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terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Florbela Espanca /// Noite de saudade

Noite de saudade




 
 
A Noite vem poisando devagar
Sobre a Terra, que inunda de amargura...
E nem sequer a benção do luar
A quis tornar divinamente pura...

Ninguém vem atrás dela a acompanhar
A sua dor que é cheia de tortura...
E eu oiço a Noite imensa soluçar!
E eu oiço soluçar a Noite escura!

Porque és assim tão escura, assim tão triste?!
é que, talvez, ó Noite, em ti existe
Uma saudade igual à que eu contenho!

Saudade que eu sei donde me vem...
Talvez de ti, ó Noite!... Ou de ninguém!...
Que eu nunca sei quem sou, nem o que tenho!
 
 
 
 

1 comentário:

disse...

Que eu nunca sei quem sou, nem o que tenho!
Assim via Florbela Espanca o amor
Triste mas não deixa de ser AMOR.

Gosto.....

Beijo
LI