A minha sede mora na tua pele O meu desejo nasce no promontório do teu corpo O côncavo do meu ventre é enseada em modo de espera pelo deslizar das vagas que te trazem em espuma por desfazer
Na orla da água que toca a areia
cumprem-se os ritos
e convocam-se os delírios
O mar é deserto escaldante
e as dunas testemunham
o alastrar do fogo
em que se consomem urgências
e se consuma
o imperativo dos sentidos
As nuvens cobrem de sombra
as marcas da lava que o vulcão
agora adormecido calcinou
Só a tua voz ficou tatuada
no silêncio sedoso
que me cobre a nudez.
© Rita Pais 2013
(ao abrigo do código do direito de autor)
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