Escasso tempo
...
Sabes que não meço a intensidade dos sentimentos pelo tempo 
que nos demos um ao outro,
porque habituei-me a fazer tudo de forma serena, 
sem pressas ,
porque a sofreguidão dá mau resultado,
nada sai bem feito, 
com a mente a girar ao som do tica tac do relógio…
Por isso não me perguntes quantos dias ,
quantos anoiteceres , passamos juntos,
nos amamos , com intensidade aproveitando o tempo , 
porque o afecto não se contabiliza,
não tem essa ditadura do passar das horas, 
do esgotar dos dias,
porque o afecto devia ser eterno…
Feito um esforço , 
se calhar não pasoou de umas dezenas, 
escassas, de dias e de ocasiões ,
em que esse tempo valeu 
como um grande e longo amor…
O tempo , 
esse escoar do tempo entre a tua chegada
e a tua partida, nunca me incomodou,
porque tinha a consciência que teria de ser assim ,
aceitei essa circunstância 
como uma inevitabilidade.
O que eu não contava e foi isso que matou o amor,
foram as dúvidas, 
as crises de ciúme pelo que vias escrito nas críticas e comentários
ao meu trabalho ao publicado, 
de quem lia as palavras ardentes de amor e paixão
que me inspiraste…
…as palavras que tu tinhas noção que me saíram a fogo 
depois daquelas dezenas de instantes
em que demos largas ao amor…
O que fica ?
Em ti não sei, 
em mim aquelas dezenas de instantes 
que marquei a fogo,
valeram-me por uma vida inteira de amor…
Hamilton Ramos Afonso
Arte: Jane Ansell

 
1 comentário:
O que fica ?
Em ti não sei,
em mim aquelas dezenas de instantes
que marquei a fogo,
valeram-me por uma vida inteira de amor…
bjinhossssss..
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