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sábado, 4 de janeiro de 2014

Fernando Campos de Castro /// VAI-TE EMBORA NOITE TRISTE


Sozinho na minha cama
Há uma voz que me chama
Vinda de parte nenhuma

Uma voz secreta e louca
Que se amarra à minha boca
Sem dizer palavra alguma
Há cheiros na cama fria
Que lembram a maresia
Do teu corpo que não tive
Farrapos dum sonho breve
Feito de fogo e de neve
Que à memória sobrevive

Um corpo mais que perfeito
Deitou-se sobre o meu peito
Num desejo sem medida
Senti-me morrer aos poucos
Como se fossemos loucos
A viver além da vida
Vai-te embora noite triste
Que esse corpo não existe
Nesta cama que sou eu
Deixa o meu corpo deitado
A fingir que anda cansado
Sabendo que já morreu



Fernando Campos de Castro



1 comentário:

fatima disse...

Vai-te embora noite triste
Que esse corpo não existe
Nesta cama que sou eu
Deixa o meu corpo deitado
A fingir que anda cansado
Sabendo que já morreu

bjinho