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Da onda sempre nova e repetida
Que neste espaço curvo vem de ti.
Que neste espaço curvo vem de ti.
Oculta consciência de não ser,
Ou de ser num estar que me transcende,
Numa rede de presenças e ausências,
Numa fuga para o ponto de partida:
Um perto que é tão longe, um longe aqui.
Uma ânsia de estar e de temer
A semente que de ser se surpreende,
As pedras que repetem as cadências
Da onda sempre nova e repetida
Que neste espaço curvo vem de ti.
JOSÉ SARAMAGO
in OS POEMAS POSSÍVEIS (Portugália, 1966; Caminho, 1981)
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