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Meu jeito visionário — meu astrolábio. Meu ser mirabolante — um alcatruz. De variadas coisas fiz a minha esperança e sempre em várias coisas vi a minha cruz. Aos padrões que em vários pontos encontrei na rota íntima de vestes tropicais eu dei as mãos, serenas e intactas, as minhas dores mais certas e reais. Nos vários sítios que — abismos — toldaram minha voz por um olhar, eu evitei o perigo e os prejuízos à voz feita de calma, meu cantar. Aos rasgos que, de outrora, evocados foram sempre pelo seu valor, eu dei a minha tez de dúvida e de espanto, o meu silêncio amargo, o meu calor, E aos pontos cardeais que em volta, vacilantes, desalentavam já meu ser cativo, parei o gesto, roubei o pólo sul da esperança como lembrança para um dia altivo.
Joao Rui de Sousa
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domingo, 12 de janeiro de 2014
Joao Rui de Sousa /// Roteiro
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