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sexta-feira, 8 de novembro de 2013

Pedro Sena-Lino /// Ninguem se levanta dentro do seu próprio coração


#Ninguem se levanta dentro do seu próprio coração#

algum dia ouviste morrer uma noite



tu chegavas de tão longe que eu não te podia tocar
como se viesses de um sonho ou de uma mentira
o teu corpo era cruel como o nevoeiro
e onde ardia o amor eu era apenas um corpo

algum dia ouviste morrer uma noite
uma água de mágoa tritura os pulsos
um ruído trespassado desabita o coração

esfinges ocupam o quarto
a lua permanece raios decepados
abraço o teu corpo onde me sobrevivo
e adormeço futuro contra a luz

do amor de tão antes onde te espero
vejo um fantasma abrir um corpo de voz
e sangrar sobre a noite esvaziado

ninguém se levanta dentro do seu próprio coração
 
 Pedro Sena-Lino
 
 
 
 
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