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sábado, 4 de janeiro de 2014

Joaquim Pessoa /// POEMA OCTOGÉSIMO PRIMEIRO (excerto)

A minha vida é um livro, cada página está preenchida com amores e canções, poemas onde a minha voz lavra a terra e cumprimenta os pássaros e fala baixinho com os casulos da sombra e as borboletas da luz. O meu amor está também no caminho que percorro, na queixa deste planeta que tenho sob os pés, o meu amor é imortal, é um archote que ilumina a carne, que oferece ao meu sangue e aos meus ossos uma alegria capaz de todos os afectos. Acordo nos teus gestos, espreguiço-me na cama das palavras onde nasce o amor, onde nasce a ternura, onde nascem os filhos. Vou lavar os olhos com o teu olhar, sorrir com o teu sorriso, fazer perguntas a mim mesmo. Tudo me pede que cante, tudo me diz para cantar. E eu continuo a interrogar-me, enquanto me dispo, enquanto ofereço as minhas mãos ao teu corpo, enquanto escrevo o que o texto me pede

 Joaquim Pessoa

. * in GUARDAR O FOGO Editora Edições Esgotadas, 2013


 

1 comentário:

fatima disse...

Vou lavar os olhos com o teu olhar, sorrir com o teu sorriso, fazer perguntas a mim mesmo. Tudo me pede que cante, tudo me diz para cantar. E eu continuo a interrogar-me, enquanto me dispo, enquanto ofereço as minhas mãos ao teu corpo, enquanto escrevo o que o texto me pede
bjinho......