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sábado, 30 de novembro de 2013

Mário Castrim /// COMO É QUE


Como é que eu,

ouvindo tão mal, distingo
o teu andar desde o princípio do corredor?



Como é que eu,
vendo tão pouco, sei
que és tu  que chegas, conforme a luz?



Como é que eu,
de mãos tão ásperas, desenho
a tua cara mesmo tão longe dela?



Onde está
tudo o que sei de ti
sem nunca ter aprendido nada?



Serei ainda capaz
de descobrir a palavra
que larga o teu rasto na janela?




(Que seria de nós
se nos roubassem os pontos de interrogação?)


Mário Castrim
 
in «Os Dias do Amor»,


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