SE TODAS AS MANHÃS
...
Se todas as manhãs fossem assim...
Em pedaços o céu a entrar no quarto
e um bater de asas a roçar as palpebras
Estirar - me e abrir- me
no prado verde claro dos teus olhos
a lavar- me de orvalho
no teu corpo quente e nacarado
Se todas as manhãs fossem assim...
pétala a pétala morder- te
curva a curva moldar- te
poro a poro sorver-te e excitar-te
num deleite e delírio de carne
à espera da glande
Se todas as manhãs fossem assim...
Um risco a rasgar o linho do lençol
em mel e sangue
Fernando Campos de Castro
Do livro Violação da Noite/Poemas pag 71
Maio 2000
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