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sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Suzana Martins

Abstrato é querer me entender,
e nesse entender, se perder ainda mais em mim.

Caminhar sobre os meus trilhos
é ter certeza de retorno algum.
É chegar no final, deitar na estrada,
e sem mais explicações
perceber que tudo é questionável e inconstante.

Sou inconstante como as estações que vem e vão.
Sou um vento leve, calmo, mas também tempestuoso.
Sou assim: tão perto e longe de mim…
Sou estrada distante, viajante…

Incógnita!

Em mim: sempre restarão sonhos não realizados,
não sonhados, sem remorsos pra sonhar.
Eu sou um misto desses sonhos,
dessa estrada sem fim
e nunca estou disponível para mim…

Abstrato é ter saudade sem fim.
Concreto é chorar com saudade de mim…

E agora que chego ao fim,
essas palavras só fazem sentido para mim…
Porque é isso que escrevo:
linhas tortas, mortas, expostas.

Minhas palavras são vítimas das confusões,
e dos meus sentimentos.
Por isso fico a devanear assim…
E ao final de tudo,
eu não entendo nada de mim.



Suzana Martins
 

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