me quitte pas (x4)
Moi je t'offrirai
Des perles de pluie
Venues de pays
Où il ne pleut pas
Je creuserai la terre
Jusqu'après ma mort
Pour couvrir ton corps
D'or et de lumière
Je ferai un domaine
Où l'amour sera roi
Où l'amour sera loi
Où tu seras reine
Ne me quitte pas (x4)
Ne me quitte pas
Je t'inventerai
Des mots insensés
Que tu comprendras
Je te parlerai
De ces amants là
Qui ont vu deux fois
Leurs coeurs s'embrasser
Je te raconterai
L'histoire de ce roi
Mort de n'avoir pas
Pu te rencontrer
Ne me quitte pas (x4)
On a vu souvent
Rejaillir le feu
De l'ancien volcan
Qu'on croyait trop vieux
Il est paraît-il
Des terres brûlées
Donnant plus de blé
Qu'un meilleur avril
Et quand vient le soir
Pour qu'un ciel flamboie
Le rouge et le noir
Ne s'épousent-ils pas
Ne me quite pas (x4)
Ne me quite pas
Je ne vais plus pleurer
Je ne vais plus parler
Je me cacherai là
À te regarder
Danser et sourire
Et à t'écouter
Chanter et puis rire
Laisse-moi devenir
L'ombre de ton ombre
L'ombre de ta main
L'ombre de ton chien
Ne me quitte pas (x4)
Não Me Deixe
Não me deixe
Devemos esquecer
Tudo pode ser esquecido
Que já tenha passado
Esquecer os tempos
Dos mal-entendidos
E os tempos perdidos
Tentando saber como
Esquecer as horas
Que as vezes mataram
Com golpes de porquê
O coração da felicidade
Não me deixe (4 vezes)
Eu te oferecerei
Pérolas de chuva
Vindas de países
Onde não chove
Eu vou cavar a terra
Até após a minha morte
Para cobrir o seu corpo
De ouro e luzes
Eu farei um reino
Onde o amor será rei
Onde o amor será lei
Onde você será rainha
Não me deixe (4 vezes)
Não me deixe
Eu inventarei
Palavras sem sentido
Que você compreenderá
Eu te falarei
Sobre os amantes
Que viram duplamente
Seus corações se beijarem
Eu te contarei
A história deste rei
Morto por não poder
Te reencontrar
Não me deixe (4 vezes)
Nós frequentemente vemos
Renascer o fogo
Do vulcão antigo
Que pensamos estar velho demais
Nos é mostrado
Em terras que foram queimadas
Nascendo mais trigo
Do que no melhor abril
E quando vem a noite
Com um céu flamejante
O vermelho e o negro
Não se casam
Não me deixe (4 vezes)
Não me deixe
Eu não vou mais chorar
Eu não vou mais falar
Eu me esconderei lá
Para te contemplar
A dançar e sorrir
E para te ouvir
Cantar e, então, rir
Deixe que eu me torne
A sombra da sua sombra
A sombra da sua mão
A sombra do seu cachorro
Não me deixe (4 vezes)
Ne Me Quitte Pas
Ne me quitte pas
Il faut oublier
Tout peut s'oublier
Qui s'enfuit déjà
Oublier le temps
Des malentendus
Et le temps perdu
À savoir comment
Oublier ces heures
Qui tuaient parfois
À coups de pourquoi
Le coeur du bonheure
Ne me quitte pas (x4)
Moi je t'offrirai
Des perles de pluie
Venues de pays
Où il ne pleut pas
Je creuserai la terre
Jusqu'après ma mort
Pour couvrir ton corps
D'or et de lumière
Je ferai un domaine
Où l'amour sera roi
Où l'amour sera loi
Où tu seras reine
Ne me quitte pas (x4)
Ne me quitte pas
Je t'inventerai
Des mots insensés
Que tu comprendras
Je te parlerai
De ces amants là
Qui ont vu deux fois
Leurs coeurs s'embrasser
Je te raconterai
L'histoire de ce roi
Mort de n'avoir pas
Pu te rencontrer
Ne me quitte pas (x4)
On a vu souvent
Rejaillir le feu
De l'ancien volcan
Qu'on croyait trop vieux
Il est paraît-il
Des terres brûlées
Donnant plus de blé
Qu'un meilleur avril
Et quand vient le soir
Pour qu'un ciel flamboie
Le rouge et le noir
Ne s'épousent-ils pas
Ne me quite pas (x4)
Ne me quite pas
Je ne vais plus pleurer
Je ne vais plus parler
Je me cacherai là
À te regarder
Danser et sourire
Et à t'écouter
Chanter et puis rire
Laisse-moi devenir
L'ombre de ton ombre
L'ombre de ta main
L'ombre de ton chien
Ne me quitte pas (x4)
Não Me Deixe
Não me deixe
Devemos esquecer
Tudo pode ser esquecido
Que já tenha passado
Esquecer os tempos
Dos mal-entendidos
E os tempos perdidos
Tentando saber como
Esquecer as horas
Que as vezes mataram
Com golpes de porquê
O coração da felicidade
Não me deixe (4 vezes)
Eu te oferecerei
Pérolas de chuva
Vindas de países
Onde não chove
Eu vou cavar a terra
Até após a minha morte
Para cobrir o seu corpo
De ouro e luzes
Eu farei um reino
Onde o amor será rei
Onde o amor será lei
Onde você será rainha
Não me deixe (4 vezes)
Não me deixe
Eu inventarei
Palavras sem sentido
Que você compreenderá
Eu te falarei
Sobre os amantes
Que viram duplamente
Seus corações se beijarem
Eu te contarei
A história deste rei
Morto por não poder
Te reencontrar
Não me deixe (4 vezes)
Nós frequentemente vemos
Renascer o fogo
Do vulcão antigo
Que pensamos estar velho demais
Nos é mostrado
Em terras que foram queimadas
Nascendo mais trigo
Do que no melhor abril
E quando vem a noite
Com um céu flamejante
O vermelho e o negro
Não se casam
Não me deixe (4 vezes)
Não me deixe
Eu não vou mais chorar
Eu não vou mais falar
Eu me esconderei lá
Para te contemplar
A dançar e sorrir
E para te ouvir
Cantar e, então, rir
Deixe que eu me torne
A sombra da sua sombra
A sombra da sua mão
A sombra do seu cachorro
Não me deixe (4 vezes)
ANTÓNIO GEDEÃO // RIO TRISTE
Longuíssimos braços têm
os olhos que tudo abraçam.
Somente, só os olhos vêem
os olhos que por mim passam.
Clandestinamente os lanço,
braços de mar, olhos de água.
Longo ser líquido avanço,
abraço a vida, e alago-a.
Destino do amor triste
que não se ouve nem se vê.
ama apenas porque existe.
Não sabe a quem nem porquê.
Nesta obrigação de estar
que a cada um de nós cabe,
coube-me esta de amar.
E ninguém sabe.
in "POESIA COMPLETA
"
Sou-me isto… // Cristina Correia
Sou-me isto…
A leveza de uma árvore nua,
Um compasso de tempo
Sem tempo,
Folhas caídas
Que esvoaçaram no vento,
Sou-me a imagem…
Ramos secos estendidos ao ar
Sem prazo ou espaço,
Despida de flores
Preservadas na alma,
Sou-me o retrato…
Do sonho inacabado,
A quimera das palavras,
A ilusão dos rebentos,
De todos os ornatos
Secos em meus braços,
Despidos de ti…
Sou-me a espera…
Primavera anunciada,
Terra esbatida
Lavada do tempo,
A lama…
De um sonho ímpossivel,
Expirado…
C.C.
A leveza de uma árvore nua,
Um compasso de tempo
Sem tempo,
Folhas caídas
Que esvoaçaram no vento,
Sou-me a imagem…
Ramos secos estendidos ao ar
Sem prazo ou espaço,
Despida de flores
Preservadas na alma,
Sou-me o retrato…
Do sonho inacabado,
A quimera das palavras,
A ilusão dos rebentos,
De todos os ornatos
Secos em meus braços,
Despidos de ti…
Sou-me a espera…
Primavera anunciada,
Terra esbatida
Lavada do tempo,
A lama…
De um sonho ímpossivel,
Expirado…
C.C.
quinta-feira, 28 de março de 2013
Louco Amor // são reis
Louco amor o meu que em mim se entranha
que de si mesmo desdenha
que adentra a minha pele a esmo
sem nem mesmo
saber se nela cabe
Louco amor este que tem medo
e vive em constante degredo
por medo que se acabe
E sobe por mim a desmando
enchendo minha boca de espanto
e deposita na tua milagres
de palavras nunca ditas
Enquanto eu me rasgo em ternura
e avanço no céu fazendo uma ala de nuvens
para conter a emoção
que emoldura os meus gestos
e em todos eles
- mesmo os obsoletos -
há sempre algo meu, tão meu
que nem que vivêssemos mil vidas
eu saberia dizer-te tudo aquilo que sinto
Que meu amor é um labirinto
de emoções tão sentidas e contidas
que sempre sobram gestos desmedidos
silêncios comedidos
que te atingem de rompante
e permanecem no teu peito
e se alojam nos teus olhos
que impávidos me entreolham
como se nascessem em nós
mil novas primaveras
feitas à nossa medida!...
são reis
quarta-feira, 27 de março de 2013
SONHOS / Florbela Espanca
Ter um sonho, um sonho lindo,
Noite branda de luar,
Que se sonhasse a sorrir...
Que se sonhasse a chorar...
Ter um sonho, que nos fosse
A vida, a luz, o alento,
Que a sonhar beijasse doce
A nossa boca... um lamento...
Ser pra nós o guia, o norte,
Na vida o único trilho;
E depois ver vir a morte
Despedaçar esses laços!...
...É pior que ter um filho
Que nos morresse nos braços!
Florbela Espanca
terça-feira, 26 de março de 2013
A meias / João Luís Barreto Guimarães
Bebo o meu café enquanto bebes
do meu café. Intriga-me que faças isso.
Se te posso pedir um
(se podes tomar um igual)
porque hás-de querer do meu?
Que
não. Que não queres. Escuso
de pedir
que não queres. Então
começo
um cigarro e tu fumas do
meu cigarro dizes
«tenho quase a certeza de
não acabar um sozinha» por isso
fumas do meu. Dá-te
gozo esse roubar
de
leves goles furtivos
dá gozo participar
do prazer que eu possa ter
contigo
(e entre nós)
dá-se agora tudo
a meias.
Mudez Torquato da Luz
Quando por fim voltares, traz no olhar
a nesga de areal onde algum dia
te encontrei entre a espuma e a maresia,
passeando a surpresa de haver mar.
Traz também nos cabelos o luar
e deixa que o veneno da poesia
nos envenene aos dois em sintonia,
como exige o mistério do lugar.
Talvez assim eu possa finalmente
segredar-te as palavras que não soube
dizer-te no momento em que te vi
pela primeira vez e, de repente,
o mundo foi tão grande que não coube
na minha voz e logo emudeci.
segunda-feira, 25 de março de 2013
Tu és a esperança, a madrugada
Tu és a esperança, a madrugada.
Nasceste nas tardes de setembro,
quando a luz é perfeita e mais dourada,
e há uma fonte crescendo no silêncio
da boca mais sombria e mais fechada.
Para ti criei palavras sem sentido,
inventei brumas, lagos densos,
e deixei no ar braços suspensos
ao encontro da luz que anda contigo.
Tu és a esperança onde deponho
meus versos que não podem ser mais nada.
Esperança minha, onde meus olhos bebem,
fundo, como quem bebe a madrugada.
|
Eugénio de Andrade, As mãos e os frutos
ÊXTASE Cecília Meireles
Deixa-te estar embalado no mar noturno
onde se apaga e acende a salvação.
Deixa-te estar na exalação do sonho sem forma:
em redor do horizonte, vigiam meus braços abertos,
e por cima do céu estão pregados meus olhos, guardando-te.
Deixa-te balançar entre a vida e a morte, sem nenhuma saudade.
Deslizam os planetas, na abundância do tempo que cai.
Nós somos um tênue pólen dos mundos. . .
Deixa-te estar neste embalo de água gerando círculos.
Nem é preciso dormir, para a imaginação desmanchar-se em figuras ambíguas.
Nem é preciso fazer nada, para se estar na alma de tudo.
Nem é preciso querer mais, que vem de nós um beijo eterno
e afoga a boca da vontade e os seus pedidos. . .
domingo, 24 de março de 2013
SÃO REIS / Hoje....
Hoje secretamente desejei
que todos os meus beijos
erguessem um castelo
que todos os meus suspiros
formassem uma nuvem
que pairasse sobre a tua cabeça
Hoje desejei
que todas as flores exalassem seu perfume
na direção das tuas narinas
para saberes que eu andava perto
ainda em segredo
ainda que não me visses
Hoje secretamente
desejei ser todas as palavras
todos os versos
todos os beijos
todas as flores
e todos os castelos
Hoje secretamente
desejei que a minha boca
encontrasse a tua
num qualquer lugar
e os nossos corpos se tocassem
nem que fosse uma fracção de segundo
e nesse tempo tornado eterno
que o mundo parasse
e apenas restássemos nós dois...
..nós dois
e as flores
e os beijos
e as nuvens
e todos os castelos feitos no ar
e todos os sonhos ainda por sonhar
e todas as carícias ainda por nascer e ofertar...
Hoje secretamente
passeei-me no meu e no teu coração
e todos os beijos foram meus!...
são reis
sábado, 23 de março de 2013
De : Joaquim Pessoa
Estes pequenos pensamentos são pequenas orações
de fidelidade ao teu corpo. Quem dera
que escutasses, destas horas, o cantar do sul,
as persianas do vento debaixo das estrelas,
os meus passos lá fora sobre a relva, junto
a uma imensa rosa de água azul.
Está tão quieto o ar. Tão sem ar o ar,
que o amor sufoca. A cama tem apenas
o aroma dos pinheiros por lençol. Sobre a pele dos mares,
a curva dos teus lábios, nenhuma brisa sopra.
No umbral da porta a manhã aguarda o teu sorriso,
esse jeito de acordar os pássaros do sol.
No pequeno jardim, entre as rápidas chamas da sardinheira
e o fresco ardor da madressilva,
as abelhas procuraram já o teu perfume.
SÃO REIS / QUERO....
Quero apenas o tudo
o infinito e o absurdo
o mel e o fel presente em todas as coisas
E quero acima de tudo
que os meus olhos vejam
tudo aquilo que a minha pele sente...
...esse arrepio
esse frémito que me estremece
que me faz sentir viva
tão branca e pura como a neve
que atravessa a noite escura
tão viva como essa cascata
que rumorejante
leva e traz notícias
de quem mora longe
mas jamais se perdeu
tão pulsante
como esse sol que nasce a jusante
e se põe onde mora o coração de cada um
Quero o tudo!
simplesmente o tudo!
o completo
o todo
o infinitamente cheio
transvazante...
...o absolutamente absurdo
mas o absurdamente transparente...
como tudo isso que agora sinto...!
são reis
sexta-feira, 22 de março de 2013
> HERBERTO HELDER > > > Não sei como dizer-te
Não sei como dizer-te que a minha voz te procura
e a atenção começa a florir, quando sucede a noite
esplêndida e casta.
Não sei o que dizer, especialmente quando os teus pulsos
se enchem de um brilho precioso
e tu estremeces como um pensamento chegado. Quando
iniciado o campo, o centeio imaturo ondula tocado
pelo pressentir de um tempo distante,
e na terra crescida os homens entoam a vindima,
– eu não sei como dizer-te que cem ideias,
dentro de mim, te procuram.
Quando as folhas da melancolia arrefecem com astros
ao lado do espaço
o coração é uma semente inventada
em seu ascético escuro e em seu turbilhão de um dia,
tu arrebatas os caminhos da minha solidão
como se toda a minha casa ardesse pousada na noite.
– E então não sei o que dizer
junto à taça de pedra do teu tão jovem silêncio.
Quando as crianças acordam nas luas espantadas
que às vezes caem no meio do tempo,
– não sei como dizer-te que a pureza,
dentro de mim, te procura.
Durante a primavera inteira aprendo
os trevos, a água sobrenatural, o leve e abstracto
correr do espaço –
e penso que vou dizer algo cheio de razão,
mas quando a sombra vai cair da curva sôfrega
dos meus lábios, sinto que me falta
um girassol, uma pedra, uma ave – qualquer
coisa extraordinária.
Porque não sei como dizer-te sem milagres
que dentro de mim é o sol, o fruto,
a criança, a água, o deus, o leite, a mãe,
o amor,
que te procuram.
in POESIA TODA (Assírio & Alvim, 1996)
quinta-feira, 21 de março de 2013
Paraíso de David Mourão-Ferreira
Deixa ficar comigo a madrugada,
para que a luz do Sol me não constranja.
Numa taça de sombra estilhaçada,
deita sumo de lua e de laranja.
Arranja uma pianola, um disco, um posto,
onde eu ouça o estertor de uma gaivota...
Crepite, em derredor, o mar de Agosto...
E o outro cheiro, o teu, à minha volta!
Depois, podes partir. Só te aconselho
que acendas, para tudo ser perfeito,
à cabeceira a luz do teu joelho,
entre os lençóis o lume do teu peito...
Podes partir. De nada mais preciso
para a minha ilusão do Paraíso.
quarta-feira, 20 de março de 2013
Ergo uma rosa, e tudo se ilumina / José Saramago
Ergo uma rosa, e tudo se ilumina Como a lua não faz nem o sol pode: Cobra de luz ardente e enroscada Ou ventos de cabelos que sacode. Ergo uma rosa, e grito a quantas aves O céu pontua de ninhos e de cantos, Bato no chão a ordem que decide A união dos demos e dos santos. Ergo uma rosa, um corpo e um destino Contra o frio da noite que se atreve, E da seiva da rosa e do meu sangue Construo perenidade em vida breve. Ergo uma rosa, e deixo, e abandono Quanto me doi de mágoas e assombros. Ergo uma rosa, sim, e ouço a vida Neste cantar das aves nos meus ombros.
Maria Teresa de Noronha - Fado das Horas
Maria Teresa de Noronha
D. Maria Teresa do Carmo de Noronha Guimarães Serôdio (Parati) foi uma fadista portuguesa.
Proveniente de uma família com raízes aristocratas
terça-feira, 19 de março de 2013
NUNO JÚDICE, O QUE TEMOS
Deixei contigo o meu amor,
música de açúcar a meio da tarde,
um botão de vestido por apertar,
e o da vida por desapertar,
a flor que secou nas páginas de um livro,
tantas palavras por dizer
e a pressa de chegar,
com o azul do céu à saída.
por entre cafés fechados e um por abrir.
Mas trouxe comigo o teu amor,
os murmúrios que o dizem quando os lembro,
a surpresa de um brilho no olhar,
brinco perdido em secreto campo,
o remorso de partir ao chegar,
e tudo descobrir de cada vez,
mesmo que seja igual ao que vês
neste caminho por encontrar
em que só tu me consegues guiar.
Por isso tenho tudo o que preciso
mesmo que nada nos seja dado;
e basta-me lembrar o teu sorriso
para te sentir ao meu lado.
in O ESTADO DOS CAMPOS
segunda-feira, 18 de março de 2013
Se fosses luz / António Botto
Se fosses luz
serias a mais bela
De quantas há no mundo: - a luz do dia!
... - Bendito seja o teu sorriso
Que desata a inspiração
Da minha fantasia!
Se fosses flor serias o perfume
Concentrado e divino que perturba
O sentir de quem nasce para amar!
- Se desejo o teu corpo é porque tenho dentro de mim
A sede e a vibração de te beijar!
Se fosses água - música da terra,
Serias água pura e sempre calma!
- Mas de tudo que possas ser na vida,
Só quero, meu amor, que sejas alma
domingo, 17 de março de 2013
De : Nímia Vicens / Isto é...
Isto é
como sempre estar contigo
quando a brisa me toca.
Isto é
tão impossível como o esquecimento
da haste ou da rosa.
Isto é
como viver de novo
de carícias ...
...a brisa
...a onda levantado-se na alvorada.
Sabes?
O amor é como sempre estar contigo.
LÍLIA TAVARES / EM CADA SÍLABA TE ESCREVO
Em cada sílaba te escrevo,
porque há ventos que amam
a praia e as nossas asas,
teimam em voltar galopantes
de onde nunca partiram.
Toco a areia e não me sinto só;
as rendas das ondas
enfeitam-me os cabelos,
prolongam as algas.
Sou água, areia, tu o búzio das marés.
Sabes, adivinhas,
escutas, silencias.
Por isso o nosso toque
não é breve nem sem gosto,
por isso há rios que
se abrem apenas
porque os momentos
se prolongam
e entardecem os corpos
FALO DE TI ÀS PEDRAS DAS ESTRADAS
Falo de ti às pedras das estradas,
E ao sol que é louro como o teu olhar,
Falo ao rio, que desdobra a faiscar,
Vestidos de princesas e de fadas;
Falo às gaivotas de asas desdobradas,
Lembrando lenços brancos a acenar,
E aos mastros que apunhalam o luar
Na solidão das noites consteladas;
Digo os anseios, os sonhos, os desejos
Donde a tua alma, tonta de vitória,
Levanta ao céu a torre dos meus beijos!
E os meus gritos de amor, cruzando o espaço,
Sobre os brocados fúlgidos da glória,
São astros que me tombam do regaço!
*
Florbela Espanca
O SONHO dos Mil beijos....de Manuel Sepúlveda
O SONHO dos Mil beijos....
TU e EU...os dois
De mãos dadas...
Foi assim que entraste no meu sonho...
Que cheio de imagens gravadas...
Depois...
No coração...eu havia de guardar
Todo inteiro!...
Foi o meu “SONHO dos Mil beijos “!....
E como eu gostava de ter tempo para t`o contar!...
Mas primeiro...
Não calo!...e quero-te falar
Daqueles outros mil beijos...
Que embrulhados em suspiros e desejos
Vivem fechados na minha mão...
Na minha boca ... e junto ao coração...
Para que fora dos meus sonhos
Um dia...a ti... eu os possa entregar...
Ao amanhecer...
Eles serão beijos alegres
Por me fazeres sentir viver...
E à tarde...
Pelas Trindades...
No caminho para casa...ao entardecer...
Vão ser doces!... como as saudades...
Já depois...
Ao anoitecer...
E ao deitar...
Serão sofregos, de tanto te desejar!.
São pois assim...
Os beijos que tenho para te dar...
Só que estes... são bem reais!...
Mas tão iguais!... aos dos sonhos de que falo...
E talvez até... no fim...
EU e TU... num tom ligeiro...
Como se estivessemos sonhando...
Felizes e a rir...
Amando! ...
Os pudessemos querer contar
Enquanto os fossemos trocando...
Aqui... agora... ou em qualquer lugar...
E desta mistura de sonhos e de vontades
Que senti...
Hoje...
Já não sei o que é sonho!...
Nem sei o que é verdadeiro!...
Mas sei...
Que de todos esses mil beijos... e de ti
Me ficaram ...as saudades!.
sábado, 16 de março de 2013
Amostra sem valor
Eu sei que o meu desespero não interessa a ninguém.
Cada um tem o seu, pessoal e intransmissível:
com ele se entretém
e se julga intangível.
Eu sei que a Humanidade é mais gente do que eu,
sei que o Mundo é maior do que o bairro onde habito,
que o respirar de um só, mesmo que seja o meu,
não pesa num total que tende para infinito.
Eu sei que as dimensões impiedosos da Vida
ignoram todo o homem, dissolvem-no, e, contudo,
nesta insignificância, gratuita e desvalida,
Universo sou eu, com nebulosas e tudo.
António Gedeão
IMAGINAÇÃO... se for assim !....
Oh!... Imaginação!...
Não enlouqueças os meus sonhos
Ocupando os seus espaços!...
Sai do meu coração!...
Que por mim...
Eu só quero tocar o “seu” corpo...
Fechar os olhos lentamente
E entregar-me nos “seus” braços!...
E atende...como mesmo só assim...
Tão doces... eles já são!
Então... porque me dás vida?!...
E deste modo...de repente!
Vê... que o que mora no meu peito
É um coração desfeito...
Sem paz ...
Uma alma adormecida
Por cansaços...
Sem calor! ...
E pela ausência de quaisquer laços...
E como eu queria saber
Se o meu sonhar acabou !?...
E em mim... ficou só a Imaginação
No vazio que ele deixou...
Se for assim...
Este coração derrotado
Acabará perdido!...
E com ele...sequer
Ficará o sonho de um amor
Que lhe traga algum sentido.
E é por essa razão...
Que hoje...no meu coração
Habita um novo sentimento...
Todo ele feito para ser vivido
De longe ... e vagamente!... -
E morar sempre escondido
Do sentir de uma mulher...
Eu sei que é inconsistente!...
E me faz mal... porque faz doer ...
Mas não deixa de ser
Uma forma de amar
Bem exigente!...
E também bela!...
Já que toda feita do adoçar de um olhar
E do esvoaçar de um sorriso no momento…
Para “ela”
Mas...e se estou errado...
E é outra a minha herança !?...
Se for assim...
E eu puder dar vida à esperança
De um sonho novo a seu lado...
Vê ... como tudo já seria diferente!...
Mas antes...
Eu havia de sentir
Ser capaz de viver...no presente...
Um Amor pelo menos igual.
sexta-feira, 15 de março de 2013
Um Amor
Aproximei-me de ti; e tu, pegando-me na mão,
puxaste-me para os teus olhos
transparentes como o fundo do mar para os afogados. Depois, na rua,
ainda apanhámos o crepúsculo.
As luzes acendiam-se nos autocarros; um ar
diferente inundava a cidade. Sentei-me
nos degraus do cais, em silêncio.
Lembro-me do som dos teus passos,
uma respiração apressada, ou um princípio de lágrimas,
e a tua figura luminosa atravessando a praça
até desaparecer. Ainda ali fiquei algum tempo, isto é,
o tempo suficiente para me aperceber de que, sem estares ali,
continuavas ao meu lado. E ainda hoje me acompanha
essa doente sensação que
me deixaste como amada
recordação.
Nuno Júdice
Bilhete de Mário Quintana
Se tu me amas, ama-me baixinho
Não o grites de cima dos telhados
Deixa em paz os passarinhos
Deixa em paz a mim!
Se me queres,
enfim,
tem de ser bem devagarinho, Amada,
que a vida é breve, e o amor mais breve
ainda…
Mário Quintana
quarta-feira, 13 de março de 2013
Cavalo Á Solta - Ary dos santos - Fernando tordo
O hino feito em palavras, o hino do amor,
o hino do afecto feito gestos e presença mesmo na ausência,
a aceitação do outro mesmo na sua ausência
como fazendo parte da presença,
o que lhe é deixado em si mesmo,
o que é integrado, existir sem estar,
ou estar sem se ver, a permanência....
((((( Sonho,liberdade - soltos.)))))
De Roberto Romanelli Maia
Existem pessoas raras,
difíceis de se encontrar,
Elas são lindas por fora...
Mas principalmente,
são lindas por dentro.
São feitas de carinho...
E recheio de verdade!
Costumam chegar de mansinho...
E te conquistam dia a dia...
Conquistam com verdades e muito amor!
Elas não têm medo de competição.
Valorizam qualidades...
Não defeitos!
Querem te ver crescer
Querem te ver feliz
Querem, te ver sorrir
Estão sempre perto...
Não te deixam só
Mesmo quando você não percebe...
Estão cuidando de você!
Se você teve a sorte, como eu tive...
De encontrar uma dessas pessoas...
Não se esqueça de dizer...
Obrigada por você existir
SONHEI.... de São reis
Sonhei que não tinha mais idade
Tive sonhos de liberdade
Sonhei desafios de saudade
Cavalos desabridos
à desfilada no meu peito
Sem respeito
sem controlo nem idade
Acalentando lembranças
sonhos de mil crianças
nascidos em mim
Pousados em mim
Inocência perdida
Vontade desabrida
Sem registo nem idade
Como um cacto no deserto
altivo, uniforme
De uma resistência enorme
Sonhos desfolhados em desertos insípidos
Cruéis, enormes e brutais
Perdidos no meio de nada
Pedaços que me ferem como punhais
Aos quais me apego
E dos quais eu não prescindo
Labirinto da minha saudade
do meu tempo sem idade
sonhos meus
Meu sonho acalentado
Num tempo sem idade
Meu desejo amordaçado
Meu desejo de Liberdade
terça-feira, 12 de março de 2013
O amor sente-se...
O Amor sente-se,
não se entende,
não se explica.
É um estado de alma que
nos faz querer estar com a
pessoa amada, que aumenta
a angústia da ausência,
potenciando o sentir da saudade
É o não ter tempo para procurar
razões , quando a única razão é
amar, sentir que se quer a
presença, a vontade da carícia,
do mimo, querer dar colo,
beijar, a urgência do abraço.
É o sentir-se de novo adolescente,
o sorriso bem presente, a vontade
de gritar, um bem estar com quem se ama,
com quem se gosta muito, mesmo que
sem tempo para o justificar
das razões do gostar…
Amar é sentir, sem ter necessidade
De muito pensar, porque basta sentir…
segunda-feira, 11 de março de 2013
APENAS GRITAREI A TUA AUSÊNCIA de CLARA MARIA BARATA
Ainda que a voz do mar
salpique de lendas o corpo dos búzios
e a espuma se derrame no ventre das areias felizes
ainda que asas
desenhem o azul
num céu sem horizontes
ainda que as amendoeiras
continuem a sorrir em cada primavera
e o rubor das amoras
desenhem bocas sequiosas
ainda que as estrelas palpitem
no ventre desnudo da noite
ainda que as manhãs acordem
na vertigem da luz
e no rumor das rosas a florir
ainda que beijos silvestres
se grafitem nos muros da cidade
ainda que os desertos
se saciem de ansiadas sombras
ainda que…
apenas gritarei a tua ausência
em cada fim de tarde.
domingo, 10 de março de 2013
O Teu Riso..../ De Pablo Neruda
Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não me tires o teu riso.
Não me tires a rosa,
a flor de espiga que desfias,
a água que de súbito
jorra na tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.
A minha luta é dura e regresso
por vezes com os olhos
cansados de terem visto
a terra que não muda,
mas quando o teu riso entra
sobe ao céu à minha procura
e abre-me todas
as portas da vida.
Meu amor, na hora
mais obscura desfia
o teu riso, e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso será para
as minhas mãos
como uma espada fresca.
Perto do mar no outono,
o teu riso deve erguer
a sua cascata de espuma,
e na primavera, amor,
quero o teu riso como
a flor que eu esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.
Ri-te da noite,
do dia, da lua,
ri-te das ruas
curvas da ilha,
ri-te deste rapaz
desajeitado que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando os meus passos se forem,
quando os meus passos voltarem,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas o teu riso nunca
porque sem ele morreria.
in "Poemas de Amor de Pablo Neruda
sábado, 9 de março de 2013
NÃO de Helena Guimaraes
Lírios e rosas - Álvaro de Campos
Poema de Canção sobre a Esperança (I)
Dá-me lírios, lírios,
E rosas também.
Mas se não tens lírios
Nem rosas a dar-me,
Tem vontade ao menos
De me dar os lírios
E também as rosas.
Basta-me a vontade,
Que tens, se a tiveres,
De me dar os lírios
E as rosas também,
E terei os lírios -
Os melhores lírios -
E as melhores rosas
Sem receber nada,
a não ser a prenda
Da tua vontade
De me dares lírios
E rosas também.
[...]
Álvaro de Campos
Dá-me lírios, lírios,
E rosas também.
Mas se não tens lírios
Nem rosas a dar-me,
Tem vontade ao menos
De me dar os lírios
E também as rosas.
Basta-me a vontade,
Que tens, se a tiveres,
De me dar os lírios
E as rosas também,
E terei os lírios -
Os melhores lírios -
E as melhores rosas
Sem receber nada,
a não ser a prenda
Da tua vontade
De me dares lírios
E rosas também.
[...]
Álvaro de Campos
POEMA QUADRAGÉSIMO SEXTO
Peço-te. Não pises as violetas
que trago no olhar.
Falemos dos brilhos estilhaçados
desta casa súbita que é o teu corpo
devoluto. A noite devora as palavras possíveis,
o sofrimento que pulsa em tua boca
e torna a minha boca vulnerável.
O amor é um nada que a liberta, uma luz
que desce dos ombros para o ventre
e fecunda as sementes da tua virgindade,
essa que faz agora parte de uma dor quase
amigável, na lividez do tempo,
e que entregas em minhas mãos, beijando-as,
tornando-te parte dos meus versos, da
minha forma mais profunda de gostar
de ti.
Amar-te, é escrever-te.
Amar-te é deixar que me toques até ser teu,
até que te deites no meu corpo e adormeças
inteira dentro de mim.
Peço-te. Não pises as violetas
que trago no olhar. Cheiram a ti. São para ti.
Um "bouquet" de palavras que floriram
neste tempo de amor.
A todas as "" mulheres "" do planeta terra... pelo dia da MULHER 08/02/2013
SOU MULHER Sou Mulher! Livre e sem preconceitos, tenho por mim grande respeito. Posso ser "anjo assexuado" ou ser fêmea com luxúria, somente... ... para o homem amado. Sou Mulher! Recatada, discreta, no porte e no estar. Às vezes... até "secreta". Não me importa o parecer. Valorizo... ... somente o Ser. E sei! Sei o ser que sou. Que não ambiciona o Ter. Sou Mulher! Como fogo que alastra, são minhas emoções e, sentires. Sentir... sentimento, transforma a mulher recatada, em mulher de alma nua, sem "máscara"... ... em atrevida e ousada. Sou Mulher! Deixo de ser sentinela. Como um girassol giro, na loucura da entrega. Liberto sem travões todas as minhas emoções. Amor, sedução, prazer... ... no dar e receber. Sou Mulher! Não aceito o "fardo de Eva". Nem a culpa... ... dum pecado original. Não!... Sou Mulher! Minha Alma se sente pura, ao fazer amor sem tabus, leve e solta... ... na pureza da loucura. Sou Mulher! Meu coração pulsa vida, e faz com alegria o sangue em mim circular. Sangue quente de Amor pronto a doar, em todas as suas vertentes. Vida livre sentida, com pudor ou atrevida. Mas sempre, sempre... ... de dignidade vestida. Sou Mulher! Susana Maurício
05/03/2013
quinta-feira, 7 de março de 2013
O sorriso...
O sorriso
Creio que foi o sorriso,
o sorriso foi quem abriu a porta.
Era um sorriso com muita luz
lá dentro, apetecia
entrar nele, tirar a roupa, ficar
nu dentro daquele sorriso.
Correr, navegar, morrer naquele sorriso.
Eugénio de Andrade
ESTADO D’ALMA
É bem mais que tempestade
A onda desta saudade
Nas praias dentro de mim
Murmúrios de sentimentos
A gritar aos quatro ventos
Esta dor que não tem fim
É mais do que neve fria
A estranha melancolia
Gelada sobre o meu leito
É bem mais que labirinto
As mil estradas que sinto
Desertas dentro do peito
Muito mais do que um açoite
São os silêncios da noite
Sem a luz dos olhos teus
É mais que corpo aflito
Nesse naufrágio infinito
Dum corpo a dizer adeus
É bem mais que vida e calma
Muito mais que estado d’alma
Esta dor sem ser queixume
Amor de raiva e paixão
Que me queima o coração
Sem haver sinais de lume
FERNANDO CAMPOS DE CASTRO
quarta-feira, 6 de março de 2013
DA AMIZADE VIRTUAL
Quando partilhas um poema
sinto-te
Quando publicas uma música
sinto-te
Quando actualizas um estado
sinto-te
Quando me lês
sinto-te
Quando me dás atenção
me compreendes
me cuidas
sinto-te
Quando me criticas
me censuras
me incentivas
sinto-te
Quando, apesar da imensa distância, me estendes a mão
e ela a vence
sinto-te
Quande me afagas e sinto calor
sinto-te
Quando és
compreensão
cumplicidade
bondade
lenitivo
ponte
não és virtual
ÉS real.
ponte não és virtual ÉS real.
Poema Cuerpo De La Mujer de Ángel Cruchaga
Cuerpo de la mujer, claro como un sollozo
que fulgura en la noche de granates dormidos,
zona de la esperanza, reseda del reposo,
hacia tus brazos van trémulos los sentidos.
Cuerpo de la mujer, país de la alegría
que adivinamos con un deleite jocundo
desde tus hombros sube su marejada el día
y de ola en ola crea cada mañana el mundo.
Cuerpo de la mujer, leche y luz en las venas;
aureola del tiempo, visión de las escenas
del pasado, de hoy… tú sabes sonreír.
En ti cantan los árboles, los arroyos, las rosas.
Como el paso de un niño maravillas las cosas.
¡Y si eras como Dios no debieras morir!
que fulgura en la noche de granates dormidos,
zona de la esperanza, reseda del reposo,
hacia tus brazos van trémulos los sentidos.
Cuerpo de la mujer, país de la alegría
que adivinamos con un deleite jocundo
desde tus hombros sube su marejada el día
y de ola en ola crea cada mañana el mundo.
Cuerpo de la mujer, leche y luz en las venas;
aureola del tiempo, visión de las escenas
del pasado, de hoy… tú sabes sonreír.
En ti cantan los árboles, los arroyos, las rosas.
Como el paso de un niño maravillas las cosas.
¡Y si eras como Dios no debieras morir!
terça-feira, 5 de março de 2013
A Primavera em nós / Hamilton Afonso
"Contigo tudo mudou...!
foste a primavera que aos poucos chegou
e me fez desabrochar(...)" ( São Reis )
A passagem em nossas vidas de gente bonita que nos entende, que nos acompanha, que nos protege que nos encanta faz com que as nossas almas , as nossas vidas renasçam, e nos livrem do frio inverno, ou do nostalgico outono que se instalam em tempos no nosso quotidiano . Há pessoas que pela sua forma de estar , reverdescem as cores castanhas outonais , ou as baças e cinzentas telas do inverno instalado, aportando de novo a primavera às nossas vidas, com a esperança, e as cores alegres das flores a voltarem a colorir nossos dias… Tu és uma dessas pessoas e lembra-te que foi a cor brilhante do teu sorriso gaiato que me despertou para essa primavera, voltando a dar-me razões para gostar de a viver.
Sorriso que , vindo das terras de bruma , rompeu, pujante
as brumas instaladas nos meus dias e insuflou de novo o calor
benefico da Primavera e as garridas cores da Esperança
segunda-feira, 4 de março de 2013
QUERO.......
Quero um sol diferente
todas as manhãs
um sol quente e radioso
vibrante e esplenderoso
que me aqueça e me faça desfalecer
em todas as curvas do teu corpo sossegado
onde a noite ainda dormita
enquanto eu aos poucos afasto
todas as sombras dos teus olhos
ainda fechados
São Reis
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