Da minha janela
Mar alto!
Ondas quebradas e vencidas
Num soluçar aflito e murmurado.
Ovo de gaivotas,
leve,
imaculado,
Como neves nos píncaros nascidas!
Sol!
Ave a tombar,
asas já feridas,
Batendo ainda num arfar pausado.
Ó meu doce poente torturado
Rezo-te em mim,
chorando,
mãos erguidas!
Meu verso de Samain cheio de graça,
Inda não és clarão já és luar
Como branco lilás que se desfaça!
Amor!
Teu coração trago-o no peito...
Pulsa dentro de mim como este mar
Num beijo eterno,
assim,
nunca desfeito!...
Florbela Espanca
Mar alto!
Ondas quebradas e vencidas
Num soluçar aflito e murmurado.
Ovo de gaivotas,
leve,
imaculado,
Como neves nos píncaros nascidas!
Sol!
Ave a tombar,
asas já feridas,
Batendo ainda num arfar pausado.
Ó meu doce poente torturado
Rezo-te em mim,
chorando,
mãos erguidas!
Meu verso de Samain cheio de graça,
Inda não és clarão já és luar
Como branco lilás que se desfaça!
Amor!
Teu coração trago-o no peito...
Pulsa dentro de mim como este mar
Num beijo eterno,
assim,
nunca desfeito!...
Florbela Espanca
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