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domingo, 16 de outubro de 2016

Casimiro de Brito

Nuvens perfumadas






Sento-me à beira da cama que nos acolheu:
um rio que recebeu o músculo,
o sangue rumoroso e não partiu.
Um lago azul de mais e por demais queimado onde,
semi-acordada, dormes.
Uma feiticeira.


Disseste ontem à noite, acorda-me quando acordares.
Não tive coragem.


Mas o sol começou a trepar pelos lençóis
onde fomos espuma, excitação.
Minha boca não deixou que o sol entrasse sozinho.
Quando acordaste já eu navegava em nuvens perfumadas.
As árvores de ti sorriam, balançavam




Casimiro de Brito     




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