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segunda-feira, 3 de outubro de 2016

Ana Alvarenga

O silêncio tem o sabor de amoras silvestres, negras e brilhantes como a noite que abraça os pensamentos.
Sentes o cheiro das estrelas?
Eu não o sinto; tenho a pele (ainda) impregnadados toques macios e deslizantes, do silêncio a massajar o corpo.
...
Pressentes o rasto dos sonhos?
Dos sonhos que desenhei para ti, em estátuas e em nuvens, no silêncio do traço fino.

E passeio nos telhados de casas vazias, encontro o silêncio - o teu e o meu -, que me grita, despenteia, empurra-me. Beija-me.




Ana Alvarenga







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